Tudo o que precisava de saber sobre o mundo do futebol

domingo, 25 de julho de 2010

Máquina do Tempo: Yazalde

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Dados Pessoais
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Nome: Héctor Casimiro Yazalde
Data de Nascimento: 29 de Maio de 1946
Data de Falecimento:18 de Junho de 1997
Naturalidade: Avellaneda, Buenos Aires, Argentina
Posição: Avançado
Altura: 1.76 cm
Peso: 71 kg
Internacionalizações A: 10 (2)
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Percurso Profissional
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1962-1966 : Club Atlético Piraña
1966-1967 : Club Atlético Independiente B
1967-1971 : Club Atlético Independiente
1971-1975 : Sporting Clube de Portugal
1975-1977 : Olympique de Marseille
1977-1980 : Club Atlético Newell´s Old Boys
1980-1981 : Club Atlético Huracán
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Palmarés
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Campeonato Argentino de Futebol: 1968, 1970
Futebolista Argentino do Ano: 1970
Campeonato Metropolitano: 1970, 1971
Finalista da Taça de Portugal: 1972
Taça de Portugal: 1973
Campeonato Português de Futebol: 1974
Bota de Ouro: 1974
Presença no Campeonato do Mundo de Futebol: 1974
Melhor Marcador do Campeonato Português de Futebol: 1974, 1975
Bota de Prata: 1975
Taça de França: 1976
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Héctor Yazalde
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Héctor Casimiro Yazalde, nascido a 29 de Maio de 1946, na Argentina, pode não ser um dos grandes mitos ou lendas do futebol mundial, porém, foi e continuará a ser, uma das grandes figuras da história do futebol internacional do Século XX. Desde muito cedo, Yazalde evidenciaria uma enorme paixão pelo futebol, iniciando essa mesma prática, com apenas dezasseis anos de idade, num pequeno clube amador, dos arredores de Buenos Aires, o Piraña. Não seria preciso muito tempo, para que Yazalde se afirmasse, muito devido às suas qualidades técnicas, bem como, na sua facilidades em "abanar" redes contrárias, factos que fariam com que, vários clubes manifestassem o interesse na sua aquisição. Aos vintes anos de idade, Yazalde daria o seu primeiro salto, enquanto profissional de futebol, ao assinar contrato com o Independiente Avellaneda. Ao serviço do mesmo, os feitos do avançado argentino, ultrapassariam por completo as fronteiras do país das "pampas", sendo cobiçado de pronto, por alguns dos melhores clubes da "velha" Europa. No Verão de 1971, Héctor Yazalde mudár-se-ia para Portugal, nomeadamente, para o Sporting Clube de Portugal, deixando assim um passado brilhante no campeonato sul-americano, rumando pela primeira vez, ao duro e veloz futebol europeu. A militar no campeonato português, Yazalde cedo se tornaria numa das figuras mais populares entre os adeptos, que o elogiavam, não só pelas suas qualidades profissionais, mas também pelo seu profissionalismo fora das quatro linhas de jogo. Embora na sua primeira época, Yazalde não caracterizasse em golos todo o seu potencial, algo era mais do que evidente... Yazalde estava pronto a "explodir". Na época seguinte, Yazalde apontaria 28 golos, vencendo uma Taça de Portugal. Contudo, seria no ano de 1974 que, Yazalde ficaria inscrito para sempre, no livro dos melhores de sempre. O avançado argentino, além de ter ajudado a conquistar, o tão desejado campeonato nacional, por parte do Sporting, ainda conquistaria a "Bota de Ouro", troféu atribuido ao melhor marcador de todos os campeonatos europeus. No total seriam 46 tentos, numa só temporada. Números que constituiriam um autêntico recorde mundial. Na temporada seguinte, a veia goleadora de Yazalde permaneceria intacta, apontando mais 30 golos no respectivo campeonato nacional, sendo que esta, seria a sua última temporada com as cores do Sporting. Os golos apontados, fariam dele num dos mais apetecíveis jogadores a contratar, por parte dos grandes colossos da Europa. Em meados de 1975, Yazalde daria mais uma vez o salto, ao transferir-se para o campeonato francês, assinando na altura, um contrato milionário com a formação do Olympique de Marseille. Sem a sorte de outras temporadas, Yazalde regressaria ao seu país natal, dois anos depois, terminando a sua brilhante carreira, primeiramente no Newell´s Old Boys e, posteriormente, no Huracán, aos 35 anos de idade. Após o seu afastamento do mundo do futebol, em 1982, Yazalde tentaria ainda uma segunda "vida" como empresário de futebol, no entanto, sem sucesso. Sofrendo de graves problemas de saúde ao longo dos anos, Héctor Casimiro Yazalde faleceria em Buenos Aires, no dia 18 de Junho de 1997, com apenas 51 anos de idade, devido a uma hemorragia e paragem cardíaca.
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Infância curta... sob um crescimento rápido
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Héctor Casimiro Yazalde, mais conhecido no mundo do futebol sul-americano como "Chirola", nasceu e cresceu sob um ambiente pobre, nas ruas de Buenos Aires. Tal como a grande maioria das crianças da sua idade, Yazalde, começaria a dar os seus primeiros passos, no universo futebolístico, nas feverosas e duras disputas amadoras e inocentes entre amigos do seu bairro, Villa Fiorito, o mesmo bairro que, anos mais tarde, viria a "dar à luz" um dos maiores, senão o maior mito vivo de todos os tempos... Diego Armando Maradona. Como todas as crianças, Yazalde sonhava ser alguém importante, com futuro e dinheiro, principalmente, se fosse com as cores do Boca Juniors, a sua equipa de sempre. Vindo de uma classe social bastante baixa, Yazalde viu-se então obrigado a deixar a escola, de forma precoce, com o intuito, de contribuir com a alimentação e sustento do seu lar. Dessa forma, o jovem "Chirola" viveu imensas experiências, antes de ingressar no mundo do futebol... vendeu jornais, bananas e, mais tarde, tornár-se-ia quebredor de gelo, nas ruas de Buenos Aires.
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Os primeiros passos
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A sua primeira experiência, enquanto futebolista, seria com as cores do Racing Los Andes. Porém, seria através de um amigo seu de escola, que Yazalde daria o salto para o conhecimento futebolístico. Depois de acompanhar esse mesmo colega, aos treinos do Clube Piraña, Yazalde perguntaria se, também ele, poderia treinar à experiência. Bastou um simples toque na bola, para que toda a equipa técnica ficasse espantada com as suas qualidades enquanto atleta. Em 1962 e, com apenas 16 anos de idade, Yazalde era já uma das grandes promessas, do futebol amador argentino. Seriam precisos apenas quatro anos para que "Chirola" desse o grande salto da sua ainda curta carreira, assinando na altura pelo Independiente de Avellaneda, um dos históricos do futebol argentino, após o presidente do Independiente ter ficado completamente encantado com as qualidades de Yazalde, durante um pequeno torneio de futebol nocturno. A sua ascenção na formação argentina, seria digna de um sonho tornado realidade. Com apenas 21 anos de idade, Yazalde sagrár-se-ia pela primeira vez campeão nacional, com as cores do Avellaneda. A sua estreia em si, seria efectuada pelas mãos do técnico brasileiro, Osvaldo Brandão, facto após ter passado uma temporada na equipa de reservas do clube argentino. Yazalde apontaria o seu primeiro tento oficial, com a camisola "roja" do Independiente de Avellaneda, na terceira jornada do campeonato nacional argentino de 1967, na vitória por 2-1, sobre o Platense. Tal como acontecera com outros grandes jogadores sul-americanos, o seu crescimento no clube ficaria realmente célebre, bem como, alucinante para um jovem da sua idade. Todavia, Yazalde confirmaria todo o seu talento e capacidades no ano seguinte, em 1970, ao revalidar o título de campeão nacional, após um triunfo por 2-3, na última jornada do campeonato, frente à formação do Racing Avellaneda, o seu grande rival. Nessa mesma partida, disputada no dia 27 de Julho de 1970, o grande clássico de Avellaneda seria, verdadeiramente histórico. Apenas uma vitória interessava ao Independiente, para que este pudesse conquistar novamente o título nacional. A apenas nove minutos do final da partida, Yazalde após uma execução individual extraordinária, recebendo a bola no peito, posicionando-se e, de pronto, rematando forte e colocado, daria assim o tão desejado título, colocando o seu nome num patamar que iria permancer durante muitos anos. No final do campeonato e, com muito mérito, Yazalde conquistaria o título de futebolista do ano na Argentina, sagrando-se igualmente, no melhor marcador do campeonato nacional. Após esses acontecimentos e, de forma natural, o seu nome começaria a ser apontado a grandes clubes do futebol europeu. Ao fim de 72 golos em apenas 113 partidas, "Chirola" ganharia umas mais do que merecidas férias, no início de 1971. Seria nesse mesmo início, em Janeiro do mesmo ano, que clubes como o Santos, o Palmeiras, o Nacional de Montevidéu, o Lyon, o Valência, o Sporting Clube de Portugal, bem como o Boca Juniors e o claro Independiente manifestariam um total interesse nos seus serviços. O Independiente não pretendia perder a sua principal "pérola", aguardando com uma enorme expectativa, uma eventual renovação de contrato. Seria nesse momento, que a direcção leonina entraria em acção, nomeadamente, o dirigente Abraão Sorin, que se deslocaria propositadamente a Buenos Aires, com vias a garantir o concurso do jovem avançado argentino.
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O "Bota de Ouro" de Portugal
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Com acordo assinado, Yazalde chegaria à capital portuguesa, no dia 11 de Fevereiro de 1971, com vias a ingressar no plantel principal do Sporting Clube de Portugal, enquanto o mais valioso reforços dos "leõs" no mercado de transferências de Dezembro, para a temporada 1971/1972. Como todo o jogador sul-americano, Yazalde necessitaria de um período de adaptação ao futebol europeu, apontando apenas nove golos em vinte partidas oficiais, no principal campeonato nacional português, ajudando a sua equipa a alcançar um fraco 3º posto da tabela classificativa. A sua estreia seria frente ao Boavista Futebol Clube, numa partida onde apontaria dois golos, na vitória por 4-1, sobre a formação axedrezada. Seria no entanto, na época seguinte (1972/1973) e principalmente a de 1973/1974 que Yazalde atingiria todo o seu real esplendor futebolístico, demonstrando toda a sua capacidade goleadora, alcançando números verdadeiramente históricos. No anos de 1973, Yazalde apontaria 19 golos em 29 encontros oficiais no campeonato nacional, terminando porém, em terceiro, na lista dos melhores marcadores do campeonato, ficando atrás de Eusébio, do Benfica e, de Flávio, do Futebol Clube do Porto. Em relação ao Sporting e à sua classificação, os "leões" de Alvalade não iriam além do 5º posto da tabela classificativa. Salvár-se-ia no entanto, a conquista da Taça de Portugal, batendo na final do Jamor, o Vitória de Setúbal por 3-2, sendo Yazalde um dos autores de um dos golos do Sporting. Esse seria o primeiro título conquistado por Yazalde com a camisola do Sporting. Contudo, seria em 1974, o verdadeiro ano de Yazalde, demonstrando toda a sua capacidade de finalização, atingindo a incrível marca dos 46 golos no campeonato nacional, em apenas 29 encontros, falhando apenas uma única partida, frente aos rivais do Futebol Clube do Porto e, apontando golos a todos os seus adversários, com excepção do Vitória de Setúbal. Devido a esta espantosa marca, Yazalde conseguiria alcançar a "Bota de Ouro", prémio destinado ao melhor marcador dos principais campeonatos europeus, bem como, a vitória no campeonato nacional. Desde então, muito se falaria de uma possível saída, para um dos grandes colossos da Europa, sendo que os espanhóis do Real Madrid, terão inclusivé, apresentado uma proposta da rondar os 27.000 contos. Todavia, tal não iria acontecer e, "Chirola" continuaria ao serviço do Sporting Clube de Portugal na temporada de 1974/1975, dando assim, seguimento à sua sensacional veia goleadora, apontando 30 golos em 26 jogos oficiais. Números suficientes para conquistar novamente, o prémio de melhor marcador do campeonato português, tal como, a "Bota de Prata". Em relação à formação leonina, essa não iria além do 3º lugar no campeonato nacional.
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Início do Fim
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Com apenas 29 anos de idade, Héctor Yazalde, no final da temporada de 1974/1975, sairia pela porta grande do futebol português, transferindo-se dessa forma, para um dos históricos do futebol europeu, o Olympique de Marseille, num valor a rondar os 12.000 contos, quantia bastante inferior à oferecida pelos madrilenos um ano antes. Seriam quatro temporadas sempre em alta rotação, deixando um legado, apenas alcançado muitos anos depois, pelo brasileiro Mário Jardel. Nas duas temporadas em que esteve ao serviço da formação do Marseille, Yazalde não conseguiria destacár-se ao nível em que conseguira nos anos em que representou o Sporting Clube de Portugal, apontando apenas 23 golos em apenas 43 partidas. De destacar porém, a conquista da Taça de França no ano de 1976. A sua carreira desportiva entraria então, num claro declínio futebolístico e, no final da temporada de 1977, Yazalde decidiria regressar ao seu país natal, mesmo com ofertas de outros clubes, nomeadamente do Sporting Clube de Portugal. O seu próximo desafio chamár-se-ia CA Newell´s Old Boys, formação que representaria entre 1977 e 1980, tendo inclusivé, alcançado as meias-finais do campeonato nacional na sua primeira época. Yazalde representaria ainda, posteriormente, o CA Huracán, de Buenos Aires, a sua última equipa, enquanto profissional de futebol, retirando-se dos relvados no ano de 1981, com apenas 35 anos de idade. Todavia, Yazalde ficaria com um sentimento de perda, devido ao facto de nunca ter representado o clube do seu coração, o Boca Juniors. Aos 35 anos, Yazalde sabia que tal possibilidade não passaria de um mero sonho que nunca viria a realizar-se. Após o seu afastamento das quatros linhas de jogo, o antigo avançado argentino, tentaria dar seguimento a uma nova via no mundo futebolístico, desta vez, como empresário, no entanto, sem o sucesso esperado.
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Fim de um ciclo... início de uma lenda
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Sofrendo de cirrose hepática, Héctor Yazalde, viria infelizmente e, de forma trágica, a falecer, com apenas 51 anos de idade, no dia 18 de Julho de 1997, vítima de uma hemorragia, bem como, de uma paragem cardíaca. A figura imortal dos relvados, sairia de "palco", no entanto, o legado de Yazalde seria algo para alguns e, não para os bons avançados. Definir Yazalde, enquanto futebolista não será tarefa fácil, contudo, existe um termo que poderá explicar quem foi Yazalde no mundo do futebol... golos... e mais golos. Dotado de uma técnica individual fantástica, Yazalde era de facto um avançado temível e, com um sentido posicional fora do normal, sempre no caminho da bola, sempre no caminho dos golos. Não sendo um jogador de estatura e peso elvados, Yazalde não deixaria de ser um avançado possante, sobretudo, dentro da grande área de jogo, muito devido às suas constantes mudanças de velocidade e rotações corporais. Excelente no jogo aéreo, bem como, dono de um forte remate, Yazalde foi um avançado completo e imparável. Graças aos seus feitos individuais, muito ganharia a formação do Sporting, alcançando um campeonato nacional e duas Taças de Portugal nos anos de 1973 e 1974, sendo que neste último, Yazalde não tenha disputado uma única partida, devido a lesão. Seria essa mesma paragem que, quase o impediria de dar o seu contributo, para com a selecção argentina, no Campeonato do Mundo, disputado na Alemanha. Enquanto figura internacional, Yazalde fora um jogador sempre com presença assegurada nas várias camadas jovens da selecção das "pampas", conquistando mais tarde, um total de 10 internacionalizações, com a camisola principal da Argentina, apontando inclusivé, dois golos (ambos frente à formação do Haiti, no Campeonato do Mundo de 1974). Enquanto internacional "A", Yazalde teria o seu pior momento, no afastamento da formação argentina, a contar para a qualificação para o Campeonato do Mundo de 1970, no México, frente à equipa do Perú. Como verso do espelho, Yazalde teria o seu ponto alto da carreira, no Mundial de 1974, muito embora, a modesta presença da equipa, onde seria eliminada pela formação da Holanda, de Johann Cruyff. Com toda a certeza, Yazalde foi e continuará a ser uma das grandes lendas do futebol internacional, bem como, um dos poucos jogadores a ultrapassar a barreira dos quarenta golos no campeonato, nos últimos trinta anos, no futebol português e mesmo mundial. Sem dúvida... números dígnos de uma verdadeira lenda do futebol.
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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Por onde anda... Edgar

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Dados Pessoais
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Nome: Edgar Patrício de Carvalho Pacheco
Data de Nascimento: 7 de Agosto de 1977
Naturalidade: Luanda, Angola
Altura: 1.77 cm
Peso: 84 kg
Posição: Extremo
Clube: Sem Clube
Internacionalizações A: 1 (0)
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Percurso Profissional
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1992-1993 : Grupo Desportivo Estoril Praia
1993-1995 : Vitória Futebol Clube
1995-1997 : Sport Lisboa e Benfica
1996-1997 : Futebol Clube de Alverca
1997-1998 : Sport Lisboa e Benfica
1998-1999 : Real Madrid Club de Fútbol B
1998-2003 : Málaga Club de Fútbol
2002-2003 : Getafe Club de Fútbol
2003-2007 : Málaga Club de Fútbol
2007-2008 : Boavista Futebol Clube
2008-2009 : Athlitiko Somateio Alki
2009-2010 : Sem Clube
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Palmarés
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Vice-Campeonato Português: 1996, 1998
Taça de Portugal: 1996
Finalista da Taça de Portugal: 1997
Finalista da Supertaça Cândido de Oliveira: 1996
Campeonato Espanhol 2ª Divisão: 1999
Taça Intertoto: 2002
Troféu Costa del Sol: 2005
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Muitos foram os nomes que, ao longo das décadas, ficaram marcados pela eterna imagem de talento precoce: Dani, Hugo Porfírio, José Dominguez, Agostinho, Hugo Leal, entre muitos outros tantos. Edgar Patrício de Carvalho Pacheco, nascido em Luanda, Angola, em Agosto de 1977, foi claramente um desses mesmos casos. Após passagens pelas formações do Estoril-Praia e do Vitória de Setúbal, o jovem avançado assinaria contrato com os colossos de Lisboa, o Sport Lisboa e Benfica, clube onde iria concluir toda a sua formação profissional, e onde se estrearia ao mais alto nível competitivo, com apenas 17 anos de idade. A época em questão, seria a de 1994/1995, e o seu treinador... Artur Jorge, técnico responsável pela destruidora revolução que o plantel sofrera após conquistar o 31º campeonato nacional, mergulhando o clube para mais de uma década de insucesso desportivo. A estreia em si, em pleno Estádio dos Príncipes, num encontro frente aos rivais do norte, o Futebol Clube do Porto, a contar para o jogo decisivo da Supertaça Cândido de Oliveira, não seria a mais memorável para a formação "encarnada". Todavia, o jovem extremo benfiquista, conseguiria marcar uma posição... dar nas vistas, assegurando de pronto um lugar no plantel "encarnado". Na temporada seguinte, Edgar seria um dos eleitos para integrar o plantel principal e, após uma pré-época excepcional (de destacar a partida frente aos italianos do AC Milan), Edgar encontrava-se nas bocas do mundo, descrevendo-o como um dos jovens mais promissores da década de noventa, comparando-o inclusivé ao eterno Eusébio (!). Com as cores do Benfica, Edgar destacár-se-ia sobretudo pelas alas, através da sua mobilidade, demonstrando um novo estilo de jogo, de muito nível atlético, garra, entrega, explosão, técnica, força e velocidade... muita velocidade. A partir desse momento, Edgar alternaria as boas com as más exibições... muito devido às fracas temporadas que o clube "encarnado" iria exibir perante o seu público, faminto por uma nova conquista no campeonato. Na época de 1996/1997, após várias experiências, com dezenas de treinadores, o jovem extremo seria dispensado pelo técnico brasileiro Paulo Autuori, isto depois de ser claramente encarado como uma das grandes esperanças da épocas, e de formar um poderoso trio ofensivo com o "capitão" João Vieira Pinto e Valdir. Emprestado ao Alverca, até ao final da temporada, Edgar apenas regressaria à Luz, pelas mãos de Manuel José, na que seria a sua última temporada com as cores do Benfica. Nessa mesma época, Edgar seria ainda treinado pelo escocês Graeme Souness, técnico que relegaria por completo o jovem português para o banco de suplentes. Porém, o jovem continuava a ser visto como um dos mais queridos da massa associativa. No final da temporada e, após não ter chegado a acordo, para a renovação do seu contrato, Edgar sairia da Luz pela porta pequena, sem nunca ter demonstrado por completo, todo o seu talento. Prontamente aliciado pelo poderoso Real Madrid, bem como, pelo seu empresário, Paulo Barbosa, o ex-benfiquista continuaria a sua aventura no mundo do futebol, com as cores da formação madrilena, algo que se arrependeria anos mais tarde, justificando a sua decisão, como imatura. Na capital espanhola, Edgar não chegaria a conhecer o sabor do sucesso, bem como, o "cheiro" da camisola principal do Real Madrid, acabando mesmo por alinhar pelos escalões secundário do clube merengue. Por essa altura, a carreira internacional de Edgar cairia por completo, ficando mesmo de forma permanente, de fora das convocatória da Selecção Nacional de Portugal (à excepção, de uma única internacionalização, anos mais tarde, frente à formação de Moçambique). Mesmo fora dos patamares que o lançariam para o "estrelato", Edgar conseguiria um novo recomeço de carreira, desta vez com as cores do Málaga, equipa que representaria durante nove temporadas, realizando um total de 158 encontros e 14 golos (um deles, memorável, frente ao... Real Madrid, considerado na altura, como o melhor do ano em Espanha). Na temporada de 2002/2003, Edgar seria emprestado à formação do Getafe, recomeçando dessa forma, o início do fim da sua carreira em Espanha. Edgar que chegaria a conquistar o estatuto de "capitão" da formação do Málaga, e onde conquistaria o seu maior troféu da carreira, a Taça Intertoto em 2002 (troféu ao qual se juntaria uma Taça de Portugal, conquistada com as cores do Benfica em 1996). Durante a sua "estadia" em território espanhol, Edgar chegaria a despertar a cobiça de vários emblemas europeus, nomeadamente, nas épocas de maior destaque individual, de onde se destacaria o Barcelona. Porém, a sua saída para um clube de maior dimensão não chegaria a acontecer. Em completa roptura com o seu técnico, Edgar regressaria ao campeonato português, vários anos depois, com as cores do Boavista, no Verão de 2007. Contudo, numa época visivelmente afectado por problemas financeiros, Edgar a par do guarda-redes Carlos, chegariam ao Bessa como os nomes mais sonantes, num plantel completamente transfigurado, inexperiente, e muito longe do "Boavistão" que encatara o mundo do futebol em anos anteriores. A solução recairia então na experiência de Edgar, jogador escolhido para comandar toda uma equipa dentro de campo. Contudo, tal não se sucederia, realizando apenas um total de sete encontros. Números muito abaixo das suas expectativas, e do próprio clube, que esperava algo mais do atleta português. Muito perto de completar 33 anos de idade, Edgar encontra-se na recta final da sua carreira desportiva, sendo que no momento, o antigo jogador do Benfica e do Málaga encontra-se no... desemprego (!)... esquecido... e amargurado por uma decisão... uma má decisão que tomara há mais de dez anos atrás. Por tudo isto e muito mais, Edgar é sem dúvida um dos nomes a ter em conta, na histório do futebol português e, um claro exemplo de um talento precoce que fora esquecido por todos. Edgar chegaria ainda na época de 2008/2009 a tentar mais uma vez a sua sorte, no entrangeiro, ao serviço da formação cipriota do ASA, contudo, o seu talento fora esquecido mais uma vez.
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