Tudo o que precisava de saber sobre o mundo do futebol

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Máquina do Tempo : Billy Wright

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Dados Pessoais
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Nome: Sir. William Ambrose "Billy" Wright
Data de Nascimento: 6 de Fevereiro de 1924
Data de Falecimento: 3 de Setembro de 1994
Naturalidade: Ironbridge, Shropshire, Inglaterra
Posição: Lateral-Direito / Defesa-Central
Altura: 1.73 cm
Peso: 75 kg
Internacionalizações A: 105 (3)
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Percurso Profissional
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1939-1959 : Wolverhampton Wanderers Football Club
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Técnico Principal
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1960-1962 : Selecção Nacional de Inglaterra de Sub-21 e Sub-23
1962-1966 : Arsenal Football Club
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Palmarés
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Taça da Guerra da Liga de Futebol: 1942
Terceiro Classificado do Campeonato Inglês: 1947, 1953, 1956
Campeonato Britânico: 1947, 1948, 1950, 1952, 1953, 1954, 1955, 1956, 1957, 1958, 1959
Taça de Inglaterra: 1949
Supertaça de Inglaterra: 1949, 1954, 1959
Vice-Campeonato Britânico: 1949, 1951
Vice-Campeonato Inglês: 1950, 1955
Presença no Campeonato do Mundo de Futebol: 1950, 1954, 1958
Jogador do Ano: 1952
Jogador Internacional do Ano: 1952
Campeonato Inglês: 1954, 1958, 1959
Bola de Prata: 1957
Finalista da Supertaça de Inglaterra: 1958
Ordem do Império Britânico: 1959
100 Lendas do Futebol Inglês: 1998
Corredor da Fama do Futebol Inglês: 2002
Melhor Jogador da História do Wolverhampton Wanderers: 2007
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Billy Wright
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Caso estivessemos perante um jornal, onde encontrásse-mos uma história, sobre um homem de boa aparência, de cabelo loiro, com uma carreira futebolística gloriosa, que se tornou capitão de uma equipa de topo do futebol inglês, que conquistou a Taça de Inglaterra e vários títulos a nível nacional, que seria seleccionado para representar a Selecção Nacional de Inglaterra, onde se tornaria capitão da mesma, alcançando um recorde de 90 encontros consecutivos com a braçadeira de capitão, que alcançaria pela primeira vez na história do futebol mundial, as 100 internacionalizações, disputando 70 encontros internacionais consecutivos, "comandando" a sua selecção a três fases finais do Campeonato do Mundo de Futebol, disputando cerca de 700 encontros em toda a sua carreira profissional, sem nunca ter sido advertido com um único cartão amarelo ou vermelho, que foi idolatrado e adorado por toda uma nação, que se tornaria famoso por se ter casado com uma glamorosa rainha da música pop e, que ambos "viveram felizes para sempre", todos esses leitores diriam que tudo isto não passaria de uma história imaginária, impossível de ser verdade. Porém, por muito surreal que possa parecer, para Billy Wright não foi certamente um conto de fadas, esta foi a história real da sua vida...
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Os primeiros passos
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William Ambrose Wright, mais conhecido no mundo do futebol como Billy Wright, nascera na Rua 33 Belmont, em Ironbridge, Shropshire, no dia 6 de Fevereiro de 1924. O seu pai, trabalhara numa fábrica de ferro, disputando também ele, alguns encontros, enquanto futebolista amador. Billy Wright estudaria na Madeley Senior School, local onde começaria a dar os seus primeiros passos no mundo do futebol, enquanto avançado-centro, com as cores da selecção do colégio. Ele fora um jovem futebolista extraordinário, um avançado temível que, em tempos apontaria dez golos, num único encontro. Em 1938, encorajado pelo seu professor, Mr. Norman Simpson, Billy Wright responderia a um anúncio de um jornal local, o "Express & Star", onde estava descrito que, o poderoso Wolverhampton Wanderers estava a convidar jovens promessas do futebol, para treinos de captação. No início, o técnico principal dos "Wolves", Major Frank Buckley diria que Billy era demasiado baixo para competir nas equipas de formação, deixando dessa forma o jovem Wright completamente devastado. Contudo e, felizmente para a história do futebol, vinte minutos volvidos e, Major mudara radicalmente de opinião, dando-lhe assim, uma oportunidade de mostrar todo o seu real valor, assinado posteriormente, um contrato válido por oito meses.
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Uma carreira, um único amor
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Conhecido entre os seus companheiros como o "branquinho", devido ao seu cabelo loiro, bem como, por "torpedo de Ironbridge", Billy deixaria com o passar dos tempos, da posição de avançado para a de lateral e, mais tarde na sua carreira, para defesa-central. Ele faria a sua primeira aparição com a camisola de reservas dos "Wolves", com apenas 14 anos de idade, frente à formação do Walsall Wood, num encontro a contar para a Liga Inferior de Walsall, colocando o seu nome na história do clube um mais tarde, ao estrear-se com as cores da formação principal, em 1939, frente à formação do Notts County. Na sua primeira época, a de 1938/1939, os "Wolves" terminariam o campeonato nacional na segunda posição, da tabela classificativa, numa época onde o magnífico Dennis Wescott apontaria 43 golos em 43 encontros. Meses mais tarde, com o aparecimento da Segunda Grande Guerra Mundial, a temporada de 1939/1940 seria suspensa, com apenas três jornadas decorridas. Billy entretanto, assinara o seu contrato profissional, no dia 17 de Fevereiro de 1941. Durante a era de conflito, seriam disputados alguns encontros informais, onde Billy (a par de Jimmy Mullen) seria uma das grandes "estrelas", ao ser convidado de honra de diversos clube de topo do futebol inglês, tais como o Leicester City.
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De herói de guerra a herói nacional
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Ele também sofreria uma grave lesão no seu joelho, num encontro frente ao West Bromwich Albion, em Molineux em 1942, numa partida a contar para a Taça de Inglaterra, facto que deixaria a maior parte dos seus adeptos bastante receosos, em relação ao seu futuro no mundo do futebol. Felizmente, ele faria uma espantosa recuperação e, já em idade adulta, o jovem Billy Wright juntár-se-ia ao Exército Britânico, onde assumiria as funções de Instrutor de Treino Físico, tendo sido promovido a Sargento, no final das suas obrigações militares. Com o fim do conflito, os vários campeonatos europeus retomariam a sua normalidade, entre eles o da Premier League em meados de 1946. No dia 28 de Setembro do mesmo ano, Billy de apenas 22 anos e 234 dias de idade, conquistaria a sua primeira internacionalização pela selecção de Inglaterra (encontro número 227), numa partida frente à formação da Irlanda do Norte. A formação inglesa ganharia esse mesmo encontro por uns claros 7-2. Nesse mesmo ano, ele também defrontaria as formações da República da Irlanda (1-0), País de Gales (3-0), Holanda (8-2), Escócia (1-1), França (3-0), Suíça (0-1) e Portugal (10-0). Desde 1946, a presença de Billy seria vital para o sucesso dos "Wolves", na fase de pós-guerra, terminando quase sempre o campeonato nacional, em posições cimeiras. Em 1948, ele seria nomeado o novo capitão da selecção inglesa e, um ano mais tarde, em 1949, ele "comandaria" os "Wolves" à vitória final na Taça de Inglaterra, frente à formação do Leicester City, no mítico e lendário Estádio de Wembley. Durante os finais da década de 40 e da década de 50, Billy Wright "lideraria" tanto a equipa dos "Wolves" como da própria selecção inglesa. Por essa altura, os "Wolves" conquistariam três títulos nacionais, chegariam ainda a três segundos lugares, a três terceiros lugares e, por três ocasiões, terminariam a competição nos cinco primeiros lugares. Billy Wright conquistaria ainda a Taça de Inglaterra e, chegaria à final, bem como à semi-final da Taça da Liga Inglesa. As grande equipas da década de 50, como a do Wolverhampton, dariam inicio a um novo ciclo, a uma nova era no futebol europeu, dando a Billy a perfeita possibilidade de coleccionar internacionalizações pelo seu país. Com a paz retomada e, com os principais campeonatos europeus no seu activo, o mundo do futebol estava de volta, a alegria do povo estava retomada. Para os adeptos dos "Wolves" seria como uma bênção, o regresso de Billy Wright, após sete anos de ausência. Com o afastamento de Stan Cullins dos relvados profissionais, no final de 1947, Billy Wright seria nomeado o novo capitão dos "Wolves". Nas duas épocas seguintes, Billy falharia apenas dez encontros no campeonato, conseguindo todavia, a sua maior honra até ao momento, ao conquistar a Taça de Inglaterra, em 1949, derrotando na final, o poderoso Leicester City. Na temporada seguinte, a equipa do Wolvehampton terminaria o campeonato na segunda posição, ficando apenas atrás do campeão Portsmouth, por uma questão de golos apontados. Na temporada de 1950/1951, os "lobos" acabariam a competição num decepcionante 14º lugar, perdendo inclusivé, a semi-final da Taça de Inglaterra para o Newcastle United. A época seguinte também não seria de grande memória para os adeptos do Wolverhampton. Contudo, no final da temporada de 1952/1953, os "Wolves" conseguiriam alcançar um espantoso terceiro lugar, deixando no ar a promessa da conquista do título nacional, que seria alcançado no ano seguinte. Um feito histórico, para um clube de dimensões bastante inferiores ao grandes de Inglaterra, como o Manchester United, o Liverpool, o Arsenal, o Leicester City, o Tottenham e o Leeds United. Nas três temporadas posteriores ao título, a equipa terminaria em segundo, terceiro e sexto respectivamente, antes de conquistar o bicampeonato nacional em 1958 e em 1959. De 1950 a 1959, Billy Wright falharia apenas 31 encontros, com a camisola do Wolverhampton, não devido a lesões, não devido a castigos, mas sim por motivos internacionais (selecção).
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Um líder por natureza
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No seu geral, poucos foram os encontros que o pequeno fenômeno inglês falharia. Devido à Segunda Guerra Mundial, o conflito encurtaria a sua carreira profissional em sete épocas consecutivas. Dessa forma, torna-se ainda mais memorável a conquista dos históricos 105 encontros com a camisola principal de Inglaterra, em apenas 14 épocas, enquanto profissional de futebol (de 1938 a 1959), alcançando uma média de 7.5 internacionalizações por ano. Não fosse o seu "desvio", devido ao conflito mundial e, Billy Wright conseguiria muito provavelmente mais 52 internacionalizações, totalizando-lhe 157 encontros a nível internacional. Naquela altura, não havia substituições no decorrer dos jogos, nessa perspectiva, uma internacionalização era premiada por um jogo completo. Casos muito diferentes dos dias de hoje, onde qualquer jogador que entre em campo, por muito pouco tempo que seja a sua utilização, esses mesmos minutos (em alguns casos segundos) contam como uma internacionalização, deixando Billy Wright num patamar ainda mais superior aos jogadores internacionais da actualidade, face ao seu esforço para atingir a marca das centenas. Um verdadeiro mestre da perfeição, Billy também seria abençoado pela sua agilidade dentro de campo. Ele tinha uma capacidade de elevação perto dos dois metros de altura, deixando praticamente qualquer adversário sem qualquer hipótese no jogo aéreo. De alguma forma, Billy Wright conseguia dar a sensação de que estava a voar sobre o seu adversário. No entanto, o seu maior dom, seria certamente, a sua genialidade como conseguia ler todo o encontro, antecipando-se a qualquer ofensiva adversária. Fosse através das suas míticas corridas ou antecipações, Billy era quase sempre "o pronto-de-socorro" dos seus companheiros. "Eu apenas tinha duas coisas na minha mente enquanto jogador: ganhar a bola e passá-la ao companheiro que se encontrasse mais perto de mim". Para Billy, a simbologia da braçadeira de capitão, significava a arte da liderança, nunca fazendo da mesma, uma perfeita ditadura. Ele fora sem dúvida, um espantoso desportista, personificando tudo o que poderá ou poderia servir de exemplo para os mais novos e para os mais velhos. É verdade... Billy Wright foi um verdadeiro cavalheiro do desporto, uma inspiração para todos os jogadores que o rodeavam. Ele treinava de forma árdua, contudo, sempre com tempo para ajudar os mais novos membros da sua equipa. Muito embora tivesse disputado a maior parte dos seus encontros, enquanto defesa, na sua carreira profissional, ele totalizaria perto de 700 encontros oficiais, onde em nenhum deles, viria um único cartão amarelo ou vermelho. Talvez também este será um feito histórico e, verdadeiramente impossível de alcançar ou de se igualar. A sua última temporada com as cores dos "Wolves" seria a de 1958/1959, numa altura em que detinha mais de 600 encontros em todas as frentes nacionais. O anúncio do seu afastamento, no Verão de 1959, faria com que toda uma nação, invadisse quase toda a cidade de Wolverhampton, saudando o "filho mais nobre do futebol inglês", que aos 35 anos de idade, deixaria o mundo do futebol mais pobre com a sua saída.
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O primeiro centenário da história do futebol mundial
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Billy Wright faria a sua estreia com a camisola principal da Selecção Nacional de Inglaterra, no dia 19 de Janeiro de 1946, num encontro frente à formação da Bélgica, onde os ingleses venceriam por 2-0. No entanto, a sua estreia oficial, aconteceria no dia 28 de Setembro de 1946, com apenas 22 anos de idade, frente à formação da Irlanda do Norte, num encontro disputado em Windsor Park, Belfast, onde a formação inglesa esmagaria os irlandeses por uns claros 7-2, numa partida a contar para o Campeonato Britânico de 1947. Após a sua estreia, nunca mais os ingleses seriam os mesmos. Com o "pequeno génio" em campo, os ingleses tornár-se-iam imparáveis, numa equipa temível e, essencialmente colectiva. Dois dias após a conquista da sua primeira internacionalização, Billy Wright faria o seu segundo jogo pela formação de Inglaterra, frente à República da Irlanda, onde mais uma vez, os ingleses seriam mais felizes, ao vencerem pela margem mínima em Dalymount Park, em Dublin. A partir desse momento, seguiriam-se encontros que se tornariam lendários, seja por bons motivos ou por maus motivos, como foi o claro exemplo, frente à formação da poderosa Hungria, de Ferenc Puskás que, em apenas dois encontros, apontou nada mais, nada menos do que... 13 golos, contra apenas quatro a favor dos ingleses. Billy Wright entraria na história do futebol mundial, não apenas por ser o capitão com mais jogos consecutivos, não por ser o jogador com mais jogos com a braçadeira de capitão, mais sim por ter sido o primeiro jogador profissional, a atingir a fantástica marca das 100 internacionalizações por uma selecção. O encontro em si, aconteceria no dia 11 de Abril de 1959, precisamente no mesmo dia, em que a sua filha Victoria (Vicky) nascera. Com o Estádio Wembley completamente cheio de adeptos ingleses, feverosos de vitórias e, orgulhosos do seu mais que "brilhante" jogador. O resultado, não teve qualquer história por contar. Para a história, fica sim, o dia em que Billy Wright atingiu as centenas. Após esse feito histórico, Billy Wright disputaria mais cinco partidas, com as cores da selecção. A sua despedida, acomteceria no dia 28 de Maio de 1959, em Los Angeles, frente à formação dos Estados Unidos da América, num encontro em que os ingleses foram claramente superiores, silidrando os americanos por 8-1. Uma justa despedida, para um jogador que deu tudo o que poderia dar ao seu país. Muito embora, nunca tenha alcançado nenhum título a nível internacional, a verdade é que Billy Wright é um dos poucos jogadores do Século XX a alcançar três fases finais do Campeonato do Mundo de Futebol: 1950 (Brasil), 1954 (França) e 1958 (Suiça). Dos seus 105 encontros internacionais, 60 acabariam em vitória, 23 empates e 21 derrotas, sendo um dos jogos foi por abandono. O seu recorde de 105 internacionalizações, seria mantido nos próximos vinte anos, tendo sido apenas superado em 1970, pelo eterno Bobby Charlton (106) e, mais tarde, por Bobby Moore (108), Peter Shilton (125) e David Beckham (115).
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Fama fora dos relvados
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Billy Wright encontraria a mulher perfeita ("Miss Right"), na encantadora Joy Beverley, das famosas Beverley Sisters, da qual casaria em 1958. Porém, não se deixem cair no erro... Billy e Joy foram uma versão "romântica" de "Posh & Becks" nos seus dias, sendo sempre alvo de interesse e da comunicação social. Billy foi ainda o primeiro futebolista a entrar no mundo da publicidade. De facto... ao recuarmos no tempo, poderemos afirmar que Billy Wright foi o exemplo perfeito do que um jogador moderno, dos dias de hoje, deveria de ser. Um homem calmo, com uma vida social bastante activa e, sempre presente nos momentos certos e nos eventos certos, sem que a polémica fizesse parte da sua vida quotidiana. Quando Billy Wright, perto do final da sua carreira profissional, casou com a glamorosa cantora pop Joy Beverley, ele entraria claramente em território nunca antes "penetrado" por praticantes de futebol profissional: o mundo das celebridades e dos media.
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Uma nova vida
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A sua aventura enquanto técnico principal, aconteceria em 1960, pelas camadas jovens da Selecção Nacional de Inglaterra de Sub-21 e de Sub-23, antes de ser anunciado, em 1962, como o novo técnico do Arsenal Football Club, substituíndo dessa forma George Swindin. Sob o comando de Wright. o Arsenal começaria a época bastante forte, terminando o campeonato na sétima posição, qualificando dessa forma, o clube inglês para as competições europeias, pela primeira vez na sua história. Billy Wright ganharia ainda mais reputação, muito graças às "suas" aquisições, como Bob Wilson, Joe Baker e Frank McLintock. Contudo, também por jogadores que nada trouxeram de novo ao clube, como foi o claro exemplo de Ian Ure. O Arsenal não conseguiria ultrapassar o sétimo posto alcançado na época transacta, tendo a sua carreira no clube, caíndo numa espiral sem volta a dar. Billy Wright seria demitido do cargo de treinador principal do Arsenal no Verão de 1966, após ter entrado na história do clube, ao ser considerado o treinador com piores resultados ou com menor percentagem de vitórias após-guerra. Mais tarde, Billy Wright seria apontado Director Desportivo da ATV e Central Television, antes de em 1989, retomar ao seu clube de sempre, o Wolverhampton Wanderers, enquanto director, com uma das mais memoráveis recepções de boas-vindas de todos os tempos.
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Um legado difícil de igualar
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Em 1993, quando o antigo "dono" dos "Wolves", o multimilionário homem de negócios Sir. Jack Hayward, um adepto incondicional do Wolverhampton, decidiu re-desenvolver o Estádio Molineux, ele chamaria ao mesmo, de Billy Wright. Sir. Jack, um fino cavalheiro, ainda vira Billy jogar por diversas ocasiões. Ele também ergueria uma enorme estátua de bronze, com a figura mítica de Billy Wright, monumento que seria elevado três anos depois, tendo sido colocado mesmo em frente ao Estádio Molineux. Tristemente, Billy não chegaria a ver tal homenagem à sua pessoa, ao seu futebol, que anos atrás deslumbrou meio mundo e não só. Em meados de 1959, Billy Wright seria premiado com o maior tributo ou "prémio" de toda a sua carreira, ao ser distinguido com a Ordem do Império Britânico, pelas mãos da própria Rainha de Inglaterra, no Palácio de Buckingham. O "grande" Billy Wright, cavaleiro de sua Majestade e do Império Britânico, faleceria no dia 3 de Setembro de 1994, na sua terra, em Barnet Hertfordshire, aos 70 anos de idade, após uma dura e longa batalha contra o cancro. O seu funeral, realizado na semana seguinte, conseguiria alcançar grande parte do centro de Wolverhampton, estendendo-se pela cidade fora, onde milhares de pessoas, prestariam uma última homenagem ao homem que fora no passado. Para todos aqueles que o conheceram, ou que jogaram ao seu lado, para todos aqueles que ele conseguiu inspirar, para a sua família e amigos, para todos os seus fãns que tiveram a felicidade de o ver jogar e, para todos aqueles que nunca chegaram a vê-lo, contudo, rendidos aos seus feitos históricos, o seu maravilhoso legado continuará vivo. Billy Wright, um jogador descrito como, "um tesouro nacional", pelo jornal "The Times", em 1959, tornou-se em algo superior, em algo institucional, no coração da selecção de Inglaterra, onde alcançaria o respeito e o sucesso que todos pretendem adquirir no final da sua carreira profissional. Por essa altura, o nome de Billy era já um nome inspirador para as gerações seguintes. Enquanto adolescente, Kevin Keegan, observáva-o, admirando todo o seu futebol e liderando os "Wolves" frente aos grandes colossos europeus, no mítico Estádio Molineux. Como forma de reconhecimento, pelos seus serviços no desporto rei, a Associação de Futebol de Inglaterra, faria de Billy Wright membro honorário do futebol inglês, alcançando dessa forma, um estatuto nunca antes alcançado por algum futebolista. Houve certamente jogadores, com maiores capacidades técnicas e tácticas, bem como, com maior talento, porém, o que Billy Wright conseguiu transmitir foi valores de lealdade para com a indústria futebolística. Billy Wright, o homem, o ser-humano exemplar. Billy Wright, o futebolista, foi sem dúvida... um "tesouro nacional".
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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Onze da Primeira Volta

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Onze da Primeira Volta
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Eduardo (Sporting de Braga)
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O guarda-redes "arsenalista" foi sem dúvida, o guardião mais seguro de toda a primeira metade do campeonato da primeira liga portuguesa. Com as cores do Sporting de Braga, Eduardo está a atravessar o seu melhor momento desportivo, a nível pessoal, de toda a sua carreira. Além de ser o guarda-redes menos batido do campeonato, Eduardo tem ainda o passaporte garantido para o Campeonato do Mundo da África do Sul. Aos 27 anos de idade, o guarda-redes, formado no Sporting de Braga, terá agora como principal objectivo, a possível conquista do título nacional, bem como, o objectivo de ser eleito o melhor guarda-redes a actuar em Portugal. Se o primeiro lugar da tabela classificativa, é por agora um dado adquirido, a verdade é que Eduardo, está no bom caminho para conseguir atingir a sua segunda meta, muito embora, tenha como seus adversários directos, os guarda-redes Helton (Futebol Clube do Porto); Quim (Benfica); Djuricic (União de Leiria), Diego (Leixões); Rui Patrício (Sporting) e Peiser (Naval 1º de Maio).
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João Pereira (Sporting de Braga)
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O lateral português está a provar de uma vez por todas que, se trata do melhor lateral-direito a actuar em Portugal. Através da sua segurança defensiva e das suas "explusões" a níveis ofensivos, João Pereira tem conseguido alcançar uma regularidade ao nível do clube que representa até ao momento, o líder Sporting de Braga. Fazendo uma parceria com Moisés, Rodríguez (ou Leone) e Evaldo, o jovem lateral de apenas 25 anos de idade, tem conseguido elevar o Braga, a um estatuto único na primeira divisão nacional, fazendo do mesmo, no melhor clube a nível defensivo. As vitória frente aos seus rivais directos (Futebol Clube do Porto, Sporting e Benfica), foram uma clara prova de que João Pereira estará focado em apenas dois objectivos: garantir presença no próximo Campeonato do Mundo, bem como, a conquista do título nacional, o primeiro em toda a história do Sporting de Braga. João Pereira conseguiu sair da travessia do deserto, do qual foi sujeito desde a sua saída do Benfica, na era de Ronald Koeman no clube da Luz.
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David Luíz (Sport Lisboa e Benfica)
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Um dos melhores elementos do Benfica de Jorge Jesus, onde ao lado de Luisão, faz uma das melhores duplas centrais de toda a Europa. Com o seu espírito "guerreiro" bem patente dentro das quatro linhas de jogo, David Luíz tem conseguido levar o nome aos grandes clube europeus, tais como o Real Madrid, o Barcelona, o Inter de Milão e o Manchester United. Além do seu bom jogo de cabeça, o central de apenas 22 anos de idade, tem como principal característica, o seu jogo ofensivo, fazendo dele num elemento desiquilibrador. Se para os adeptos "encarnados" David Luíz é encarado como o próximo "capitão" do Benfica, já os seus compatriotas brasileiros, não têm qualquer dúvida de que, David Luíz fará história na selecção principal do Brasil, talvez já no próximo Campeonato do Mundo, onde faria parceria com o seua actual companheiro da Luz, Luisão. As suas exibições há muito que deixaram de ser uma incógnita em relação ao seu futuro. Um defesa bastante seguro, duro nas horas em que tem que ser , com uma visão de jogo bastante apurada e, com uma disponibilidade em campo fora do vulgar, podendo actuar em várias zonas do terreno de jogo, seja como defesa-central, lateral-esquerdo (posição adoptada por Quique Flores) ou mesmo como médio-defensivo, embora esta última sempre como último recurso. A cumprir a sua quarta temporada de águia ao peito, David Luíz terá tudo para escrever o seu nome, na lista dos melhores centrais brasileiros da história do Sport Lisboa e Benfica.
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Moisés (Sporting de Braga)
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Aos 30 anos de idade, o experiente defesa-central brasileiro está a atravessar o seu melhor momento no futebol português. Possivelmente, o central será uma das justas causas, pelo excelente trabalho defensivo do Sporting de Braga na presente temporada futebolística. Um jogador esforçado, mas muito atento às manobras ofensivas dos seus adversários directos. Frente ao Futebol Clube do Porto, Moisés conseguiu anular pedras fundamentais como o avançado Falcão, Silvestre Varela, Mariano González ou mesmo Hulk. Com uma boa leitura no jogo aéreo, Moisés tem sido um dos jogadores mais regulares de toda a primeira liga nacional. Embora esteja há pouco tempo ao serviço dos bracarenses, a verdade é que Moisés conseguiu colocar em campo, uma estabilidade que começara na época transacta, fruto do trabalho realizado pelo técnico Jorge Jesus. Como merecido prémio, Moisés é neste momento, um dos "capitães" de equipa do Sporting de Braga. Um jogador disciplinado, seguro, líder, aprendiz e professor. Um jogador de primeiro nível.
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Evaldo (Sporting de Braga)
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Possivelmente o jogador mais regular de todo o campeonato português. Não existe um único encontro, em que Evaldo não jogue da mesma forma, ou seja, bem. Embora não seja um lateral que se destaque, cada vez que toca no esférico, a verdade é que, o lateral brasileiro, de 27 anos de idade, é sem dúvida, um dos elementos chave do líder Sporting de Braga, a par de João Pereira, Vandinho, Hugo Viana, Mossoró, Moisés e Alan. Se a nível defensivo, Evaldo tem conseguido ultrapassar todas as dificuldades, seja ele qualquer adversário (Di Maria, Hulk, Liedson, Varela, Falcão, Veloso, Cardozo, Saviola, Moutinho, entre muitos outros), já a nível ofensivo, o lateral é uma autêntica surpresa, visto que não é a sua especialidade. Contudo, a realidade é bastante distinta, uma vez que Evaldo, só sobe pelo seu corredor, quando é realmente necessário, quando tem de cruzar e, sempre que é sujeito a tais manobras... Evaldo faz bem. Um jogador muito correcto, dentro das quatro linhas de jogo, justificando sem dúvida, além da sua titularidade absoluta, a cobiça de vários clubes nacionais e estrangeiros. Sob o comando técnico de Domingos Paciência, Evaldo tem-se destacado pela sua eficiência, honestidade em campo e trabalho de equipa. Um lateral à antiga que bem pode ser utilizado nos tempos modernos.
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Javi García (Sport Lisboa e Benfica)
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Entre as muitas contratações do Benfica nesta nova época futebolística, a aquisição do jovem médio-defensivo espanhol, oriundo do Real Madrid, foi sem dúvida, a melhor aposta no mercado desta temporada. O desiquilibrio que existia e que era uma constante no meio-campo do Benfica, deixou de ser um problema, com a presença física e "guerreira" de Javi García. Contudo, a sua contratação não começaria da melhor forma, visto o passado recente, no que diz respeito a jogadores vindos do Real Madrid, como foi o caso de Balboa, jogador que nunca conseguiu justificar a sua aquisição (cerca de quatro milhões de euros). Porém, bastaria um único encontro, para que os adeptos "encarnados" se deixassem encantar pelo futebol apresentado pelo médio espanhol, assistindo a um verdadeiro batalhador, que nunca vira a cara a uma luta.... que dignifica a camisola que usa. Um jogador que neste momento é talvez, a peça mais importante no "onze" base do Benfica de Jorge Jesus. As suas exibições com a camisola encarnada conseguiriam ainda atravessar fronteiras, visto que é dado como um dos 23 possíveis convocados, para o próximo Campeonato do Mundo, por parte do seleccionador nacional espanhol, Vicente Del Bosque. Para os dirigentes benfiquistas, não existe qualquer dúvida, em relação à aposta sobre o médio "madrileno". Os sete milhões investidos no jogador de 22 anos de idade, foram mais do que justificados.
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Alan (Sporting de Braga)
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Talvez o jogador em maior destaque, nesta primeira fase do campeonato nacional. Com as cores do Sporting de Braga, Alan tem demonstrado uma capacidade ofensiva, muito acima da média e, muito acima do que fizera no passado. Praticamente todos os processos ofensivos passam pelos seus pés (a par de Mossoró), fazendo dele, num dos elementos bracarenses em maior destaque. A sua luxuosa exibição frente ao Futebol Clube do Porto, equipa que chegou a representar, foi sem dúvida, o seu ponto alto da época. Além da sua maravilhosa prestação, Alan conseguiria ainda um golo de belo efeito. A sua velocidade e capacidade de aceleração pelo corredor direito, é outras das suas principais características, fazendo das mesmas, armas letais para os seus adversários da defesa, nomeadamente, para os seus rivais directos, que jogam sempre para ganhar, alinhando em constantes processos ofensivos. Se o Sporting de Braga tem conseguido manter-se no primeiro posto, da tabela classificativa, um dos grandes obreiros tem sido sem dúvida Alan, um dos elementos que procura alcançar o sonho, de colocar o Braga na lista de campeões nacionais em Portugal, a par de Benfica, Porto, Sporting, Belenenses e Boavista.
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Rúben Micael (Nacional da Madeira)
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A nova "estrela" nacional do campeonato português, conseguiu em apenas três temporadas, uma ascenção pessoal, ao nível dos melhores jogadores portugueses dos últimos tempos. Fortemente cobiçado pelos principais clubes nacionais, desde a sua estreia no principal escalão do futebol português, Rúben Micael tem deixado a sua marca em qualquer palco que pisa. A simplicidade com que consegue transformar uma jogada sem qualquer perigo, em algo de perfeita magia, faz com que o médio de apenas 23 anos de idade, se transforme num real caso de sucesso no futebol português. Com o "português" Deco, a atravessar a sua fase final na selecção nacional de Portugal, poderá estar encontrado o seu sucessor. Rúben Micael não é um jogador de "fintas" ou de "malabarismos", trata-se de um atleta prático, de toque simples e rápido. Não se trata de um jogador rápido, no entanto, faz a bola rolar em alta rotação. Com as cores do Nacional da Madeira, o madeirense conseguiu colocar o seu nome, na rota de vários clubes estrangeiros, muito graças às suas exibições, na fase de grupos da Liga Europa, competição de onde sairia como o melhor marcador da prova. Sem dúvida alguma, Rúben Micael terá um futuro brilhante, seja ele em Portugal ou noutro campeonato europeu. O "pequeno" médio-ofensivo do Nacional, tem demonstrado que está no momento certo para dar o salto para um grande clube, que possa disputar todas as partidas, rumo à conquista de título, rumo à conquista do título nacional. Após Cristiano Ronaldo, Rúben Micael poderá ser a próxima "estrela" vinda de terras madeireneses.
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Javier Saviola (Sport Lisboa e Benfica)
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Uma das grandes provas da força de Rui Costa no mercado internacional, tem sido sem dúvida, as "suas" aquisições" desde que assumiu o cargo de Director Desportivo do Sport Lisboa e Benfica. Jogadores como Reyes, Aimar, Ramires e Javi García foram um claro sucesso, em relação a Javier Saviola, Rui Costa acertou em cheio, no que diz respeito, ao parceiro ideal para Cardozo na frente de ataque dos "encarnados". Completamente o oposto do "gigante" paraguaio, o pequeno avançado argentino tem sido um autêntico quebra-cabeças para os seus adversários. Através da sua experiência, falsa velocidade e técnica apurada, Saviola tem garantido vários pontos para a formação benfiquista. Com Cardozo no ataque, Saviola voltou à sua melhor "velha" forma, desde a sua estreia com as cores do Barcelona. "El Conejo", como é conhecido no mundo do futebol, é claramente uma das grandes figuras do campeonato português, bem como, uma das grandes surpresas, uma vez que, tal como Javi García, também ele era tido como mais um "flop" vindo do Real Madrid. No entanto, o nome de Saviola praticamente diz tudo em relação ao seu brilhantismo em campo. O golo apontado ao Belenenses é um claro exemplo disso mesmo. Um jogador que já representou algumas das melhores equipas de toda a Europa, que já fez tremer muitos dos melhores guarda-redes do mundo e que, já apontou golos de levantar qualquer estádio, faz sem dúvida a diferente em qualquer equipa que represente.
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Óscar Cardozo (Sport Lisboa e Benfica)
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Jorge Jesus afirmara no início da presente época, um Benfica "redobrado", no que diz respeito ao jogo ofensivo apresentados pelas "águias" na época transacta. Nesse aspecto, o técnico português poderá contar com um autêntica máquina de golos. O paraguaio depois de alcançar a marca de 17 golos apontados no campeonato anterior, terá agora como principal objectivo, ser o melhor marcador do campeonato português. Com o seu poderoso e fortíssimo pé esquerdo em constante movimento (por vezes de meter medo), Óscar Cardozo tem conseguido manter-se na frente da lista de goleadores do campeonato nacional. O avançado sul-americano já era um adversário fortíssimo, nas duas épocas anteriores, no entanto, sob o comando técnico de Jorge Jesus, "Tacuara" tem demonstrado o porquê, de ser considerado um dos melhores avançados do momento, de ser considerado um dos melhores avançados estrangeiros de toda a história do Sport Lisboa e Benfica. Para os adeptos benfiquistas, Cardozo terá todas as possibilidade de suceder a Rui Águas, o último jogador "encarnado" a vencer a bota de prata, na longínqua temporada de 1990/1991.
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Falcão (Futebol Clube do Porto)
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O avançado colombiano, é sem dúvida, um claro exemplo de sucesso no futebol português. Com a saída de Lisandro López no final da temporada transacta, muitos questionavam sobre qual recairia a herança deixada por "Lixa" no ataque do Futebol Clube do Porto. A chegada de Rademel Falcão deixaria ainda mais dúvida no ar, uma vez que o mesmo, estava relacionado com o rival Benfica. Embora seja um jogador completamente diferente de Lisandro, a verdade é que Falcão conseguiu impor o seu futebol, o seu ritmo... alcançando golos atrás de golos com a camisola dos "dragões". Se Lisandro tinha como principais características, a sua força, a sua vontade de ganhar, já o colombiano tem como vantagens o seu jogo aéreo e o seu remate. Contudo, a equipa portista não tem correspondido às espectativas criadas no início da época, rumo ao pentacampeonato nacional. Se a vaga deixada por Lisandro foi superada com a presença de Falcão, já a vaga de Lucho González tem sido um enorme problema para o técnico Jesualdo Ferreira, que, muito embora, tenha jogadores capazes de alinhar nessa mesma posição (Tomás Costa, Valeri, Belluschi e Raúl Meireles), ainda não conseguiu encontrar o jogador que consiga "fabricar" todo o futebol do Futebol Clube do Porto. Todavia, Falcão poderá estar de consciência tranquila, no que diz respeito a golos, pois isso não tem faltado ao avançado portista, fazendo dele um adversário temível para qualquer adversário, bem como, para o próprio Óscar Cardozo que terá que batalhar muito para não ser ultrapassado pelo pequeno Falcão, pelo "voo de Falcão".
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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Por onde anda... Bruno Basto

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Dados Pessoais
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Nome: Bruno Miguel Leite Basto
Data de Nascimento: 21 de Maio de 1978
Naturalidade: Lisboa, Portugal
Altura: 1.75 cm
Peso: 73 kg
Posição: Lateral-Esquerdo
Clube: Livre
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Percurso Profissional
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1994-1996 : Sport Lisboa e Benfica
1996-1998 : Futebol Clube de Alverca (E)
1997-2000 : Sport Lisboa e Benfica
2000-2005 : Football Club des Girondins de Bordeaux
2004-2006 : Feyenoord Rotterdam
2005-2006 : Association Sportive de Saint-Étienne Loire (E)
2006-2008 : Clube Desportivo Nacional
2008-2009 : Football Club Shinnik Yaroslavl
2009-2010 : Livre
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Palmarés
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Vice-Campeonato Português: 1998
Terceiro Lugar do Campeonato Português: 1999, 2000
Taça da Liga Francesa: 2002
Terceiro Lugar do Campeonato da Eredivisie: 2006
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A carreira de Bruno Basto, no mundo do futebol, bem poderá ficar marcada por um único nome... Benfica. Bruno Miguel Leite Basto, nascido no dia 21 de Maio de 1978, em Lisboa, é neste momento, um dos muitos jogadores que, apesar do seu valor mais do que reconhecido, não consegue alcançar ou recuperar o estatuto, que conseguira conquistar anos atrás, com a camisola dos "encarnados". O antigo lateral do Benfica, começaria a sua carreira desportiva em 1986, com apenas oito anos de idade, nas camadas jovens do Sport Lisboa e Benfica. Após várias temporadas ao serviço do clube da Luz, Bruno Basto, após ter alcançado algum nome nas camadas juniores, onde alinharia ao lado de jogadores como Edgar ou Hugo Leal, seria emprestado ao Futebol Clube de Alverca, clube que na altura era dirigido pelo actual presidente do Benfica, Luis Filipe Vieira. Funcionando como uma espécie clube satélite dos "encarnados", muitos foram os jogadores oriundos de Benfica, que jogariam com as cores do Alverca. Na sua primeira época, o jovem lateral-esquerdo não teria muitas oportunidades de mostrar todo o seu potencial. No entanto, Bruno Basto conseguiria afirmar-se na mesma equipa no ano seguinte, muito graças ao apoio dado pelos seus antigos colegas no Benfica, tais como Sousa, Veríssimo, José Soares, Maniche, Edgar, Akwá, Veiga e Hugo Leal, bem como, o apoio do ex-capitão e treinador do Alverca, António Veloso e do seu adjunto Pietra (actual treinador-adjunto de Jorge Jesus). As suas exibições com as cores do Alverca, despertariam o interesse de vários clubes nacionais, entre os quais o Sporting e o Futebol Clube do Porto. Contudo, o seu passe, bem como, o seu coração pertenciam ao Benfica, clube onde em Dezembro de 1997, regressaria para fazer parte do plantel principal dos "encarnados". Porém, o jovem lateral português faria parte de um vasto leque de jogadores, que nada conseguiram conquistar na década de noventa. Para a história, Bruno Basto poderá dizer que jogou ao lado de grandes nomes do futebol internacional, tais como os guarda-redes Michel Preud`Homme e Robert Enke, os defesas Carlos Gamarra e Paulo Madeira, os médios Karel Poborsky, Erwin Sanchez e Amaral e os avançados Nuno Gomes, Jorge Cadete, Paulo Nunes e principalmente João Vieira Pinto, o seu ídolo de sempre. Ao ingressar no clube da Luz em finais de 1997, Bruno Basto tinha a sua grande oportunidade de mostrar realmente, todas as suas reais potencialidades. Sob o comando de Manuel José e posteriormente de Greame Souness, o lateral português não teria muitas oportunidades de alinhar no onze incial, face às primeiras escolhas de ambos os técnicos: Scott Minto e El Hadrioui. A época em questão, seria mais uma vez decepcionante para os adeptos "encarnados", muito embora tenham terminado o campeonato na segunda posição, atrás do líder Futebol Clube do Porto. Com o início da temporada de 1998/1999, muitos foram os nomes que sairam e que entraram, sendo que o técnico continuaria a ser o mesmo, o escocês e antiga glória do futebol inglês, Graeme Souness. Face ao fraco rendimento de Scott Minto e do ainda mais fraco Steve Harkness, o lateral português teria assim a sua derradeira oportunidade, de agarrar o lugar da defensiva esquerda, no entanto, a escolha recairia novamente nos esquerdinos britânicos Minto, Harkness e até o por vezes adaptado Mark Pembridge. Com a saída do técnico escocês no final da época, Bruno Basto começaria a ver finalmente uma luz ao fundo do túnel. A sua ambição em triunfar no Benfica ficaria ainda mais apelativa, após as saídas de Scott Minto e Steve Harkness, bem como, a entrada de Jupp Heynckes, no comando principal do Benfica. Finalmente, Bruno Basto conseguiria impôr-se em definitivo no plantel do Benfica, alinhando em quase todas as partidas do campeonato a titular, formando com Andrade, Ronaldo e Paulo Madeira, a linha defensiva dos "encarnados" no campeonato nacional. Todavia, o Benfica dessa temporada, já não era o Benfica que fora no passado recente (1994), onde todos os anos, lutava lado a lado com os seus adversários pela conquista do título nacional. Com a saída do capitão João Pinto, que entretanto rumara ao rival Sporting, os "encarnados" tornár-se-iam ainda mais dependentes de alguém com as características de Bruno Basto, um jogador capaz de percorrer todo o corredor lateral, desiquilibrando nas manobras ofensivas. Porém, a sua passagem pela Luz, poderá ser relatada em apenas um único encontro: Futebol Clube do Porto. Nessa partida, Bruno Basto realizaria possivelmente a sua melhor exibição, de toda a sua carreira, dominando todo o seu corredor esquerdo, deixando um Secretário completamente descontrolado ou mesmo "fora de jogo". Além da sua magnífica partida efectuada, Bruno Basto conseguiria ainda um golo de levantar qualquer estádio, após ter percorrido mais de 200 metros com a bola em seus pés, o lateral ou extremo remataria forte e colocado, fora da grande área e... com o seu pé direito, deixando o guardião portista, Vítor Baía, pregado ao chão. Essa mesma exibição, valeria-lhe um lugar no principal campeonato francês na época de 2000/2001. Nas suas primeiras três temporadas com as cores do Bordeaux, Bruno Basto conseguiria ser um dos jogadores mais utilizados pelo técnico Elie Baup, onde na época de 2001/2002 conseguiria conquistar a Taça da Liga Francesa. Contudo, a preferência sobre a linha defensiva recairia sempre a favor de Alain Roche, Sommeil, Bonissel e Jemmali. Ao serviço do Bordeaux, que já fora orientado pelo técnico português Toni, antigo treinador principal do Benfica, Bruno Basto teria como companhia lusa, os jogadores Pedro Pauleta e Marco Caneira, este último que mais tarde alinharia com as cores do... Benfica. Com a saída do técnico Elie Baup e, com a entrada de Michel Pavon, no comando técnico do Bordeaux, o lateral-esquerdo português perderia por completo, o seu espaço no plantel principal da equipa francesa. Em Dezembro de 2004, Bruno Basto seria emprestado ao holandeses do Feyenoord, na altura orientado pela antiga glória "laranja" Ruud Gullit, jogador que em 1990 eliminaria o... Benfica na final da Taça dos Campeões Europeus. Embora não tivesse sido uma das principais opções do técnico holandês, Bruno Basto conseguiria assumir-se como uma peça importante, no plantel do Feyenoord. Tendo sido adquirido no final da época de 2004/2005 pelo clube de Roterdão, o lateral de 27 anos de idade, não conseguiria repetir as mesmas prestações que fizera na época transacta. Sob o comando de Erwin Koeman, também ele uma figura mítica do futebol holandês e, irmão de Ronald Koeman, que entretanto rumara para o futebol português, onde iria orientar o... Benfica, Bruno Basto seria um dos jogadores com menos utilidade no campeonato nacional, bem como, nas outras competições domésticas. Devido a essa facto, em Dezembro de 2005, Bruno Basto seria novamente emprestado ao Saint-Étienne, regressando dessa forma, ao principal campeonato francês. Todavia, a sua segunda passagem por França, não seria de grande memória para o antigo lateral dos "encarnados". Por essa altura, em meados de 2006, chegou-se a falar no seu possível regresso ao Benfica, contudo, o seu próximo destino seria o Nacional da Madeira, onde nas duas épocas em que esteve ao serviço do clube madeirense, não conseguiria mostrar todo o seu real valor ao técnicos Carlos Brito e mais tarde Jokanovic. O seu regresso a Portugal e ao futebol português era assim visto como uma espécie de termino da sua carreira. Em Janeiro de 2008, Bruno Basto rumaria ao campeonato russo, onde iria representar o Shinnik, clube que na altura se encontrava sob o comando técnico de Sergei Yuran, antigo avançado do... Benfica. Muito embora Bruno Basto seja um lateral bastante ofensivo, a verdade é que o mesmo não conseguiria aguentar a pressão de um futebol, de uma realidade completamente diferente ao tradicional futebol europeu. Desde a sua saída do clube russo, que Bruno Basto tem treinado como um jogador livre. Uma clara injustiça para um jogador com uma qualidade acima da média. Contudo, nos dias de hoje, o mercado sul-americano é sempre o mais apetecível, muito embora seja por vezes de qualidade duvidosa. Porém, permanecerá no ar sempre uma questão: Será que Bruno Basto, que com a sua experiência e qualidade ofensiva, não teria lugar num dos bons clubes da primeira liga portuguesa? Não seria uma boa solução, para a lateral esquerda da selecção nacional? A verdade é que Bruno Basto caiu claramente no esquecimento dos portugueses. Aos 30 anos de idade e, passado mais de uma década, desde a sua estreia com as cores do Alverca, Bruno Basto terá como meta... o seu retorno ao futebol ao mais alto nível.
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