Tudo o que precisava de saber sobre o mundo do futebol

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Crítica

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Neste momento, a selecção nacional de Portugal, dispõe de dois jogadores naturalizados: Deco e Pepe. Fala-se agora, na possibilidade de Liedson, jogador do Sporting Clube de Portugal, a actuar no futebol português, desde a temporada de 2002/2003, vir a vestir a camisola, da selecção das "quinas". A sua qualidade, não é factor de debate, pois, desse assunto não existe qualquer dúvida. A realidade porém, cerca-se sobre, a falta de jogadores portugueses, na selecção de Portugal. Se formos analisar, os escalões inferiores dos clubes nacionais, verifica-se que, na maioria, os seus atletas são de nacionalidade estrangeira. Dessa forma, só poderá existir uma solução: criar ou estabelecer, um limite de jogadores naturalizados, nas respectivas selecções nacionais. Pois, se o futebol mundial, continuar com este ritmo, as diversas selecções de todo o mundo, poderão sofrer, profundas alterações, a nível de nacionalidade, ou seja, poderá acontecer uma perda de identidade, no futebol mundial. No caso de Portugal, o mesmo perderá a identidade "latina". As tradições são para se cumprir e, neste caso, a tradição será certamente, a inclusão de jogadores portugueses, na selecção de Portugal. Ou passa a existir um limite de jogadores naturalizados ou, os jogadores portugueses, arriscam-se no futuro, a serem considerados "estrangeiros" no seu próprio país.
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Ranking de Treinadores

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Ranking da Semana
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Jesualdo Ferreira (Futebol Clube do Porto)

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Domingos Paciência (Académica de Coimbra)

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Lázaro Oliveira (Estrela da Amadora)

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Bolsa de Valores

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No Topo: Simon Vukcevic
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Desde que chegou a Alvalade, no início da temporada passada que, o médio montenegrino Simon Vukcevic, tem demonstrado, ser um dos principais valores, do clube leonino. Porém, a sua vida, nesta épocas, não tem sido propriamente, um mar de rosas, pois, o seu carácter, enquanto profissional, do Sporting Clube de Portugal, nunca chegaria a atingir, os patamares ideais, na ideologia do técnico português Paulo Bento. Como consequência, o seu lugar na equipa seria-lhe retirado. Todavia, desde que o "castigo" terminou, a verdade é que Vukcevic, tem demonstrado em campo que, aprendeu de facto, uma real lição, pois, tem conseguido ultrapassar, todas as fronteiras impostas, pelo departamento técnico, com golos de enorme importância. De realçar ainda que, desde o seu regresso à equipa leonina, Vukcevic ainda não ficou em branco, em nenhuma partida realizada. Por tudo isso e, muito mais, o médio só poderia estar de parabéns e, de consciência tranquila.
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No Fundo: Falta de goleadores, no campeonato português
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A falta de goleadores, no principal campeonato de Portugal, tem sido, sem dúvida, uma das realidades de maior destaque, no futebol português, na actual temporada futebolística. Nenhuma das equipas ditas "grandes", dispõe neste momento, de um verdadeiro matador. Óscar Cardozo que, muito prometeu na época passada, neste momento é, apenas uma sombra dele mesmo. Lisandro López, embora seja, um autêntico guerreiro, dentro das quatro linhas, a verdade é que, por esta altura, na época transacta, o avançado argentino, possuia mais do dobro de golos apontados. Liedson, sempre um pesadelo, para qualquer adversário, também não se encontra, nas condições que, no passado, o distinguiram como o rei dos golos, em Portugal. De salientar ainda, nomes como David Suazo, Farías, Nuno Gomes, Hélder Postiga, Derlei, Meyong, entre muitos outros que, no passado, foram magníficos marcadores de golos e que, na actualidade, não passam de banais avançados, de alguma qualidade duvidosa. Um nome, por vezes não significa qualidade. Neste momento, se existe algum goleador, a actuar no futebol português, o seu nome é Nenê, jogador do... Nacional da Madeira.
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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Equipa da Semana

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Equipa da Semana
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Equipa
Júlio César, Fucile, Luisão, Carciano, Orlando,
Fernando, Silas, Sougou, Hulk, Silvestre Varela e Nenê
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Mercado Nacional: Jorge Gonçalves

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Dados Pessoais
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Nome: Jorge Miguel Dias Gonçalves
Data de Nascimento: 31 de Outubro de 1983
Naturalidade: Pedroso, Vila Nova de Gaia, Portugal
Posição: Avançado
Altura: 1.78 cm
Peso: 82 kg
Clube: Real Racing Club de Santander
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Clubes
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2001-2002 : Leixões Sport Club
2002-2003 : Associação Atlética de Avanca
2003-2004 : Futebol Clube de Pedras Rubras
2004-2008 : Leixões Sport Club
2008-2009 : Real Racing Club de Santander
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Jorge Miguel Dias Gonçalves, nascido no dia 31 de Outubro de 1983, em Pedroso, Vila Nova de Gaia é, neste momento, um dos bons valores nacionais, a militar numa das principais ligas europeias, a liga espanhola, nomeadamente, ao serviço do Racing de Santander. Jorge Gonçalves começaria a sua carreira desportiva bastante cedo, nos infantis da Associação Desportiva de Pedroso, clube de Vila Nova de Gaia, a sua terra natal. No clube de Gaia, o jovem avançado, seria um dos destaques da equipa. Devido ao seu enorme potencial, Jorge Gonçalves, de então oito anos de idade, mudár-se-ia para as camadas jovens do Futebol Clube do Porto, clube onde permaneceria durante três temporadas e, onde logo na sua primeira época, de dragão ao peito, Jorge Gonçalves após a disputa do torneio da Pontinha, seria nomeado, o melhor jogador do torneio, bem como, o máximo goleador do mesmo. Foi então que, Jorge Gonçalves chegaria ao Leixões, clube onde faria o resto da sua formação, enquanto profissional de futebol. Na temporada de 2001-2002, Jorge Gonçalves de apenas 17 anos de idade, faria a sua estreia, no principal escalão, do clube de Matosinhos. Contudo, na temporada seguinte, o jovem avançado, seria cedido, a título de empréstimo, à Associação Atlética de Avanca, clube onde faria um total de 33 partidas e 11 golos. Surpreendidos com a evolução do jogador português, o Leixões faria um novo empréstimo sobre o mesmo, desta vez, ao Futebol Clube de Pedras Rubras, clube onde mais uma vez, conseguiria realizar uma magnífica temporada, finalizando-a com um total de 27 jogos e 12 golos. Estava assim, mais que confirmado, todo o seu valor, bem como o seu regresso a Matosinhos para, a disputa da temporada de 2004-2005. No Leixões, além de se ter afirmado como um dos jogadores mais influentes da equipa (114 jogos e 21 golos em quatro temporadas), Jorge Gonçalves seria sem dúvida, um dos grandes responsáveis, pela enorme ascenção do Leixões, no futebol nacional, conseguindo em apenas três anos, a mudança da terceira divisão para, o principal patamar do futebol português. Na temporada de 2007-2008, a última com a camisola do Leixões, Jorge Gonçalves apontaria um total de sete golos, na liga portuguesa, ajudando assim, o clube de Matosinhos a permanecer na primeira divisão, feito apenas alcançado, na última jornada do campeonato português. No dia 1 de Setembro de 2008, no último dia do mercado de transferências, Jorge Gonçalves trocaria o Leixões, pelos espanhóis do Racing de Santander, clube da primeira liga espanhola, por uma verba a rondar os 500.000 euros, recusando dessa forma, propostas vindas de Portugal, nomeadamente do Sporting de Braga e do Marítimo. Um vez gorada a hipótese do sérvio Zigic, os responsáveis do Racing, lançar-se-iam ao mercado português, em busca de um jogador, com as mesma características que Jorge López. A venda de Jorge Gonçalves, entraria assim, para a lista de notícias do Leixões, pois, além de ter sido, a primeira transferência do Leixões, para o estrangeiro, em toda a sua história, a mudança para Espanha, constituiria, em termos financeiros, a maior transacção de sempre, do clube de Matosinhos. Com a mudança confirmada, para o campeonato espanhol, Jorge Gonçalves faria a sua estreia, no dia 13 de Setembro de 2008, frente ao poderoso Barcelona, em Camp Nou. Nessa partida, o jovem avançado português, entraria no minuto 64 da partida, substituíndo Óscar Serrano, contribuíndo assim, para o empate a uma bola. Embora não seja, um dos jogadores mais utilizados (apenas oito jogos para o campeonato), Jorge Gonçalves será certamente, um dos jogadores em destaque, no final da presente temporada. Jorge Gonçalves trata-se de um verdadeiro guerreiro, dentro das quatro linhas de jogo, nunca desistindo de uma única jogada. Um atléta que, só pára quando, o árbitro assinala o termino da partida. Tratando-se de um jogador polivalente, Jorge Gonçalves tanto poderá alinhar, junto às linhas laterais, bem como segundo avançado. Sem dúvida, um dos bons destaques nacionais, na velha Europa.
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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Mercado Internacional: El Hamdaoui

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Dados Pessoais
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Nome: Mounir El Hamdaoui
Data de Nascimento: 14 de Julho de 1984
Naturalidade: Roterdão, Holanda
Posição: Avançado
Altura: 1.83 cm
Peso: 81 kg
Clube: AZ Alkmaar Zaanstreek
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Clubes
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2001-2005 : Stichting Betaald Voetbal Excelsior
2004-2006 : Tottenham Hotspurs Football Club
2005-2006 : Derby Counti Football Club (Empréstimo)
2006-2007 : Willem II
2007-2009 : AZ Alkmaar Zaanstreek
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Mounir El Hamdaoui, nascido no dia 14 de Julho de 1984, em Roterdão, Holanda é, neste momento, um dos grandes destaques, do principal campeonato da Holanda, bem como da equipa do AZ Alkmaar, actual líder do campeonato holandês. A sua carreira desportiva começaria em 2001, com apenas 17 anos de idade, ao serviço dos holandeses do Excelsior, clube onde permaneceria durante três temporadas. No clube holandês, El Hamdaoui faria um total de 74 partidas e 32 golos. Uma excelente marca, tendo em conta que se tratava de um jovem de apenas 19 anos de idade. Embora muito jovem, o avançado holandês-marroquino, era visto como um dos principais activos do clube. Face à qualidade das suas exibições, El Hamadoui assinaria, em Janeiro de 2005, um contrato válido por três temporadas, com os ingleses do Tottenham Hotspurs, um dos principais clubes da Premier League. Contudo, a verdade é que, El Hamdaoui nunca se iria estrear no principal palco, do futebol inglês. O jovem avançado, apenas participaria, em Julho de 2005, na Taça Paz, tendo eliminado na final da prova, os franceses do Olympique Lyonnais por 3-1. No seu primeiro jogo, com a camisola dos Spurs, El Hamdaoui apontaria dois golos, no amigável, frente à formação do Northampton Town. Na sua estreia enquanto titular, o avançado também conseguiria contribuir com golos, na partida de carácter particular, frente ao Aldershot Town. Em Setembro de 2005, ele seria emprestado ao Derby Counti, clube onde apenas faria seis partidas, tendo apontado três golos. Devido a uma lesão no ombro, El Hamdaoui regressaria aos Spurs, clube onde faria a sua recuperação. Todavia, o Derby Counti continuaria a observar a sua progressão e, em Janeiro de 2006, El Hamdaoui com então 21 anos de idade, regressaria pela segunda vez a Pride Park. Infelizmente, as lesões continuariam no seu caminho e, em Março do mesmo ano, o jovem avançado faria pela segunda vez, a sua recuperação em Tottenham. Porém, o seu empréstimo não seria cancelado. Um mês depois, totalmente recuperado, da sua segunda lesão, o azar bateria mais uma vez à porta de El Hamdaoui. A temporada estava totalmente perdida. Devido a uma azarada passagem por Inglaterra, El Hamdaoui resolveria regressar à sua terra natal, em Junho de 2006. No seu retorno à Holanda, El Hamdaoui escolheria o Willem II para, relançar a sua curta carreira desportiva. Após um impressionante começo de temporada, apontando três golos em apenas quatro partidas, El Hamdaoui sofreria mais um terrível golpe. Um nova lesão fez com que, o avançado ficasse de fora dos relvados, durante pelo menos seis meses, ou seja, mais uma época concluída de forma inglória. No dia 31 de Agosto de 2007, El Hamdaoui assinaria contrato com o AZ Alkmaar, válido por cinco temporadas. Em Setembro de 2008, ele apontaria três golos em apenas 45 minutos, frente à sua antiga equipa, na vitória caseira por 5-2. Neste momento, além de, pela primeira vez, desde que regressou de Inglaterra, começar uma época em excelentes condições físicas e mentais, El Hamdaoui é no presente momento, o melhor marcador do campeonato holandês, com 15 tentos apontados na Eredivisie. Com a chegada do técnico holandês Louis Van Gaal, ao clube de Alkmaar, El Hamdaoui conseguiria um lugar entre os titulares indiscutíveis. Embora tenha nascido na Holanda e, alinhado nos escalões inferiores da selecção nacional da Holanda, a verdade é que, ele escolheria a selecção marroquina como, o seu futuro mais próximo, estando neste momento, à espera da sua primeira internacionalização. Sem dúvida, um excelente avançado, com um enorme futuro. Se ainda não foi mais longe, na sua carreira, foi devido às cruéis lesões, sofridas em território britânico. Trata-se de um jogador rapidíssimo, nas transacções ofensivas e, com um excelente sentido de oportunidade. Um jogador de áres e de triangulações. Um jogador que faz rodar, todo o sector atacante.
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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Figura da Semana: Matthews

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Dados Pessoais
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Nome: Sir. Stanley Matthews
Data de Nascimento: 1 de Fevereiro de 1915
Data de Falecimento: 23 de Fevereiro de 2000
Naturalidade: Stoke-on-Trent, Hanley, Inglaterra
Posição: Extremo-Direito
Altura: 1.75 cm
Peso: 70 kg
Internacionalizações A: 54 (11)
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Clubes
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1930-1947 : Stoke City Football Club
1947-1961 : Blackpool Football Club
1961-1965 : Stoke City Football Club
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Técnico Principal
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1967-1968 : Port Vale Football Club
1970-1971 : Paola Hibernians Football Club
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Palmarés
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Taça de Inglaterra: 1953
Finalista da Taça de Inglaterra: 1948, 1951
Campeonato da Segunda Divisão Inglesa: 1963
Jogador Inglês do Ano: 1948, 1963
Bola de Ouro: 1957
Ordem do Império Britânico: 1957, 1965
Participação no Campeonato do Mundo de Futebol: 1950, 1954
Medalha de Ouro da FIFA: 1992
Corredor da Fama do Futebol Inglês: 2002
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História
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Sir. Stanley Matthews, nascido no dia 1 de Fevereiro de 1915, em Stoke-on-Trent, Hanley, mesmo no meio do triângulo industrial, formado por Liverpool, Manchester e Birmingham foi, sem dúvida, um dos melhores jogadores, de todos os tempos, de toda a história do futebol mundial. É a lenda do futebol inglês, considerado o melhor jogador britânico, de todos os tempos, superando dessa forma, jogadores como George Best ou mesmo Bobby Charlton. Era sem dúvida, o "mago do drible". Stanley Matthews foi ainda, o primeiro jogador profissional, a ser condecorado por sua Majestade, como "Cavaleiro" do Império Britânico, pelos serviços prestados ao desporto. O seu pai, um antigo pugilista local, ensinara ao seu filho, o senso da disciplina e da saúde perfeita, para um desportista: praticava vários exercícios de respiração, frente a uma janela aberta, era vegetariano e, corria 14 quilómetros, da sua casa até ao campo de treino do Stoke City. Stanley Matthews era um extremo-direito puro. A sua carreira desportiva começaria em 1930, com apenas 15 anos de idade, no Stoke City, o clube do seu coração, ganhando um salário de 1 libra por semana. Dois anos depois, Stan faria a sua estreia, na selecção nacional inglesa, ajudando-a assim, a derrotar a selecção do País de Gales, por uns claros 4-0. Em 1938, Stanley Matthews pediria para ser transferido, porém, devido aos milhares de protestos (3 mil fãs, carregando cartazes, com frases como: "Stan must stay!") contra a sua saída, Stanley acabaria por ficar. Com o início da Segunda Guerra Mundial, no ano seguinte, Stanley seria enviado para a base da Força Aérea, em Blackpool. Durante o tempo em que se encontrou, ao serviço do exército inglês, Stanley Matthews faria várias aparências, por vários outros clubes ingleses, tais como o Manchester United e o Arsenal. Em 1947, Stanley com então 32 anos de idade, seria finalmente transferido, para o Blackpool, por uma quantia a rondar os 11.500 libras. Ao serviço da selecção nacional de Inglaterra, Stanley Matthews apontaria um total de 11 golos em 54 partidas oficiais. Nenhum outro jogador, actuou na selecção, tanto tempo como Matthews - 23 anos ao serviço da bandeira britânica entre 1934 e 1957. No primeiro jogo pela selecção, após guerra, Stanley Matthews ajudaria a selecção inglesa, a esmagar a formação portuguesa por uns arrebatadores 10-0. Em meados do ano de 1948, a selecção de Inglaterra, defrontaria a bicampeã mundial, a Itália. Os ingleses venceriam essa partida por 4-0. Nesse mesmo encontro, Stanley Matthews faria uma extraordinária arrancada até à linha final, deixando para trás o seu adversário directo. Contudo, a história não fica por aqui. Conta-se que o extremo inglês, teria tempo para limpar o suor das suas mãos, aos seus calções e, ainda tirar um pente do bolso do seus calções, penteando posteriormente o seu cabelo, antes que o defesa italiano, chegasse ao seu alcançe. Em 1956, a selecção inglesa, defrontaria em Wembley, a selecção brasileira, num encontro de carácter particular. Nílton Santos, outro grande "senhor do futebol", ao observar aquele magro senhor, de 41 anos de idade, o defesa brasileiro não conseguiria conter o seu riso. Nessa mesma partida, Nílton Santos, onze anos mais novo do que Matthews, levaria uma autêntica e inesquecível tareia do "Velhote": 4-2. Nesse mesmo ano, Matthews conseguiria conquistar, a primeira Bola de Ouro da revista "France Football", ou seja, a primeira de toda a história do futebol mundial, sendo eleito o melhor jogador europeu do ano. Stanley Matthews que, também seria o primeiro jogador, a conquistar o prémio de melhor jogador inglês do ano, em 1948. Em 1961, o seu nome causaria sensação, no mercado de transferências quando, Stanley Matthews, de 46 anos de idade, assinou pelo Stoke City, clube a militar na segunda divisão inglesa, por 2.800 libras, cerca de 1125 euros. Com Matthews no "comando", o clube retornaria à principal liga inglesa e, o Victoria Ground, voltaria a encher-se de orgulho. Com esse feito alcançado, Matthews seria mais uma vez, eleito o melhor jogador do ano, do seu país. No dia 6 de Fevereiro de 1965, Stanley Matthews, de 50 anos de idade, faria a sua última partida, enquanto profissional de futebol, após 701 jogos e 71 golos marcados, nos principais palcos ingleses. O seu espírito de competitividade era, de tal forma elevado que, Matthews seria convidado a pendurar as botas em 1963 aos... 48 anos de idade. Isto porque, o "jovem" inglês, não acreditava na reforma precoce. Todavia, o seu nome continuaria a arrastar, uma incomensurável legião de adeptos. Sempre preocupado, com a sua forma física, Stanley Matthews participaria numa partida de benificiência em Grangemouth, no ano de 1981. Matthews tinha 66 anos. Com a conclusão da sua carreira desportiva, Matthews resolveria viver longe da euforia das multidões, refugiando-se com a sua mulher, na Ilha de Malta, numa pequena vila mediterrânica, perto de uma aldeia de pescadores, curiosamente chamada de "Horas Idílicas". Matthews passava então, os seus dias a pescar, observando o mar, emoldurando memórias, descansando o corpo, acariciando a alma. Em 1970, o campeão maltês Hibernians, preparava-se para receber o poderoso Real Madrid. O encontro frente ao gigante espanhol, colocaria toda a ilha em alvoroço. Ansiosos, os dirigentes malteses, procurariam encontrar formas de combater o poderio madrileno. Foi então que, decidiram falar com o seu "hóspede" inglês. O apelo da bola e o cheiro da relva e do couro, convenceriam Matthews de imediato. Com os seus preciosos conselhos tácticos, fruto de anos a fio, a conviver com vários mestres do futebol, o encontro terminaria num empate a zero, ou seja, com uma enorme vitória do Hibernians, o último clube do "feiticeiro". No dia 23 de Fevereiro de 2000, Stanley Matthews, de 85 anos de idade, acabaria por falecer, devido a causas naturais. Neste momento, existem duas estátuas, dedicadas a Stanley Matthews. Numa delas, localizada no centro de Hanley, a sua terra natal, seria gravada a seguinte frase: "O seu nome simboliza a beleza do jogo, a sua fama é internacional e intemporal, o seu espírito desportivo e modéstia universalmente acalmados. Um jogador mágico, do povo, para o povo". Conta-se que, o homem que um dia ganhou a alcunha de "feiticeiro", apenas jogava do meio campo para a frente e que, quando embalava pelo seu corredor, parecia desenhar estranhos movimentos, com a bola escondida entre os pés, tocando-a com os calcanhares, "bailando" em frente aos seus adversários que, hipnotizados pela magia "branca" do "feiticeiro" da "Velha Albion", nunca entendiam a sua arte que, terminava quase sempre, com um cruzamento enroscado, para a zona de finalização. As suas jogadas eram puras obras de arte, embrulhadas pelos seus próprios pés. Os seus dribles pareciam autênticos nós de marinheiro, impossíveis de desatar. Nenhum outro ser terrestre, adquiriu semelhante aura de imortalidade. Na memória, fica a fantástica final da Taça de Inglaterra de 1953. Nada significa mais para os ingleses, do que a final da Taça. Nem um Campeonato do Mundo, significa tanto para, os corações futebolísticos britânicos do que, a mais antiga competição do mundo. Seria nesse palco, na catedral de Wembley que, Matthews realizaria a sua mais memorável exibição, com a cor azul do Blackpool, quando a dez minutos, para o final da partida, o Bolton vencia por 3-1. Foi então que, o "feiticeiro" colocou todo o seu talento em prática e, pelo seu corredor, inventou três golos. Virou o jogo e ganhou a Taça de Inglerra, tomando assim, as chaves do Olímpo do futebol.
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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Crítica

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Na actualidade, o futebol português, atravessa uma enorme crise, de falta de comparência, por parte dos adeptos e, simpatizantes dos clubes nacionais. Contudo, o que aconteceu, na passada semana, em pleno Estádio da Luz, foi algo muito refrescante, pois, tratou-se de um encontro "familiar". No passado, as partidas de futebol eram praticamente, todas elas disputadas em plena tarde e com enorme emoção. Tardes magníficas, onde os pais podiam levar aos estádios, os seus filhos para que, os mesmos pudessem adquirir posteriormente, uma tradição futebolística. Porém, os tempos foram passando e, as horas também. Qual então, o fundamento dos jogos disputados às 21:30 da noite? Nenhum. Além de se perder a "vontade de ganhar", por parte dos adeptos, os encontros tornam-se apenas, em disputas entre claques. Neste momento, é quase impensável, levar os filhos, a assistirem esses mesmos jogos, pois além de se tornarem perigosos para ambas as partes, os encontros estatísticamente, não deixam muitas razões para sorrir ou para relembrar. Os horários devem então de mudar? Sem dúvida nenhuma. Não existe nada melhor, para o espírito futebolístico do que, um estádio cheio de adeptos, cheio de famílias contentes, por apenas estarem a assistir a um simples jogo de futebol.
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domingo, 25 de janeiro de 2009

Ranking de Treinadores

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Ranking da Semana
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Paulo Bento (Sporting Clube de Portugal)

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Quique Flores (Sport Lisboa e Benfica)

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Carlos Cardoso (Vitória Futebol Clube)

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Bolsa de Valores

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No Topo: Liedson
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Não será certamente, pelos três golos apontados ao Paços de Ferreira, o seu grande destaque. Liedson, avançado brasileiro, do Sporting Clube de Portugal, ultrapassou no mesmo encontro, a marca histórica de Yazalde, antigo ponta-de-lança do clube leonino. Devido a essa marca, Liedson tornou-se no jogador estrangeiro, com mais golos marcados, de toda a história do futebol do Sporting, com 129 golos apontados em 225 encontros, no principal escalão nacional. Porém, nesse encontro, houve ainda mais dois factores que, saltaram ao de cima. O primeiro, será com certeza, o facto de Liedson ter envergado a braçadeira de capitão de equipa, pela primeira vez, desde que chegou a Alvalade, na temporada de 2003/2004. O segundo, deve-se ao facto de, ao disputar o seu 225º jogo, Liedson tornou-se igualmente, o estrangeiro com mais jogos disputados, com a camisola verde e branca, ultrapassando dessa forma, outro histórico de Alvalade, o búlgaro Iordanov. Devido a todos esses factos, Liedson só terá motivos para sorrir. Além de ter sido, o melhor marcador do campeonato português, por duas ocasiões consecutivas (2004/2005 e 2005/2006), Liedson ou melhor o "Levezinho" é neste preciso momento, um nome na história do Sporting Clube de Portugal, bem como um exemplo de profissionalismo e dedicação ao seu clube.
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No Fundo: Arbitragem
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Semana após semana, os motivos de discordia são sempre os mesmos: a arbitragem nacional. Ao analisarmos com algum rigor, todos os encontros da primeira e segunda ligas de Portugal, poderemos constactar que, existem realmente erros profundos que, mudam por completo, os resultados dos encontros disputados. Esta semana não fugiu à regra. Realmente, se havia motivo para haver conflitos entre clubes e conselho de arbitragem, esta semana a "bomba extoirou". Não foi apenas um caso isolado, foram muitos e, quando isso acontece, não estamos a falar de um erro apenas, mas sim, de uma sucessão de erros, o que deixa algo muito perturbador no ar. Não haverá muito mais por explicar, pois as desculpas esgotaram-se. O rigor de análise dos encontros, por parte das sucessivas equipas de arbitragem, não têm mais espaço para, a tão desejada mudança. Necessita-se de facto, de árbitros competentes e realistas, da competitividade do futebol português. Falta realmente, a mudança "britânica" nos campos portugueses.
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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Equipa da Semana

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Equipa da Semana
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Equipa
Rui Nereu, Miguel Vítor, Daniel Carriço, Auri, Gaspar, Katsouranis,
Rúben Micael, Izmailov, Angel Di Maria, Hulk e Liedson
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Mercado Nacional: Rúben Micael

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Dados Pessoais
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Nome: Rúben Micael Freitas da Ressureição
Data de Nascimento: 19 de Agosto de 1986
Naturalidade: Câmara de Lobos, Madeira, Portugal
Posição: Médio-Centro
Altura: 1.75 cm
Peso: 73 kg
Clube: Clube Desportivo Nacional
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Clubes
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2006-2008 : Clube Futebol União
2008-2009 : Clube Desportivo Nacional
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Rúben Micael Freitas da Ressureição, nascido no dia 19 de Agosto de 1986, em Câmara de Lobos, Madeira é, neste momento, uma das boas revelações do campeonato português, nomeadamente ao serviço do Clube Desportivo Nacional, clube da primeira divisão portuguesa. Rúben Micael começaria a sua carreira desportiva, nas escolinhas do Estreito, clube que na actualidade, dedica-se apenas a modalidades amadoras. Aos sete anos de idade, Rúben Micael chegaria então ao União da Madeira, clube onde faria toda a sua formação futebolística. Ainda com a idade de juvenil, Rúben Micael já era chamado, para treinar na equipa principal do União. Em 2006, com apenas 19 anos de idade, o jovem médio faria a sua estreia, no patamar principal da equipa madeirense. Nas duas temporadas em que, "vestiu" a camisola do União da Madeira, Rúben Micael seria um dos melhores elementos, a actuar na segunda divisão portuguesa. Todavia, as suas exibições seriam suficientes para que, em Agosto de 2008, Rúben Micael, de 22 anos de idade, assinasse contrato com o rival Nacional da Madeira. Ao serviço do clube da "Choupana", o médio Rúben Micael tem sido uma das peças fundamentais, do técnico português Manuel Machado, bem como da própria equipa do Nacional, sendo neste momento, um dos grandes responsáveis, pelo quinto lugar na tabela classificativa, bem como na Taça de Portugal. A dar os primeiros passos, no escalão principal de Portugal, o jovem médio madeirense, tem provado pouco a pouco, todo o seu talento inquestionável, dentro das quatro linhas. "Fabricado" exclusivamente na Madeira, Rúben Micael trata-se de um médio de grande versatilidade, com uma capacidade de se desdobrar nas missões defensivas e ofensivas fora do normal. Sem dúvida alguma que, Rúben Micael é, uma das revelações do campeonato português e, mais "um" a demonstrar que existe, de facto "matéria-prima" em Portugal.
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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Mercado Internacional: Domínguez

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Dados Pessoais
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Nome: Julio César Domínguez Juárez
Data de Nascimento: 8 de Novembro de 1987
Naturalidade: Arriaga, Chiapas, México
Posição: Defesa-Central
Altura: 1.75 cm
Peso: 67 kg
Clube: Club Deportivo Social y Cultural Cruz Azul
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Clubes
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2003-2006 : Club Deportivo Social y Cultural Cruz Azul (Juniores)
2006-2009 : Club Deportivo Social y Cultural Cruz Azul
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Julio César Domínguez Juárez, nascido no dia 8 de Novembro de 1987, em Arriaga, Chiapas, México é, neste momento, uma das maiores promessas do futebol mexicano. Julio César Domínguez começaria a sua carreira desportiva em 2003, com apenas 16 anos de idade, nas camadas jovens do Cruz Azul, equipa da principal divisão do México. Após duas temporadas de formação, Domínguez faria a sua estreia, na equipa principal do Cruz Azul, no dia 29 de Abril de 2006, com apenas 18 anos de idade, frente à formação do Pachuca, num encontro a contar para a 17ª jornada da Clausura de 2006. O Cruz Azul, acabaria por vencer essa partida, por uns difíceis 3-2. Nesse mesmo ano, Domínguez conquistaria o seu primeiro troféu, com a camisola do Cruz Azul, ao vencer a Taça Pachuca. Meses antes, de se estrear com a camisola do Cruz Azul, Domínguez venceria o Campeonato do Mundo de Sub-17, com apenas 17 anos de idade. Nesse torneio, Domínguez seria reconhecido, a par de Giovani dos Santos e Carlos Vela, uma das maiores promessas do futebol mexicano, da próxima década. Além de exibir uma condição física e táctica perfeitas, Domínguez seria ainda, um dos principais responsáveis, pela conquista do torneio, derrotando na final, a poderosa selecção brasileira, de Anderson, actual jogador do Manchester United. Com a saída de Ricardo Osorio, para o campeonato alemão, nomeadamente para o VFB Stuttgart, Domínguez teria assim, mais oportunidades, de se afirmar no conjunto mexicano. Na temporada seguinte e, após a conquista da Taça Pachuca e da Taça Panamericana, ambas em 2007, Domínguez seria chamado, para participar no Campeonato do Mundo de Sub-20, realizado no Canadá. Nessa competição, a selecção mexicana, seria considerada uma das mais promissoras, dos próximos anos, ficando apenas atrás da selecção argentina, do "português" Angel Di Maria. Com apenas 19 anos de idade, Domínguez seria um dos grandes pilares, da selecção do México. Contudo e, apesar do bom futebol praticado, a selecção mexicana, seria eliminada nos quartos-de-final, pela selecção argentina, por uma bola a zero. Selecção (Argentina) que mais tarde, acabaria por vencer a prova, derrotando na final, a surpreendente selecção chilena. Devido à sua enorme capacidade de liderança, entrega e capacidades técnico-táctica, Domínguez, nesse mesmo ano, faria a sua estreia pela selecção principal do México, no dia 22 de Agosto de 2007, numa partida de carácter particular, frente à selecção da Colômbia. Por essa altura, Domínguez já era tido, como um jogador de grande futuro "internacional". Neste momento, Domínguez encontra-se na sua terceira temporada, ao serviço do Cruz Azul. O ano de 2008, seria também, um ano de algumas conquistas. Além da conquista da Taça Cuauhtemoc, Domínguez, bem como a equipa do Cruz Azul, conquistaria ainda a Apertura e a Clausura, ambas em 2008. Com apenas três temporadas, no principal escalão do futebol profissional, Julio César Domínguez conta já com umas impressionantes 92 partidas e 4 golos apontados, com a camisola do Cruz Azul. Julio César Domínguez trata-se de um jovem defesa-central, de boa presença na área e, de grande capacidade de colocação em campo, apesar de não ser um defesa muito alto (1.75 cm). Nesta altura, Domínguez é um dos melhores defesas-centrais a actuar no campeonato mexicano, bem como um dos indiscutíveis da equipa do Cruz Azul. Face a estas capacidades, Domínguez certamente não ficará por muito tempo, no seu país natal. Curiosamente, no início da temporada de 2008/2009, o jovem defesa seria alvo de uma enorme cobiça europeia, nomeadamente pelo Arsenal e pelo Valência. Todavia, Domínguez resolveria ficar mais uma temporada no Cruz Azul, demonstrando assim, além das suas já referidas capacidades atléticas, muito carácter para um jovem de apenas 21 anos de idade. Julio César Domínguez, um jovem, bom defesa... com um enorme futuro pela frente.
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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Figura da Semana: Rinus Michels

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Dados Pessoais
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Nome: Marinus "Rinus" Jacobus Hendricus Michels
Data de Nascimento: 9 de Fevereiro de 1928
Data de Falecimento: 3 de Março de 2005
Naturalidade: Amesterdão, Holanda
Posição: Avançado
Altura: 1.88 cm
Peso: 80 kg
Internacionalizações A: 5
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Clubes
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1946-1958 : Amsterdamsche Football Club Ajax
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Técnico Principal
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1960-1964 : JOS
1964-1965 : AFC
1965-1971 : Amsterdamsche Football Club Ajax
1971-1975 : Futbol Club Barcelona
1974-1974 : Selecção Nacional da Holanda
1975-1976 : Amsterdamsche Football Club Ajax
1976-1978 : Futbol Club Barcelona
1979-1980 : Los Angeles Aztecs
1980-1984 : Futbal Club Colónia
1984-1985 : Selecção Nacional da Holanda
1986-1988 : Selecção Nacional da Holanda
1988-1989 : TSV Bayer 04 Leverkusen
1990-1992 : Selecção Nacional da Holanda
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Palmarés
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Campeonato Holandês (Eredivisie): 1947, 1957, 1966, 1967, 1968, 1970
Taça da Holanda (Royal Netherlands Football Association - KNVB): 1967, 1970, 1971
Finalista da Taça da Holanda: 1968
Taça dos Campeões Europeus: 1971
Finalista da Taça dos Campeões Europeus: 1969
Taça Intertoto: 1962
Vice-Campeão do Mundo de Futebol: 1974
Campeonato Espanhol: 1974
Cavaleiro da Ordem de Orange-Nassau: 1974
Vice-Campeão de Espanha: 1973, 1977, 1978
Taça do Rei: 1978
Taça da Alemanha: 1983
Vice-Campeão da Alemanha: 1982
Campeonato da Europa de Futebol: 1988
Oficial da Ordem de Orange-Nassau: 1988
Técnico do Século FIFA: 1999
Cavaleiro da Royal Netherlands Football Association: 2002
Melhor Técnico dos 50 Anos do Futebol Profissional Holandês: 2004
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História
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Marinus "Rinus" Jacobus Hendricus Michels, nascido no dia 9 de Outubro de 1928, em Amesterdão foi, sem dúvida alguma, uma das maiores figuras, de toda a história do futebol mundial. Nascido e criado, perto do Estádio Olímpico, Michels ao celebrar o seu nono aniversário, ele receberia como prendas, um par de botas e, uma camisola do Ajax. Momentos mais tarde. ele e o seu pai, encontrár-se-iam a jogar num pequeno campo, perto das suas casas. Através de um amigo da família, Joop Kohler, Michels seria apresentado ao clube de Amesterdão e, introduzido na equipa dos juniores do clube em 1940. Quando a Segunda Guerra Mundial começou, a carreira de Michels iria estagnar. Os franceses do Lille OSC tentariam então, o acordo entre ambos, levando-o assim, para uma carreira internacional, porém, o exército holandês, não o permitiria, devido aos obrigatórios compromissos com o mesmo. No dia 9 de Junho de 1946, Michels seria convidado pelo Ajax, para substituir o lesionado Han Lambregt. No dia da sua estreia, o Ajax venceria o ADO por 8-3, com Michels a apontar cinco dos oito marcados. Nessa época, o Ajax conquistaria o 14º título de campeão nacional e, um ano mais tarde, conquistaria a Taça da Holanda. Embora houvesse sérias dúvidas, em relação às suas capacidades técnicas, enquanto profissional, os companheiros de equipa Cort Van der Hart e o capitão Joop Stoffelen estavam entusiasmados, com a sua força e capacidades no jogo aéreo. No final, Michels seria reconhecido mais pela sua capacidade de entrega do que, pelas suas capacidades técnicas. Contudo, Rinus Michels tornár-se-ia, em um habitual titular na equipa de Amesterdão, tendo entre 1946 e 1958 realizado um total de 264 partidas e 122 golos apontados. Em 1958, quatro anos depois da introdução do futebol profissional, na Holanda e, um ano depois de ter conquistado o seu segundo título, de campeão nacional, Michels seria forçado, a abandonar a sua carreira profissional, devido a uma lesão nas suas costas. A carreira internacional de Michels, ao serviço da selecção nacional da Holanda, duraria apenas cinco partidas, tendo feito a sua estreia, no dia 8 de Junho de 1950, na derrota por 4-1, frente à selecção da Suécia. Nas cinco partidas disputadas, com a camisola "laranja", Michels perderia todas elas: 4-1 frente à Finlândia; 4-0 frente à Bélgica; 6-1 frente à Suécia e 3-1 frente à selecção da Suíça em 1954. Esta seria a última partida de Rinus Michels, com a camisola da Holanda. Revemos os jogos das grandes equipas do passado e, apesar da sua beleza, quase todos eles parecem, no ritmo e no estilo, ultrapassadas no tempo. Existem, porém, duas excepções: o Ajax do início dos anos 70 e, a Holanda no Mundial de 1974. Ainda hoje, o futebol praticado por estes dois míticos onzes está avançado no tempo. O seu mentor, um homem que mais do que um simples treinador, descobriu a pedra filosofal da abordam táctica do jogo, na chamada era moderna: Rinus Michels. A década de 60 e a sua cultura hippie, começava a consciencializar as mentes humanas, quando em 1965, o ainda jovem Rinus Michels, de 37 anos de idade, aceitara, depois de treinar o modesto Zandovoort-Meeuwen, para trabalhar nas camadas jovens do Ajax. Era alí, como um filho de Amesterdão cosmopolita, que nascera em ano de Jogos Olímpicos, 1928, numa rua bem perto do Estádio onde eles se realizavam, onde se sentia melhor. Ao mesmo tempo, no banco da equipa principal, sentava-se o britânico Vic Buckingham. Apesar de contar com figuras como Keizer, Suurbier, Swart e um miúdo franzino de 17 anos de idade, Cruyff, estava porém, após uma série de derrotas, muito perto de descer de divisão. Foi então que, o Presidente Jaap van Praag decidiu-se pela chicotada e, pela primeira vez na história do Ajax, apostar num técnico holandês, para orientar a equipa: Rinus Michels, um homem simples, algo introvertido até, que, fizera uma discreta carreira como ponta-de-lança do Ajax. Em finais de 1966, os dois homens que iriam revolucionar o Ajax, bem como todo o futebol mundial, Michels e Cruyff, estavam reunidos no laboratório de De Meer. O famoso "Futebol Total" encontrava-se em estado de embrião. Durante a sua carreira como jogador, no Ajax, Michels conhecera treinadores como Jack Reynolds, Humenberger, Buckingham, Spurgeon e Jack Rowley. Todos eles, de origem anglo-saxônica, preconizavam sistemas básicos de futebol, sobretudo os britânicos, adeptos do tradicional jogo directo. De todos, Buckingham era o mais aberto ao estilo continental. Mesmo quando estava em campo, porém, Michels já imaginava outras formas de abordar o jogo. A base da sua ideologia, então em embrião, residia na escola húngara dos anos 50. Na sua mente, quando a bola estava longe, idealizava outros movimentos, outra forma de elaborar as jogadas, enfim, outro tipo de futebol. De início, pensou aplicar essas teses nas camadas jovens. Quando surgiu a oportunidade de aplicar essas ideias, a nível sénior, não hesitou e, transformando o Ajax num protótipo de uma precursora ideologia futebolística, mudou, para sempre, o curso da história táctica do jogo. Cada época criou o seu futebol da era moderna. Nessa perspectiva histórica, o Futebol Total foi, na génese, como o revitalizar do esquema húngaro de 1954, acrescentando-lhe a circulação de bola e a permanente intensão de jogar pelos flancos. O primeiro impacto surgiu em 1967, quando o Ajax espantou a Europa, ao golear o Liverpool por 5-1, nos quartos-de-final da Taça dos Campeões. A eliminação na ronda seguinte frente ao Dukla, mostrou que a equipa, ainda não se encontrava totalmente lapidada, mas, quando em 1969, chegou à final, que perdeu frente ao AC Milan, por 4-1, todos sentiram que, em breve os géniozinhos de Michels iriam assombrar a Europa. Assim foi. Em 1971, inicia-se o ciclo mágico. Apenas 14 jogadores bastaram para conquistar três Taças dos Campeões Europeus. Os hérois foram o guarda-redes Stuy, e os vagabundos Krol, Suurbier, Rijnders, Hulshoff, Vasovic, Blakenburg, Neeskens, Muhren, Cruyff, Haan, Swart, Keizer e Van Dijk. Michels só esteve presente na primeira conquista (as outras duas foram com Kovacs, seu devoto seguidor) . Voltaria a encontrar muitos deles, porém, poucos anos depois na selecção holandesa, quando após um dífícil apuramento, para o Campeonato do Mundo de 1974, a Federação afastou o treinador checo Frantisek Fadrhone e, convidou Michels, na altura em Barcelona, juntamente com Cruyff, para seleccionador nacional, com o objectivo de incutir no onze, os mesmos princípios de jogo. A sua famosa postura de disciplinador (daí as alcunhas de "General" ou "Homem de Ferro") era mais uma estratégia motivacional de líder, do que uma verdadeira extensão da sua personalidade. Quem o conheceu, fala de um homem que gostava de sorrir. Durante os jogos, no banco, raramente mexia um único músculo da sua face. Aí sim, era a tal famosa esfinge. Curiosamente, seria em 1988, com idade mais avançada que, o veríamos a sorrir no banco, sobretudo após o fabuloso golo de Van Basten a Dassaev, na final do Campeonato da Europa do mesmo ano. É errado definir-se o Futebol Total como, uma ideologia em que os jogadores não tinham posição certa em campo e, trocavam constantemente de posto. A verdade é que, até talvez em mais nenhum sistema, os jogadores sabiam exactamente o seu papel e posição incial em campo, como no esquema de Michels. O segredo encontrava-se na dinâmica posicional que, cada um deles incutia a cada posto, com a consequente circulação de bola, desenhada em constantes mudanças de flanco, o célebre "carrocel mágico" e, no aproveitamento dos espaços vazios. A chamada desorganização organizada. Uma aparente anarquia futebolística, transformada em sistema e em táctica. Futebolisticamente poético, os holandeses giravam em campo, lembrando as pás de um moinho. Por isso, mesmo correndo o risco de ferir a história, mais do que Futebol Total, talvez fosse mais correcto chamár-lhe futebol circular. Há quem diga, e com razão, que quem não viu jogar ao vivo esta selecção holandesa (1974), então nunca a viu verdadeiramente jogar. Ao longo dos tempos, o futebol adquiriu diferentes contornos tácticos. Todos eram sistemas que se podiam traduzir no papel. A partir do Futebol Total, tudo mudou. Por isso, pode-se dizer que, mais do que um sistema de jogo, era uma atitude competitiva perante o jogo. Esquematizando, o famoso "Futebol Total" era um 4x3x3, com uma defesa em linha de quatro elementos, três médios organizadores e três avançados que partiam de perto do meio-campo. No relvado, porém, com a marcação à zona, nenhum dos jogadores se limitava à sua posição inicial. Incutia dinâmica ao sistema e, assim, nas sincronizadas movimentações do colectivo revolucionava a abordagem táctica do jogo. A grande revolução táctica, mais do que um posicionamento dos jogadores no campo, apostava na dinâmica da táctica. Tudo isso, exigia grande condição física dos atletas. Quando, por exemplo, quem conduzia a bola pela esquerda via que, não tinha linha de penetração, passava-a para um elemento mais recuado, mais para dentro do campo, para que o jogo fosse virado para o flanco oposto. Os adversários ficavam hipnotizados com este carrocel, até que o espaço era criado e, Cruyff ou Rep surgiam, desmarcados, em zonas de remate. Assim, com a bola, o esquema podia desenhar-se num 3x1x3x1x2, ou seja, Suurbier, Haan e Krol, Rijsbergen, o quarto defesa que se adiantava, Neeskens, à direita, Jansen e Van Hanegem sobre o centro, Cryff, interior organizador esquerdo, Rep e Resenbrink, avançados móveis que, deambulavam por toda a frente de ataque, descaindo quase sempre para os flancos. A subida do quarto defesa, sempre se revelou muito importante na dinâmica do sistema de Michels. Na época seguinte, por exemplo, em Barcelona, era Marinho Peres quem ouvia constantemente as ordens, para subir no terreno, sempre que a equipa recuperava a bola. Catorze anos depois, quando na sua segunda passagem pela selecção, guiou a Holanda à vitória no Campeonato da Europa de 1988, o defesa que se transformava em médio transportador, que inicia a saída de bola para o contra-ataque era o trinco adaptado, Frank Rijkaard. Embora partisse dum 4x4x2 mais clássico, a dinâmica posicional de jogadores como Koeman, Rijkaard, Wouters e, sobretudo Gullit, tinham igualmente como base de ensinamentos do futebol total de 1974. É difícil precisar quando e como, surge pela primeira vez, o termo "Futebol Total" para definir o sistema holandês. O próprio Michels recusava a paternidade do termo, atribuindo-a a jornalistas que, viram jogar as suas equipas. É até curioso notar, vasculhando os arquivos que, essa mesma expressão "Futebol Total", fora utilizada nas páginas de "A Bola", pelo mestre Vítor Santos, para descrever a forma de jogar da selecção portuguesa, no Mundial de 1966... Só cinco anos depois, o primeiro grande Ajax de Michels conquistaria a Taça dos Campeões, utilizando o idolatrado sistema que, seria depois, seguido pelo romeno Stefan Kovacs que, em 1972, substituira Michels no comando técnico do Ajax. A fama do Futebol Total, como sendo quase uma pedra filosofal do bom futebol permaneceu, no entanto, até aos dias de hoje. Mas faz ainda sentido, no presente,considerá-lo como um sistema táctico avançado? Claro que sim. A principal razão para esta conclusão, reside num dos fundamentais principios que, as grandes equipas do nosso futebol moderno devem ter presentes: a fase defensiva não se distingue da fase ofensiva e vice-versa. Ou seja, a noção avançada de que as missões de defender e de atacar, nunca podem ser compartimentos estanques, mas, pelo contrário, tem de ter, interligação plena, ao ponto da capacidade de distinguir esses dois momentos fosse reduzido ao mais mínimo espaço temporal, quase imperceptível a olho nu. É por isso, que se pode afirmar que, no Futebol Total todos atacavam e todos defendiam. Michels foi o primeiro treinador a introduzir essa noção de dinâmica de uma equipa em campo, condicionando assim, para sempre o seu status táctico. Ciclicamente, depois com o passar dos tempos, esses conceitos foram sendo lapidados e encontram hoje total corolário na eficácia das famosas transições defesa-ataque-defesa. A equipa que as fizer melhor, mais rápido e de forma mais eficaz, é a competitivamente mais forte. As bases que sustentam todas essas teorias alicerçam-se, claramente, nos ensinamentos do Futebol Total. Entre a revolução encetada no Ajax, laboratório do Futebol Total e, a consagração planetária no Mundial de 1974 com a Holanda, Rinus Michels esteve quatro épocas em Barcelona. Ao contrário do Ajax e da Holanda, ninguém recorda, no entanto, o seu Barça também como profeta do Futebol Total. Como é isso possível? A resposta podia-nos levar para o eterno debate entre o sistema e os jogadores. Qual é o mais importante, qual está primeiro, e quem deve adaptar-se a quem? Quando Michels foi contratado pelo Barcelona (curiosamente, para substituir o mesmo Vic Buckingham que, substituira no Ajax em 1965) a intensão era que também o colocasse a jogar como o Ajax. A esfinge chegava à Catalunha, no entanto, numa altura em que o futebol espanhol, fechara as portas a jogadores estrangeiros. Assim, tentou, por exemplo, que Alfonseda fosse Keizer e, fracassou. Á 10ª jornada, o Barcelona encontrava-se em penúltimo lugar. As críticas começavam. Mais tarde, uma derrota frente ao Córdoba afastou-o da luta pelo título. No segundo ano, terminaria em 3º lugar. As relações com os jogadores estavam cada vez mais tensas. Na época seguinte, porém, passou a ser permitida a contratação de dois jogadores estrangeiros. Chegaria Cruyff e, num ápice, o sistema começaria a ganhar vida própria. Jogando um futebol que, por fim exteriorizava as bases do projecto-Michels, o Barcelona reconquistaria, 14 anos depois, o título de campeão nacional, numa época (1973/1974) memorável, eternizada com uma mítica vitória sobre o Real Madrid, em pleno Chamatín, pot 5-0. Para além de Cruyff, brilhariam nesse onze jogadores como Rexach, Asensi, Marcial e o peruano Sotil. Na temporada seguinte, porém, com Neeskens (médio) no lugar de Sotil (avançado) o onze perderia o equilíbrio e, os títulos nunca mais apareceriam. Foram então os jogadores que fizeram o Futebol Total? Sim e não. O sistema Michels foi uma ideologia futebolística enovadora, mas que, como qualquer sistema táctico, nunca lograria a mesma dimensão mundial sem a fabulosa geração de jogadores que, Michels teve ao seu dispor. Para que a sua essência se traduza em campo, são obrigatórios jogadores tacticamente muito evoluidos, ao ponto de entenderem o verdadeiro sentido das palavras: dinâmica e polivalência. O tipo de jogador que sabe saltar a fronteira entre a acção específica inicial, para que foi designado e, a dinâmica posicional, susceptível de ser-se incutir ao lugar, para a qual lhe foi concedida liberdade, ao ponto de ser difícil saber-se qual o seu posto original. Assim, Michels e Cruyff foram mais do que um treinador e jogador. Foram mestre e feiticeiro. Foram pai e filho. Foram a prolongação de um do outro, do banco para o relvado e vice-versa. Quando chegou à selecção, em 1974, Michels deparou-se logo, com um grave problema na formação da equipa. O grupo estava claramente dividido em dois conjuntos. De um lado, os jogadores do Ajax e do outro, os jogadores do Feyenoord. Eram do grupo de Roterdão que, vinham as maiores críticas à aplicação dos principios do Futebol Total no jogo da selecção. De início, Michels tinha a intensão de equilibrar os dois conjuntos, mas a situação iria tornár-se mais complicada depois de supostamente, também Cruyff entrar em conflito com os seus antigos companheiros do De Meer. "A selecção devia de ser formada, com base em cinco homens do Ajax e quatro ou cinco do Feyenoord, mas as duas equipas jogavam com tácticas diferentes e, nem os jogadores do Ajax, nem os os do Feyenoord estavam dispostos a aceitar o sistema táctico de ambos. Assim, era impossível conseguir um verdadeiro conjunto". Conta Cruyff no livro Mundiais 74. Após uma série de jogos particulares pouco convincentes, Michels estabeleceu as orientações. Disse a todos os jogadores, qual iria ser a sua opção táctica e colocou todos à vontade. Quem não estivesse disposto a acatá-la podia voltar para casa. Deu-lhes uns dias para compreenderem a sua táctica e, decidir o que fazer. Ao fim de uma semana, perguntou a cada um deles, se aceitava ficar, explicando-lhes que, ao aceitar, teria que ser de uma entrega total. Quem não está connosco, é contra nós. Quando fez a equipa, Michels apenas tinha uma única certeza: ela teria que girar em torno de Cruyff. No ataque, as opções de Michels recaiam em Rep, revelação do novo Ajax e, em Resenbrink, veloz extremo do Anderlecht que, tirava assim, o lugar de titular a Keizer, histórico jogador do Ajax, contudo, sem a energia de outros anos. Na defesa, existia um sério problema: a lesão do líbero Israel. Quem iria liderar o sector com a mesma autoridade? Foi então que, astuto, Michels inventou um dos melhores líberos, da história do futebol holandês: Haan, que até ao momento jogara apenas como médio, mas que, agora no centro da defesa, formaria com Rijsbergen, jogador que até ao Mundial, jogara apenas uma vez na selecção, uma imponente dupla de centrais, ao ponto de Israel não voltar a entrar na equipa, mesmo depois de recuperar da lesão. No meio-campo, Michels tinha de decidir entre o trio do Ajax, composto por Arie Haan, Neeskens e Muhren e, do trio do Feyenoord, com Theo de Jong, Wim Jansen e Wim Van Hanegem. Eram todos grandes jogadores. A opção de Michels teria de ser feita, tendo em conta, a capacidade de cada um se adaptar às suas directivas tácticas. Com Haan recuado e Muhren forçado a sair, devido a uma doença do seu filho, o trio do meio-campo acabaria por ser formado por: Neeskens, uma espécie de trinco box-to-box, usual no presente, mas revolucionário nos anos 70; Jansen, o grande lutador que, ocupava todos os espaços, em busca da recuperação da bola; e Van Hanegem, na esquerda, um lutador de grande carácter que era o patrão do Feyenoord. Era a primeira vez que, este onze jogaria junto e, cinco deles estreavam-se nas respectivas posições, mas jogando com uma velocidade e ligação de sectores quase sobrenatural, ele seria titular durante todo o Campeonato do Mundo. De todos os feitos de Michels, o maior fora, sem dúvida, o de conseguir esta coesão e unidade, num grupo que pouco antes, parecia totalmente desintegrado. A explicação para tal era simples: todos estes jogadores, eram verdadeiros fora-de-série, com uma concepção moderna e profunda do futebol. Para a história fica Rinus Michels, o home que um dia, mudou toda a história do futebol mundial. Para a história fica Rinus Michels, o melhor técnico de todos os tempos.
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