Tudo o que precisava de saber sobre o mundo do futebol

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

"Onze do Mês"

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Onze do Mês de Setembro
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Eduardo (Sporting de Braga)
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O número um do Sporting de Braga e, da Selecção Nacional de Portugal, tem sido sem dúvida, um dos grandes pilares deste sensacional Braga, orientado por Domingos Paciência. Através da sua eficácia entre os postes, o improvável líder do campeonato português, merece toda a confiança da sua defesa, fazendo da mesma, a melhor da actual temporada futebolística, tendo sofrendo até ao momento, um total de quatro golos, nestas seis primeiras jornadas.
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João Pereira (Sporting de Braga)
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Já na temporada transacta, o jovem lateral-direito e ex-jogador do Sport Lisboa e Benfica, tinha sido considerado um dos melhores na sua posição, ficando em igualdade com o ex-Rio Ave, Miguel Lopes, actualmente sob as cores do Futebol Clube do Porto, a actuar no campeonato português. Na presente temporada, mais maduro e, com um novo estatuto dentro do grupo (um dos capitães de equipa), João Pereira tem sido até ao momento, uma verdadeira seta apontada aos seus adversários, combinando com a sua apetência ofensiva, uma mais que justificada capacidade defensiva, conseguindo dessa forma, bloquear todas as manobras adversárias, garantindo uma estabilidade muito forte na sua defesa. Sem dúvida, uma das grandes certezas até ao momento.
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Moisés (Sporting de Braga)
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Uma das grandes surpresas da temporada. Um líder destacado no eixo da defesa "arsenalista", fazendo da sua linha defensiva, uma autêntica barreira aos seus opositores. Não sendo um atleta muito atractivo na sua forma de jogar dentro das quatro linha de jogo, Moisés é sem dúvida, uma das vozes activas dentro do campo, transportanto consigo, uma "cruél" e ponderada concentração, até ao último minuto de jogo. Excelente no jogo aéreo e muito versátil na marcação à zona, Moisés é claramente, um dos melhores defesas-centrais a actuar no presente campeonato nacional de Portugal.
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Luisão (Sport Lisboa e Benfica)
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O grande "capitão" do magnífico Benfica, de Jorge Jesus. O "gigante" ou o "girafa" brasileiro, encontra-se num dos seus melhores momentos de forma, desde que chegou ao campeonato nacional e ao plantel "encarnado", em meados no ano de 2003. Além de ser um titular indiscutível no eixo da defensiva "encarnada", Luisão é também uma das grandes apostas do seleccionador nacional do Brasil, Dunga. Se Luisão foi essencial no último título nacional do Benfica, na presente temporada, o defesa-central brasileiro, está a demonstrar o porquê, de ser considerado um dos melhores na sua posição, no actual panorama europeu. Um líder nato, uma voz de comando.
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Miguel Veloso (Sporting Clube de Portugal)
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Conquistou uma nova alma, dentro do plantel leonino. Actuando tanto a lateral-esquerdo, como a médio-defensivo, Miguel Veloso tem sido uma das agradáveis surpresas do campeonato, demonstrando que se encontra preparado para se afirmar em definitivo, no panorama futebolístico. Porém, a equipa não tem conseguido alcançar os resultados desejados, fazendo de Miguel Veloso um autêntico "Vagabundo" dentro de campo. Além de ter melhorado a nível táctico, Veloso tem sido também um dos principais "goleadores" do plantel "leonino". Devido ao seu actual crescimento de forma, Carlos Queirós tem sem dúvida, uma grande alternativa para o lado esquerdo da defesa nacional.
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Vandinho (Sporting de Braga)
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O "Patrão" deste Sporting de Braga. Todo o jogo passa pelos seus pés, demonstrando uma capacidade individual e táctica, fora do normal. Já na época transacta, na altura orientado por Jorge Jesus, actual técnico principal do Benfica, Vandinho tinha demonstrado ser um dos melhores na sua posição. Sob o comando de Domingos Paciência, o experiente médio brasileiro, tem realizado uma das melhores, senão a melhor temporada, desde a sua vinda para Portugal. Tendo um papel determinante no onze base do Sporting de Braga, Vandinho tem-se destacado, funcionando como um verdadeiro "pêndulo" entre as manobras defensivas e ofensivas.
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Ramires (Sport Lisboa e Benfica)
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Uma das grandes dúvidas neste Benfica, antes do começo do campeonato, face ao seu valor de compra (cerca de 7.5 milhões de euros) e, uma das grandes revelações do actual campeonato. Desde que chegou ao plantel "encarnado", Ramires tem-se destacado, pela sua capacidade de resistência, bem como, pela sua apetência pelos golos e pelas manobras ofensivas, sendo neste momento, um dos melhores marcadores da equipa. Se Di Maria tem sido uma autêntica "bala" no corredor esquerdo, Ramires é o espelho perfeito da sabedoria de um verdadeiro trabalhador operário, apesar dos seus 22 anos de idade. O médio internacional brasileiro sabe onde estar e onde não deve estar, é assim em todos os grandes jogadores. Com uma capacidade de aguentar 90 minutos de jogo, Ramires tem sido um dos grandes pilares do Benfica de Jorge Jesus.
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Alan (Sporting de Braga)
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O melhor jogador do campeonato no mês de Setembro, sem dúvida nenhuma. O veloz extremo brasileiro que, já representou e foi campeão no Futebol Clube do Porto, tem sido o grande "símbolo" do comandante Sporting de Braga. Através da sua magia e velocidade, Alan além de facturar em alguns momentos cruciais, nestas primeiras jornadas do campeonato, tem sido também um dos principais assistentes da sua equipa, realizando cruzamento letais para a grande área, aproveitando o jogo de cabeça dos avançados Meyong e Paulo César. O extremo brasileiro está a atravessar um dos melhores momentos da sua carreira e isso, é visivel na sua forma de jogar. Um forma simples e eficaz.
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Pablo Aimar (Sport Lisboa e Benfica)
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Se na primeira temporada ao serviço do Benfica, a carreira de Aimar ficou marcada por alguns formidáveis gestos técnicos, também é verdade que, foi marcada pelas inúmeras lesões, bem como, pelas fracas prestações dentro de campo, devido ao facto de estar longe, muito longe da sua forma física e da sua posição original. Com Quique Flores no comando, o número dez "encarnado" desempanharia as funções de segundo avançado, atrás de David Suazo ou de Óscar Cardozo. Jorge Jesus deu-lhe então a solução que todos procuravam: ser o patrão do meio-campo "encarnado", passando todo o jogo ofensivo pelos seus pés. Através de passes curtos, longos, de cruzamentos ou desmarcações, Pablo Aimar está novamente no topo da sua forma desportiva, algo que se verificaria mais tarde, ao ser chamado novamente à Selecção Nacional da Argentina, dois anos após o seu último encontro internacional. Com as cores do Benfica, Aimar promete ser uma dor de cabela para as equipas adversárias. Caso consiga aguentar toda uma longa temporada, Aimar será certamente um dos jogadores do presente campeonato.
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Falcão (Futebol Clube do Porto)
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Desejado pelos "encarnados" e contratado pelos "dragões", tal como sucederia com Álvaro Pereira, Falcão pegaria de estaca na linha ofensiva do Futebol Clube do Porto, tendo apontado um magnífico golos de cabeça, no dia da sua estreia, com as cores do Porto, diante do Paços de Ferreira. Neste momento, Falcão é um dos melhores marcadores do principal campeonato português e o grande "adversário" de Óscar Cardozo, na luta pela bota de prata. Um avançado muito móvel e de uma grande capacidade técnica, o colombiano tem sido uma das grandes revelações do campeonato, fazendo com o brasileiro Hulk e o uruguaio Crístian Rodríguez, um trio expolsivo no reino do Dragão. Sem dúvida, até ao momento, uma excelente aquisição por parte da direcção do Futebol Clube do Porto e um digno sucessor do argentino Lisandro López, no exico do ataque dos "dragões".
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Óscar Cardozo (Sport Lisboa e Benfica)
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O seu nome está a movimentar todo o universo futebolístico na Europa. O ano do tudo ou nada. O avançado paraguaio tem demonstrado ao longo das suas duas temporadas em Portugal que é, de facto um dos melhores avançados do futebol europeu. Sob as ordens de Jorge Jesus e, tendo já ultrapassado a marca dos 50 golos ao serviço do Benfica em pouco menos de duas temporadas e meia, Cardozo tem ganho muita confiança na linha ofensiva dos "encarnados". Neste momento, o paraguaio é o melhor marcador do campeonato, ficando-se com a sensação que este será o ano de Cardozo em Portugal. O ano em que ele, conseguirá demonstrar toda a sua veia goleadora. Porém, esta sua "nova vida" no Benfica (após ter sido claramente uma terceira escolha de Quique Flores no campeonato, porém terminando o mesmo, com 17 golos apontados) não se trata apenas das suas características individuais. Ao seu lado, Cardozo tem um dos melhores avançados dos últimos anos no futebol europeu, Javier Saviola de seu nome. Jogador que tem ajudado e muito o "gigante" paraguaio. Contudo, não só Saviola tem ajudado o número sete "encarnado", finalmente e pela primeira vez, desde que se encontra em Portugal, Óscar Cardozo tem uma equipa a jogar para si.
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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Máquina do Tempo: Bobby Robson

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Dados Pessoais
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Nome: Sir. Robert William "Bobby" Robson
Data de Nascimento: 18 de Fevereiro de 1933
Data de Falecimento: 31 de Julho de 2009
Naturalidade: Sacriston, Inglaterra
Posição: Avançado / Extremo
Altura: 1.78 cm
Peso: 72 kg
Internacionalizações A: 20 (4)
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Percurso Profissional
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1950-1956 : Fulham Football Club
1956-1962 : West Bromwich Albion Football Club´
1962-1967 : Fulham Football Club
1967-1968 : Vancouver Royal Canadians
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Técnico Principal
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1968-1969 : Fulham Football Club
1969-1982 : Ipswich Town Football Club
1982-1990 : Selecção Nacional de Inglaterra
1990-1992 : Philips Sport Vereniging
1992-1994 : Sporting Clube de Portugal
1994-1996 : Futebol Clube do Porto
1996-1997 : Fútbol Club Barcelona
1998-1999 : Philips Sport Vereniging
1999-2004 : Newcastle United Football Club
2006-2007 : Selecção Nacional da República da Irlanda (Consultor Técnico)
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Palmarés
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Presença no Campeonato do Mundo de Futebol: 1958, 1962, 1986, 1990
Taça Texaco: 1973
Semi-finalista da Taça de Inglaterra: 1975, 1981
Taça de Inglaterra: 1978
Taça UEFA: 1981
Torneio de Amesterdão: 1981
Vice-Campeonato Inglês: 1981, 1982
Semi-finalista da Taça da Liga Inglesa: 1982
Terceiro Lugar no Torneio da Cidade do México: 1985
Finalista do Torneio Azteca: 1985
Finalista da Taça Rous: 1985, 1987
Torneio Rous: 1986, 1988, 1989
Presença no Campeonato da Europa de Futebol: 1988
Quarto Lugar no Campeonato do Mundo de Futebol: 1990
Finalista da Supertaça da Holanda: 1991
Campeonato Holandês (Eredivisie): 1991, 1992
Supertaça da Holanda: 1992
Prémio Tributo da Associação de Escritores de Futebol: 1992
Taça de Portugal: 1994
Campeonato Português: 1995, 1996
Supertaça Cândido de Oliveira: 1996
Supertaça de Espanha: 1996
Vice-Campeonato de Espanha: 1997
Taça do Rei: 1997
Taça das Taças: 1997
Treinador Europeu do Ano: 1997
Finalista da Taça Intertoto: 2001
Troféu Pat Besford: 2001
Cavaleiro do Império Britânico: 2002
Finalista da Taça da Liga Asiática: 2003
Corredor da Fama do Futebol Inglês: 2003
Prémio Carreira (Sports Coach UK Awards): 2005
Personalidade Internacional do Ano (Eircom): 2006
Personalidade de Desporto do Ano (BBC): 2007
Prémio de Mérito da UEFA: 2008
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Bobby Robson
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Sir. Robert William "Bobby" Robson, nascido no dia 18 de Fevereiro de 1933 e, falecido no dia 31 de Julho de 2009 foi, um antigo futebolista internacional inglês e, após a sua retirada, técnico principal de várias equipas europeias, bem como, seleccionador nacional de Inglaterra. A sua carreira profissional, enquanto avançado, duraria cerca de vinte anos desportivos, durante os quais, representaria três clube: Fulham, West Bromwich Albion e, mais tarde os canadianos do Vancouver Royal. Ele também representaria a Selecção Nacional de Inglaterra por vinte ocasiões, tendo apontado inclusivé quatro golos. Findada a sua carreira como jogador profissional, Robson reencontraria o rumo do sucesso, tanto a nível clubístico, como a nível internacional, tendo conquistado campeonatos na Holanda e em Portugal, bem como, erguendo troféus em Inglaterra e em Espanha, liderando inclusivé, a selecção principal de Inglaterra às semi-finais do Campeonato do Mundo de 1990. O seu último acto, enquanto treinador principal, aconteceria ao serviço da Selecção da República da Irlanda, onde Robson assumiria as funções de consultor técnico da formação irlandesa. Robson seria ainda condecorado como Cavaleiro do Império Britânico em 2002, bem como, introduzido no Corredor da Fama do Futebol Inglês em 2003 e, ainda nomeado Presidente Honorário do Ipswich Town. Devido a vários problemas de saúde desde 1991, Bobby Robson não resistiria a uma dura batalha contra a sua própria vida, tendo falecido em Julho de 2009, na sua terra natal.
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Começo de Carreira
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Nascido em Sacriston, Condado de Durham, Robson seria o quarto de cinco filhos de Philip e Lilian Robson. Com apenas alguns meses de vida, a família Robson mudár-se-ia para perto da Vila de Langley Park, local onde o seu pai iria trabalhar como mineiro. Já em plena fase da adolescência, muitas foram as ocasiões em ele e o seu pai, iriam aos encontros do Newcastle United em St. Jame´s Park, percorrendo vários quilómetros de autocarro ou a pé. Robson elegaria Jackie Milburn e Len Shackleton como os seus ídolos de infância. Ambos militavam no Newcastle como avançados, posição que mais tarde Robson iria assumir durante toda a sua carreira profissional. Robson estudaria na "Waterhouses Secondary Modern School", contudo, o seu director não permitiria que a equipa de futebol participasse na liga. Dessa forma, ele começaria a jogar pela formação dos Langley Park Juniors nas manhãs de Sábado, com apenas 11 anos de idade e, aos 15 anos, Robson já representava o clube no escalão de Sub-18. Robson jogaria futebol em todas as ocasiões em que podia, porém, sem deixar de lado o seu principal ofício, o de electricista. Em Maio de 1950, Bill Dodgin, técnico principal do Fulham, faria uma visita particular a Robson, com o intuito de lhe oferecer um contrato profissional. Embora tenha-lhe sido oferecido uma outra proposta por parte do Middlesbrough, a oferta feita por Dodgin era demasiada atractiva para ser recusada. Dessa maneira, Robson assinaria pelo Fulham, mudando-se de pronto para os arredores de Londres, onde actuaria como extremo ou avançado, nas camadas jovens da formação inglesa. Robson também teria despertado o interesse do clube do seu coração, o Newcastle, porém, ele optaria por representar o Fulham devido ao facto de, "o Newcastle não fez qualquer esforço para garantir a minha aquisição".
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Carreira Profissional
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Embora tenha assinado um contrato profissional, o seu pai insistiria para que ele continuasse a sua vida como electricista. Ele passaria os dias a trabalhar no "Festival of Britain" e, a treinar durante três noites por semana nas camadas inferiores do Fulham. Eventualmente, Robson assumiria mais tarde a sua vontade e a sua carreira de futebolista profissional a tempo inteiro. Robson faria a sua estreia com a camisola do Fulham em 1950, recentemente promovido à First Division, num encontro frente à formação do Sheffield Wednesday. Anos mais tarde, Robson descreveria o Fulham como "um bom clube, um clube social... "mas" nunca... um sério candidato ao título". Todavia, Robson e o Fulham seriam relegados do topo do futebol inglês na temporada de 1951/1952. Contudo, quatro anos volvidos, Robson estava de volta à First Division, ao assinar contrato com o West Bromwich Albion em Março de 1956, num clube onde encontraria o técnico Vic Buckingham. A sua tranferência seria avaliada em cerca de 25.000 libras, um recorde histórico para o Albion na altura. Robson faria a sua estreia com a camisola do West Bromwich na derrota por 4-0, frente ao Manchester City, no dia 10 de Março de 1956. Na temporada de 1957/1958, Robson seria o melhor marcador da equipa no campeonato, tendo apontado um total de 24 golos, incluíndo quatro deles apontados na vitória por 5-1 frente à formação do Burnley. Ele faria um total de 257 encontros e 61 golos com a camisola do West Bromwich Albion, clube onde seria inclusivé, capitão de equipa nas temporadas de 1960/1961 e de 1961/1962. Todavia, em Agosto de 1962, Robson regressaria ao Fulham, após entrar em conflito com o vice-presidente do clube, Jim Gaunt, em relação ao aumento do seu salário. Tal desentendimento seria reflectido em campo. Gaunt recusaria negociar o seu contrato, tendo o jogador então, colocado o seu nome no mercado de transferências, onde dias mais tarde, seria (re)contratado pelo Fulham, pela quantia de 20.000 libras, num acordo que duplicaria o seu salário. Após a sua entrada no clube, o mesmo venderia de pronto os jogadores Alan Mullery e Rodney Marsh, reduzindo as hipóteses de Robson alcançar qualquer título a nível interno. Robson confessaria mais tarde que, "durante todo o meu tempo enquanto jogador, eu não ganhei nada". Apesar de um suposto interesse por parte do Arsenal e, da oferta do posto de treinador-jogador do Southend United, Robson deixaria o Fulham em 1967, para aceitar um contrato válido por três temporadas, com os canadianos do Vancouver Royal. Ele seria nomeado jogador-treinador na sua época de estreia (1968) na Liga Norte-Americana de Futebol e acreditem "... era uma chance demasiada boa para a perder". Tal posição seria de difícil aceitação. Porém, com a chegada de Ferénc Puskás, ao comando da equipa de San Francisco, Robson não se encontrava confiante no sucesso da sua equipa e, quando em Janeiro de 1968, o Fulham lhe ofereceu um contrato para orientar a equipa inglesa, Robson aceitaria de pronto o seu regresso a Craven Cottage.
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Carreira Internacional
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Durante a sua primeria passagem pelo Fulham, Robson participaria em duas digressões, uma pela Índia em 1955 e outra em 1956 pela África do Sul. Todavia, seria durante a sua estadia no West Bromwich Albion que ele seria recompensado com a sua ída à selecção principal de Inglaterra, tendo-se estreado nas convocatórias em 1956. Seria também no West Bromwich Albion que Robson conheceria o fututo internacional inglês e técnico-adjunto Don Howe. Ele conquistaria 20 internacionalizações pela Selecção Nacional de Inglaterra, tendo feito a sua estreia oficial em Novembro de 1957, na vitória frente à França, tendo facturado por duas ocasiões, na clara vitória por 4-0. Embora a sua estreia tenha sido bastante positiva, Robson ficaria de fora no encontro seguinte frente à formação escocesa, entrando no seu lugar o mítico e lendário Sir. Bobby Charlton. Porém, Robson seria um dos eleitos para disputar o Campeonato do Mundo de 1958, tomando dessa forma o lugar de jogadores como Nat Lofthouse e Sir. Stanley Matthews. Contudo, o atleta inglês regressaria da Suécia bastante desapontado, após a selecção inglesa ter sido eliminada pela União Soviética, no playoff da fase de grupos. Após o Mundial de 1958, Robson tornár-se-ia num dos membros habituais na selecção britânica, tendo alcançado um considerável sucesso durante um período entre Outubro de 1960 e Março de 1961, após ter alinhado na formação que conquistaria seis vitórias, incluíndo um golo apontado, na vitória histórica por 9-3 frente à Escócia, no memorável Estádio de Wembley. Robson seria ainda convocado para a fase final do Campeonato do Mundo de 1962, no Chile. Contudo, uma lesão no joelho, afastaria-o durante grande parte do torneio. Robson diria que, "Eu nunca mais joguei pela Inglaterra... a minha carreira internacional estava terminada".
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Técnico Principal
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Em 1959, o então seleccionador nacional de Inglaterra e Director da Federação Inglesa de Treinamento, Walter Winterbottom, sugeriu a Robson para que o mesmo tirasse o curso de treinador em Lilleshall. Robson faria a sua estreia como técnico principal em Janeiro de 1968, no comando do seu antigo clube, o Fulham, frente ao Macclesfield Town, na altura a militar na Cheshire League, na terceira ronda da Taça de Inglaterra. O Fulham encontrava-se numa posição bastante complicada, com apenas 16 pontos em 24 encontros. Apesar da aquisição do jovem Malcolm Macdonald, Robson não conseguiria salvar o clube da descida de divisão, tendo deixado o clube em Novembro, com o clube a ocupar a oitava posição da Second Division. Ele descobriria que fora despedido, não através do próprio clube, mas, através de um tíulo de jornal (Evening Standard): "Robson despedido". Ele mudár-se-ia então para o Ipswich Town em 1969 e, seria nesse mesmo clube que Robson conseguiria estabelecer-se enquanto treinador de sucesso. Após quatro épocas menos positivas, Robson comandaria o Ipswich ao quarto lugar da First Division e, conseguiria ainda alcançar a Taça Texaco na temporada de 1972/1973. Nas nove temporadas seguintes, o Ipswich terminaria em sexto lugar na First Division apenas por uma ocasião, na época de 1977/1978. Todavia, essa mesma época, seria de grande êxito para Robson, ao conquistar a Taça de Inglaterra, após derrotar na final, o poderoso Arsenal por 1-0. O seu reinado no Ipswich duraria 13 anos, durante os quais, terminaria por duas vezes como vice-campeão inglês, bem como, uma das presenças habituais nas competições europeias, tendo conquistado inclusivé, a Taça UEFA em 1981, após eliminar os holandeses do AZ Alkmaar no conjunto dos dois encontros finais (5-4). Durante as 13 temporadas em que esteve no comando do Ipswich, Robson contrataria apenas 14 jogadores vindos de outros clubes, apostando dessa forma, em atletas formados no próprio clube. Em 2002, como reconhecimento dos seus feitos para com o clube, uma estátua seria erguida, mesmo em frente ao Portman Road. No dia 7 de Julho de 2006, Robson seria nomeado Presidente Honorário do Ipswich Town Football Club, o primeiro desde Lady Blanche Cobbold, que entretanto falecera em 1987.
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Seleccionador Nacional
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Os feitos de Robson ao serviço do Ipswich garantiu-lhe um lugar na Associação de Futebol, para a posição de Seleccionador Nacional, recusando dessa forma, um contrato válido por dez temporadas por parte do director do Ipswich, Patrick Cobbold. No dia 7 de Julho de 1982, dois dias após a formação inglesa ter sido eliminada do Campeonato do Mundo de 1982, Robson tomaria o lugar anteriormente ocupado por Ron Greenwood, elegendo para seu braço-direito, o seu antigo companheiro de equipa no West Bromwich Albion, Don Howe. O primeiro encontro de Robson no comando técnico seria prontamente controverso, após deixar de fora da convocatória Kevin Keegan, do encontro frente à Dinamarca. No dia 21 de Setembro de 1983, Robson sofreria a sua única derrota em 28 encontros de qualificação, enquanto seleccionador nacional de Inglaterra. A derrota em si, seria novamente frente aos dinamarqueses, algo que deixaria a formação inglesa, fora do Campeonato da Europa de 1984 e, como resultado de tal facto, Robson colocaria o seu lugar à disposição, a favor de Brian Clough. O seu pedido seria recusado pelo Presidente da Federação Inglesa, Bert Millichip. Como consequência, Robson comandaria a selecção inglesa ao Campeonato do Mundo de 1986, no México. A Selecção de Inglaterra começaria a competição de uma forma "pobre", tendo como principal baixa, o seu capitão Bryan Robson, devido a uma lesão no ombro. Bobby Robson mudaria então, a sua táctica de jogo, no último encontro da fase de grupos, colocando Peter Beardsley no lugar de Mark Hateley para fazer dupla com Gary Lineker. A equipa ganharia os dois encontros seguintes, frente à Polónia e ao Paraguai, ambos por 3-0, qualificando-se assim, para os quartos-de-final da prova. A formação britânica defrontaria então, nos últimos oitavos-de-final a poderosa Argentina de Diego Armando Maradona, num encontro em que os sul-americanos venceriam por 2-0, com dois golos da autoria de Maradona; a famosa "Mão de Deus" e o "Golo do Século" apontado cinco minutos após o primeiro tento. Se no primeiro golo, Maradona teria uzado a sua mão para influenciar o resultado, já no segundo, o astro argentino, colocaria em prática toda a sua magia e arte, ultrapassando vários jogadores, antes do meio-campo, finalizando uma das melhores jogadas individuais de todos os tempos. Toda a arte do futebol numa jogada só. Maradona diria que fora uma intervenção de Deus, Robson por outro lado, responderia que se tratou de puro roubo. A formação de Robson deixaria fugir apenas um ponto na fase de qualificação para o Europeu de 1988, nos quais inclui a vitória por 8-0 frente à Turquia. Contudo, tal feito seria seguido a um torneio de enorme frustração, realizado na Alemanha de Leste, onde a selecção inglesa seria eliminada ainda na fase de grupos. Os ingleses terminariam em último lugar, após as derrotas frente à República da Irlanda, Holanda e URSS. A "cabeça" de Robson estava novamente visada pela imprensa e, após o empate no amigável frente à Arábia Saudita, um jornal diria: "Em nome de Allah, vai". Mais uma vez Robson colocaria o seu lugar à disposição e, mais uma vez seria prontamente recusado por Millichip (novamente com Brian Clough como a principal razão). Robson comandaria os ingleses, sem sofrer um único golo, durante os seis encontros de qualificação, para o Campeonato do Mundo de 1990. Por mais uma ocasião, a formação inglesa teria como concorrentes directos, as selecções da Holanda e da República da Irlanda, sendo o Egipto a quarta equipa do respectivo grupo. Tal como no Mundial de 1986, Robson não poderia contar com os contributos do seu capitão Bryan Robson, novamente lesionado, desta vez no tendão de Aquiles. A selecção inglesa terminaria em primeiro, qualificando-se com quatro pontos em três encontros. Porém, o seu progresso não seria visto sem polémica. A formação inglesa mudaria do seu tradicional 4x4x2, para colocar em campo um libro, com alguns a sugerir que tal feito se deveu à revolta de alguns jogadores, após o empate a uma bola, frente aos irlandeses. Robson negaria tal coisa: "... Eu fiz a mudança, não eles. Eu não tive qualquer proposito de permitir que Van Basten e Gullit provocassem buracos na nossa equipa...". Tal comunicado seria seguido após as vitórias sobre a Bélgica e os Camarões na fase de playoff, colocando os ingleses nas semi-finais frente à Alemanha de Leste. A Inglaterra perderia o encontro nas grandes penalidades, após o empate a uma bola nos 120 minutos iniciais. Mais tarde, Robson diria que "não passa um único dia em que eu não pense na semi-final e em outras opções que eu poderia ter tomado".
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De Volta aos Campeonatos Nacionais
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Antes do Mundial de 1990, a Federação Inglesa de Futebol diria a Robson que não iria renovar o seu contrato como seleccionador nacional, portanto, ele mudár-se-ia para a Holanda para orientar a formação do PSV Eindhoven que, estava em busca de um técnico que fosse capaz de introduzir alguma disciplina na equipa. Robson descreveria a sua mudança como "um choque cultural "mas com"... um sentido de aventura". Além da cultura táctica, outro dos grandes desafios de Robson no comando do PSV seria lidar com o temperamento do internacional brasileiro Romário. Robson ficaria bastante frustrado com a forma de estar no futebol por parte do avançado. Muitas foram as conversas com o avançado brasileiro, tendo como tradutor o seu adjunto Frank Arnesen. Tais conversas provariam ser insuficientes, com Romário a continuar com os seus velhos hábitos de vida. Apesar disso, o PSV conseguiria conquistar o bi-campeonato nas temporadas de 1990/1991 e de 1991/1992. Todavia, a equipa não conseguiria dar o mesmo seguimento nas competições europeias. Com o clube holandês a querer mais para o seu futuro, o técnico inglês seria informado que o seu contrato terminaria no final da temporada de 1992. Robson mudár-se-ia então para o Sporting Clube de Portugal em Julho de 1992, tendo como seu intérprete, o jovem José Mourinho, futuro técnico do FC Porto, Chelsea e Inter de Milão. Robson comandaria o clube ao terceiro lugar do campeonato, admitindo na altura que, o clube se encontrava "... num estado terrível". Ele descreveria o presidente do clube leonino como um "canhão solto", adquirindo jogadores muitas vezes sem o seu consentimento. Em Dezembro de 1993, Robson seria demitido do cargo, deixando o clube no topo do campeonato português. O presidente leonino, José Sousa Cintra diria que os fracos resultados obtidos na Taça UEFA, seriam as principais razões para a sua saída. O Futebol Clube do Porto, um dos principais rivais do Sporting, não demoraria a contratar o técnico inglês, com Mourinho apontado como o seu novo treinador-adjunto. Os "dragões" encontravam-se num péssimo estado, na altura da sua entrada no clube. Como ironia do destino, o antigo clube de Robson encontraria o Futebol Clube do Porto na final da Taça de Portugal, prova onde os "dragões" consguiriam garantir a vitória, seguindo-se posteriormente os campeonatos nacionais de 1995 e de 1996. Durante o Verão de 1996, o telefone tocaria por parte do vice-presidente do Barcelona, Joan Gaspart, com a intensão de, adquirir o passe do internacional português Luis Figo, um dos grandes alvos de Bobby Robson. O técnico inglês, assinaria pelo Barcelona em Julho de 1996, tendo mais uma vez, José Morurinho como seu braço-direito (uma das condições de Robson). Uma das ideias-chave de Robson durante a sua curta passagem por Nou Camp, seria a aquisição do avançado brasileiro Ronaldo, na altura a militar nos holandeses do PSV Eindhoven, pela quantia de 19.5 milhões de libras, jogador que seria determinante, numa época em que o Barcelona conquistaria a Taça do Rei, a Supertaça de Espanha e a Taça das Taças. Robson nessa mesma temporada, seria nomeado treinador europeu do ano, bem como, Ronaldo eleito o melhor jogador do mundo nesse mesmo ano. A temporada de 1997/1998, ficaria marcada pela sua mudança de papel no clube espanhol, retirando-se do cargo de técnico principal para assumir o cargo de consultor técnico, ficando no seu lugar o holandês Louis Van Gaal. Contudo, Robson apenas desempenharia tais funções durante uma única temporada, regressando posteriormente ao comando dos holandeses do PSV Eindhoven, num acordo válido por uma época. A formação holandesa, não conseguiria alcançar o desejado título nacional, terminando o campeonato em terceiro lugar, atrás de Feyenoord e Willem II. Porém, conseguiria qualificar o clube para a Liga dos Campeões, a disputar na temporada seguinte.
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Regresso a casa
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Com o final do seu contrato, Robson regressaria a Inglaterra, para assumir um cargo no Departamento Técnico da Associação de Futebol, contudo, com a demissão de Ruud Gullit do comando do Newcastle United, Robson mudár-se-ia para St. Jame´s Park em Setembro de 1999. Robson estava bastante descontente com o salário oferecido por parte do clube, porém, renegociado mais tarde por uma verba a rondar 1 milhão de libras por época. No seu primeiro encontro no comando, o Newcastle (no último lugar do campeonato) enfrentaria o penúltimo classificado, Sheffield Wednesday, esmagando-os por uns claros 8-0. Na sua primeira época no comando (1999/2000), Robson lideraria o clube ao 11º lugar da tabela, conquistando 14 vitórias em 32 encontros. Em finais de 2000, com a demissão de Kevin Keegan da selecção nacional de Inglaterra, a Federação Inglesa de Futebol, pederia ao Presidente do Newcastle, Freddy Shepherd, a sua permissão para que Robson tomasse o lugar de Keegan, porém, tal pedido, seria prontamente recusado por Robson. O experiente técnico inglês guiaria o Newcastle do fundo da tabela, ao quarto lugar do campeonato, na temporada de 2001/2002. Na época seguinte, o Newcastle terminaria em terceiro lugar, qualificando assim, a equipa para a Liga dos Campeões, pelo segundo ano consecutivo. Apesar da qualificação, Robson não conseguiria manter o clube na competição, ficando-se apenas pela Taça UEFA na temporada de 2003/2004. No final da mesma época, o Newcastle United terminaria em quinto lugar, a cinco pontos apenas da fase de qualificação para a Liga dos Campeões, contudo, Robson conseguiria alcançar as semi-finais da Taça UEFA, após ter sido eliminado pelos franceses do Marselha. Robson ficaria no comando do Newcastle até 30 de Agosto de 2004, após ter sido demitido por Freddy Shepherd, como resultado do mau início de campeonato, bem como, algum descontentamento por parte de alguns jogadores. Após ter lançado a sua autobiografia, onde faria duras críticas ao seu antigo presidente Freddy Shepherd, Robson no dia 7 de Junho de 2005, recusaria o convite para orientar a equipa dos Heart of Midlothian, devido ao simples facto de, o mesmo querer ficar a residir nos arredores de Newcastle. No dia 13 de Janeiro de 2006, Steve Staunton seria apontado como o novo seleccionador nacional da República da Irlanda, com Robson a ser nomeado como o novo consultor técnico da formação irlandesa. No dia 17 de Novembro de 2007, Robson deixaria o cargo de consultor, após a não qualificação por parte da formação irlandesa, para o Campeonato da Europa de 2008.
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Desaparecimento de um verdadeiro cavalheiro do futebol
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No dia 31 de Julho de 2009, Robson faleceria após uma longa luta contra o cancro na sua terra natal, no Condado de Durham, com a idade de 76 anos de idade. Após a notícia da sua morte, muitas foram as figuras ligadas ao desporto e ao mundo político que lhe prestaram uma última homenagem. O treinador do Manchester United, Sir. Alex Ferguson diria que Robson fora "um grande amigo, um maravilhoso indivíduo e um tremendo homem do futebol". O Presidente da UEFA, Michel Platino diria: "Ele será recordado não apenas pela sua carreira enquanto jogador e, pela sua espantosa carreira como treinador, tanto a nível clubístico, como a nível internacional, mas também devido ao facto de se tratar de uma pessoa gentil e um grande ser humano".
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