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domingo, 19 de abril de 2009

Figura da Semana: Facchetti

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Dados Pessoais
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Nome: Giacinto Facchetti
Data de Nascimento: 18 de Julho de 1942
Data de Falecimento: 4 de Setembro de 2006
Naturalidade: Treviglio, Bergamo, Itália
Posição: Lateral-Esquerdo / Libro
Altura: 1.88 cm
Peso: 85 kg
Internacionalizações A: 94 (3)
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Percurso Profissional
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1956-1960 : Circolo Sportivo Trevigliese
1960-1978 : Football Club Internazionale Milano
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Palmarés
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Campeonato Italiano: 1963, 1965, 1966, 1971
Vice-Campeonato Italiano: 1962, 1964, 1967, 1970
Taça de Itália: 1978
Finalista da Taça de Itália: 1965, 1977
Taça dos Campeões Europeus: 1964, 1965
Finalista da Taça dos Campeões Europeus: 1967, 1972
Taça Intercontinental: 1964, 1965
Bola de Prata da Revista France Football: 1965
Campeonato da Europa de Futebol: 1968
Finalista do Campeonato do Mundo de Futebol: 1970
Segundo Jogador com mais Presenças com a camisola do Inter de Milão: 634
100 Melhores Jogadores do Século XX pela FIFA: 2004
Presença no Campeonato do Mundo de Futebol: 1966, 1974
Presença no Campeonato da Europa de Futebol: 1976
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História
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Giacinto Facchetti, nascido no dia 18 de Julho de 1942, em Treviglio, numa província de Bergamo foi, sem dúvida nenhuma, um dos grandes "monstros sagrados" do futebol mundial, bem como, um dos melhores desportistas de todos os tempos. Facchetti começaria a sua carreira desportiva, no clube da sua terra natal, o Trevigliese, na posição de... avançado, com apenas 14 anos de idade. Foi então que, no ano de 1960, Facchetti de 18 anos de idade, mudár-se-ia para o clube que transformaria por completo, toda a sua história, enquanto jogador profissional. Durante 18 temporadas consecutivas, Facchetti defenderia as cores do Inter de Milão. Facchetti faria a sua estreia, na Serie A, no dia 21 de Maio de 1961, frente à formação da AS Roma, num encontro que terminaria, com a vitória por 2-0, a favor do Inter de Milão. No final da partida, Helenio Herrera seria bastante claro, face à exibição de Facchetti, afirmando que o mesmo, seria um dos grandes pilares do Inter de Milão no futuro. O antigo "astro" futebolístico, conquistaria os troféus mais importantes, da história do clube de Milão, bem como, um dos grandes responsáveis, pelo renascimento da Selecção Nacional de Itália, após a conquista do Campeonato da Europa em 1968. Uma clara imagem do que, o futebol italiano representou na década de 60. Todavia, o nome de Facchetti não é apenas sinônimo de títulos, o seu nome é, também a representação, do primeiro puro lateral-esquerdo ofensivo, da história do futebol italiano, seja no seu dinamismo ou inovação. Facchetti foi sem dúvida, a grande revolução táctica do argentino Helenio Herrera, durante os anos 60. No bloco de anotações do técnico argentino, o líbero Picchi, era o jogador que iniciava os ataques, a partir do centro do terreno, após marcar posição nas suas dobras defensivas. Contudo, seria Facchetti o grande elemento defensivo do esquema táctico de Herrera, numa defesa onde se destacava ainda nomes como Burgnich. Sob o comando técnico de Herrera, Facchetti tornár-se-ia no primeiro lateral/ala esquerdo do futebol italiano, devido à sua enorme velocidade, estatura e estrutura física e capacidade de drible em movimento, chegando dessa forma, com alguma facilidade, à zona de cruzamento ou finalização. Facchetti representava assim, essa nova novidade táctica, na década de 60. Porém, o modo táctico do argentino Herrera, não seria o primeiro a tentar algo do género. Na década de 70, o fantástico Ajax de Stefan Kovacs (sucessor do mítico Rinus Michels) tinha ao seu dispôr, jogadores como Krol ou Suurbier, dois laterais imensamente ofensivos, que funcionavam praticamente como extremos, na fase de posse de bola. Muito antes dessa época, nos anos 50, nomeadamente, no Campeonato do Mundo de 1958, o magnífico Brasil de Vicente Feola, tinha como referências defensivas Djalma Santos e Nílton Santos, evidenciando dessa forma, uma capacidade ofensiva bastante assinalável, por ambas as faixas laterais. Mesmo nos dias de hoje, o nome de Facchetti é apontado como o defesa, com maior capacidade de jogo ofensivo, da história do Calcio. Em 18 temporadas na Serie A, Facchetti apontaria 60 golos, sendo que dez deles, seriam apontados na época de 1965/1966. Mais tarde, o defesa do AC Milan Maldera, conseguiria aproximar-se desses valores, apontando 9 golos na época de 1978/1979. Contudo, se nos dias de hoje, um lateral ofensivo é algo comum, nos palcos futebolísticos, na altura, tratava-se de algo de enorme inovação que, nem todos os treinadores aceitavam, devido às caracteristicas que o futebol da época apresentava. Devido a esse facto, o nome de Facchetti está ligado, sem dúvida, aos grandes sucessos do "Grande Inter", tendo conquistado na altura: quatro campeonatos italianos, uma Taça de Itália, duas Taças dos Campeões Europeus e duas Taças Intercontinentais. Sempre com Herrera, no comando técnico dos "Azzurri", o destro que jogava à esquerda, perderia ainda uma final da Taças dos Campeões Europeus, frente aos escoceses do Celtic de Jock Stein. Utilizando uma táctica idêntica à de Herrera, Jock Stein teria em Tommy Gemmel uma das grandes referências "ofensivas" da equipa escocesa. Nesse fatídico dia 25 de Maio de 1967, no Estádio do Jamor, grande parte da ideologia de Herrera, cairia em pleno relvado. Dois anos antes, após a conquista da Taça dos Campeões Europeus, Facchetti ficaria em segundo lugar, na disputa pela Bola de Ouro da Revista France Football, ficando apenas atrás do sensacional Eusébio. Além dessa final, também em 1972, Facchetti perderia mais uma final da Taça dos Campeões, frente ao Ajax de Kovacs. Num encontro disputado em Roterdão, o grande Johan Cruyff apontaria dois golos, derrotando assim, o Inter de Milão, orientado na altura por Invernizzi. A conquista do Campeonato da Europa em 1968, seria o regresso das grandes conquistas, por parte da Selecção Nacional de Itália. O último grande triunfo, acontecera no Campeonato do Mundo de 1938, sob o comando técnico de Vittorio Pozzo e, com o capitão Giuseppe Meazza, Ferrari e Piola, como principais elementos ofensivos da equipa. Um dos pontos mais negativos da carreira de Facchetti, foi certamente, a humilhante eliminação, no Campeonato do Mundo de 1966, frente aos rápidos e surpreendentes norte-coreanos. A selecção italiana, na altura orientada por Edmondo Fabbri, perderia o encontro por 1-0, com um golo de um dentista do exército da Coreia do Norte, de seu nome Pak Doo-Ik. Dois anos depois, a selecção italiana organizaria o Europeu, tendo como obrigação, a conquista do torneio. A Itália acabaria por vencer a competição. Contudo, no encontro das meias-finais, a selecção italiana só derrotaria a formação da União Soviética, devido ao sistema de desempate por... moeda ao ar, após um encontro, sem qualquer golos, para ambas as equipas. Mais uma vez, no nome de Facchetti ficaria marcado na história do futebol mundial, visto que seria ele, o homem que escolheria a face da moeda, algo que permitiria a passagem à final, por parte da "Squadra Azzurra". Frente à selecção da Jugoslávia, em pleno Estádio Olímpico de Roma, a formação italiana empataria a uma bola, sendo que no jogo de repetição (algo que na época era recorrente), os italianos venceriam por 2-0, com dois golos do lendário Luigi Riva. Facchetti ergueria assim, o troféu Henri Delaunay, trinta anos depois, da conquista do Mundial de 1938. Seria a grande conquista por parte de Giacinto Facchetti. Quatro anos depois, no México, Facchetti voltaria a "comandar" a selecção italiana que, conseguiria atingir a final da competição. Quatro dias após, a fantástica vitória sobre a formação da RFA (República Federal Alemã), após prolongamento (4-3), tendo sido considerado, um dos melhores encontros de todo o Século XX, a selecção italiana perderia na final, no Estádio Azteca, frente à "máquina" brasileira de Mário "Lobo" Zagallo. Nessa lendária equipa brasileira, constavam nomes como Pelé, Rivelino, Jairzinho, Gérson, Tostão e Carlos Alberto Torres, formando assim, a melhor "equipa" do Século XX. No final da partida, algo estava claro, o resulado... 4-1 a favor dos brasileiros. Facchetti participaria ainda, em mais duas competições internacionais, em 1974, na Alemanha Federal, numa equipa constituida por jogadores como Dino Zoff, Burgnich, Capello, Rivera, Mazzola e, dois anos depois, em 1976, onde faria parte da grande desilusão europeia, chamada Selecção Nacional de Itália. No final da prova, Facchetti diria ao técnico Enzo Bearzot que os seus dias, enquanto internacional estavam acabados. O sonho de participar no Campeonato do Mundo de 1978, na Argentina, encontrava-se assim, longe dos seus pensamentos. No final, Facchetti conquistaria um total de 94 internacionalizações, tendo sido capitão em 70 delas. Um recorde apenas superado, mais tarde, por jogadores como Dino Zoff, Paolo Maldini e Fabio Cannavaro. Após a sua morte em 2006, a camisola número três, seria retirada oficialmente, numa homenagem pelos serviços prestados, durante várias décadas ao clube de Milão. O nome de Facchetti é certamente, uma bandeira imortalizada do Inter de Milão que, representa uma época de glórias e conquistas. Facchetti era sem dúvida, um profissional extremamente desportista, tendo sido expulso, uma única vez. em toda a sua carreira desportiva e, por ter aplaudido ironicamente o árbitro. Após a sua retirada do futebol profissional, Facchetti exerciria vários cargos no clube de Milão, sendo que um deles, seria o de Presidente do clube, cargo alcançado em Janeiro de 2004, tornando-se assim, no primeiro ex-jogador a ocupar o cargo supremo de um clube. No dia 4 de Setembro de 2006, Facchetti de 64 anos de idade, deixaria o mundo do futebol mais triste, vítima de doença prolongada. Para a história fica, um dos grandes nomes do futebol internacional. Para a história. fica o lateral. Para a história fica. Giacinto Facchetti, um dos maiores de sempre no desporto rei.
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