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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Por onde anda... Kenedy

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Dados Pessoais
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Nome: Daniel Kenedy Pimentel Mateus dos Santos
Data de Nascimento: 18 de Fevereiro de 1974
Naturalidade: Bissau, Guiné-Bissau
Altura: 1.81 cm
Peso: 73 kg
Posição: Lateral / Médio-Esquerdo
Clube: Aias Salamina Football Club
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Percurso Profissional
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1992-1996 : Sport Lisboa e Benfica
1996-1997 : Paris Saint Germain Football Club
1997-1998 : Futebol Clube do Porto
1998-1999 : Albacete Balompié (E)
1998-2001 : Clube de Futebol Estrela da Amadora
2001-2004 : Club Sport Marítimo
2003-2005 : Sporting Clube de Braga
2004-2005 : Associação Académica de Coimbra
2005-2006 : Athlitikos Podosferikos Omilos Ellinon Lefkosias
2006-2007 : PAE Diethnis Enosis Ergotelis
2007-2008 : Gymasticos Syllogos Kallithea (E)
2008-2009 : PAE Diethnis Enosis Ergotelis
2009-2010 : Aias Salamina Football Club
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Palmarés
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Taça de Portugal: 1993, 1996, 1998
Campeonato Português: 1994, 1998
Vice-Campeonato Português: 1993, 1996
Supertaça Cândido de Oliveira: 1998
Finalista da Supertaça Cândido de Oliveira: 1993, 1994, 1996
4º Lugar nos Jogos Olímpicos de Atlanta: 1996
Vice-Campeonato Francês: 1997
Finalista da Taça das Taças: 1997
Taça do Chipre: 2006
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Muitos se perguntam, por onde andará Daniel Kenedy, antigo jogador dos "encarnados" e dos "dragões" que, um dia, sem mais nem menos, cairia no esquecimento, devido a complicações duvidosas. Daniel Kenedy Pimentel Mateus dos Santos, nascido no dia 18 de Fevereiro de 1974, em Bissáu, seria mais uma das variadíssimas crianças que, sairam do seu país, em busca do eterno sonho "cor-de-rosa" no mundo do futebol. Daniel Kenedy começaria a dar os seus primeiros passos, no desporto rei, nas escolinhas do Benfica, ao lado de jogadores como Rui Costa, Abel Silva, Gil, António Pacheco e Paulo Sousa. O jovem lateral-esquerdo, faria a sua estreia, com a equipa principal do Benfica na temporada de 1992/1993, frente à formação do Paços de Ferreira, num encontro em que o Benfica venceria por 2-0. Todavia, a sua primeira época de águia ao peito, não seria muito proveitosa, em termos individuais, realizando um total de nove partidas para o campeonato, sob as ordens do técnico sueco Sven-Goran Eriksson. Contudo, o nome de Kenedy está sem dúvida, ligado aos últimos grandes êxitos do Benfica nos anos noventa: a conquista do campeonato nacional em 1994 e a conquista da Taça de Portugal em 1993 e em 1996. Após a final no Jamor, onde os "encarnados" venceriam os rivais de Lisboa, o Sporting Clube de Portugal, por uns claros 3-1, Daniel Kenedy seria um dos muitos jogadores que, sairiam pela porta pequena do Estádio da Luz, algo muito comum na década de noventa, para os lados da Luz, onde época após época, muitos eram os jogadores que entravam, bem como, os que saiam, fazendo do clube, uma equipa em puro estado de declínio desportivo. Antes de viver a sua primeira aventura no estrangeiro, Kenedy seria um dos eleitos, para representar a Selecção Nacional de Portugal, nos Jogos Olímpicos de Atlanta, competição onde terminaria num honroso quarto lugar, sendo o lateral-esquerdo, uma das grandes "estrelas" da equipa. No Verão de 1996 e, após ter impressionado muitos dos vários clubes europeus, presentes na competição olímpica, Daniel Kenedy de apenas 22 anos de idade, mudár-se-ia para o campeonato francês, onde iria representar o Paris Saint Germain, equipa comandada pelo seu antigo companheiro de equipa, Ricardo Gomes. Embora não efectuasse uma grande temporada, em termos individuais, Kenedy conseguiria ajudar a sua equipa, a terminar o campeonato nacional na segunda posição da tabela classificativa, bem como, alcançar a final da Taça das Taças, muito embora, não tivesse disputado a final frente ao Barcelona de Ronaldo, Luis Figo, Fernando Couto, Vítor Baía e Guardiola, num encontro onde os catalães venceriam por 1-0, com um golo de Ronaldo. Com 29 encontros disputados, no principal campeonato francês, o lateral ou médio esquerdino português, regressaria ao futebol nacional, pelas mãos do técnico "portista" António Oliveira, na altura, técnico principal do Futebol Clube do Porto. Contudo, ao serviço dos tricampeões nacionais, Kenedy não conseguiria impor o seu futebol, tendo disputado apenas nove partidas para o campeonato. Números porém, suficientes para que, conseguisse alcançar o tetracampeonato para o Futebol Clube do Porto, título onde se juntaria ainda uma Taça de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira, completando dessa forma, a "Tripla" da temporada 1997/1998. Sem lugar no plantel do Futebol Clube do Porto, de Fernando Santos, técnico que substituiria António Oliveira no final da temporada, o médio de 24 anos de idade, assinaria contrato com a formação do Estrela da Amadora, na altura orientado por... Jorge Jesus que, na altura viu no lateral-esquerdo, uma das soluções encontradas para o lado esquerdo da defesa "estrilista". No entanto, antes da sua mudança para a "Reboleira", Kenedy seria emprestado à formação espanhola do Albacete, onde realizaria apenas três encontros. As suas exibições foram de tal maneira fracas que, o Futebol Clube do Porto e o próprio Kenedy resolveram que, o melhor seria a rescisão contratual entre ambas as partes. De volta ao Estrela da Amadora, o veloz lateral português, conseguiria reencontrar o caminho das boas exibições, desde a sua saída da Luz em 1996. Nas três temporadas em que esteve ao serviço do clube da Amadora, Kenedy seria considerado um dos melhores laterais-esquerdos, a actuar no principal campeonato português, contudo, esquecido pelos inúmeros seleccionadores nacionais (Carlos Queirões, António Oliveira e Humberto Coelho) que, anos após ano, "taparam" os olhos a este jovem, cheio de talento, técnica e velocidade. Todavia, a época de 2001/2002, seria sem dúvida, uma das melhores da sua carreira, bem como, o seu pior pesadelo. Ao assinar contrato com a formação do Marítimo, no Verão de 2001, Kenedy não fazia a menor ideia que, o seu destino, com as cores do clube madeirense, acabaria da pior forma possível. Realizando uma época para recordar, onde foi um dos melhores jogadores do campeonato português, Daniel Kenedy constaria na lista dos 21 escolhidos do seleccionador António Oliveira, para disputar o Campeonato do Mundo de Futebol da Coreia e do Japão. Para muitos, fora uma enorme surpresa, porém, face ao trabalho desenvolvido pelo atleta no Marítimo, foi mais do que merecido a sua chamada à selecção principal de Portugal, sendo mesmo discutido se Kenedy, não seria um dos possíveis titulares durante a competição. Porém, quis o destino que a carreira internacional de Kenedy fosse findada antes do seu começo. A poucos dias do início do Mundial, o euforico Kenedy acusaria doping, algo que faria com que fosse automaricamente excluído do torneio e da própria selecção.
Afirmando tratar-se de uma substância para emagrecer e que, há muitos anos a tomava, com o aval do seu médico, que confirmaria tais palavras mais tarde, a verdade é que, o atleta português perderia a sua grande oportunidade de brilhar, ao mais alto nível, numa grande competição internacional, bem como, de relançar a sua própria carreira desportiva. Após esse acontecimento fatal, a vida de Kenedy nunca mais seria a mesma, decaíndo gradualmente com o decorrer dos anos. Daniel Kenedy representaria a formação do Marítimo até Dezembro de 2003, altura em que se mudaria para o Sporting de Braga, de Jesualdo Ferreira. Com o experiente técnico no comando, Kenedy reecontraria alguém que fora muito importante na sua vida, anos atrás, na altura em que representava o Benfica. Com um claro aumento de peso, o atleta não conseguiria vingar no clube bracarense, disputando um total de 15 partidas para o campeonato. Em Dezembro de 2004, Daniel Kenedy de 30 anos de idade, assinaria contrato com a Académica de Coimbra até ao final da época de 2004/2005, após ter sido preterido pelo técnico bracarense. Com as cores dos "estudantes", Kenedy conseguiria recuperar a sua boa forma física, porém os seus 31 anos de idade, eram suficientemente "pesados", para uma nova etapa no campeonato português. Na temporada de 2005/2006, o antigo jogador do Benfica e do Porto, teria que "abandonar" o campeonato nacional, para rumar ao Chipre, onde iria militar na formação do APOEL, clube onde encontraria o português Ricardo Fernandes. Numa franca descida de competitividade desportiva, Kenedy teria que mudar de ares, na época seguinte, após umas decepcionantes nove partidas disputadas, com as cores do APOEL. A sua nova aventura, chamár-se-ia Ergotelis, clube da primeira divisão grega. No entanto, após um bom início de temporada, Kenedy seria emprestado ao Kallithea, da segunda divisão até ao final da época, regressando ao clube (Ergotelis) na época seguinte. No total, o antigo internacional português, faria 50 partidas oficiais, com as cores do Ergotelis. Na actualidade, Daniel Kenedy, de 35 anos de idade, continua a praticar o que mais gosta de fazer: jogar futebol. Com as cores do Aias, clube da terceira divisão da Grécia, Kenedy caiu completamente no esquecimento de todos os portugueses, que há pouco mais de uma década gritava pelo seu nome dos vários estádios de Portugal. Daniel Kenedy foi sem dúvida, um dos jovens mais promissores da sua geração. Nem todos se poderão gabar de terem jogado ao lado de jogadores de enorme renome internacional como: Rui Costa, João Pinto, Rui Águas, Jonas Thern, Mozer, Veloso, Hélder, Schwarz, Paulo Sousa, Vítor Paneira, Paulo Futre, Michel Preud´Homme, Claudio Caniggia, Ricardo Gomes, Valdo, Maniche, Bernard Lama, Alain Roche, Guérin, Leonardo, Raí, Loko, Anelka, Bruno N´Gotty, Jorge Costa, Sérgio Conceição, Zahovic, Peixe, Doriva, Rui Barros, Folha, Drulovic, Artur, Mário Jardel, Capucho, Jorge Andrade, Miguel, Pepe, Quim e Hugo Leal. Com toda a certeza, Kenedy é um verdadeiro exemplo para os mais jovens que, neste momento estão a começar a grande etapa das suas vidas, no mundo do futebol. Ao serviço do desporto rei, Daniel Kenedy ganhou tudo o poderia conquistar em Portugal, títulos e admiração, porém, bastou um pequeno "grande" erro para acabar com tudo isso, para acabar com o sonho de uma vida inteira. A carreira de Daniel Kenedy foi sem dúvida um sonho... antes do pesadelo.
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