Tudo o que precisava de saber sobre o mundo do futebol

segunda-feira, 16 de março de 2009

Figura da Semana: Rial

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Dados Pessoais
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Nome: José Héctor Rial Laguía
Data de Nascimento: 14 de Outubro de 1928
Data de Falecimento: 24 de Fevereiro de 1991
Naturalidade: Pergamino, Argentina
Posição: Avançado
Altura: 1.76 cm
Peso: 78 kg
Internacionalizações A: 5 (1)
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Percurso Profissional
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1947-1949 : Club Atlético San Lorenzo de Almagro
1949-1951 : Santa Fé Corporación Deportiva
1951-1954 : Club Nacional de Football
1954-1961 : Real Madrid Club de Fútbol
1961-1962 : Reial Club Deportiu Espanyol de Barcelon
1962-1963 : Olympique de Marseille
1963-1964 : Unión Española S.A.D.P.
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Técnico Principal
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1965-1966 : Pontevedra Club de Fútbol S.A.D.
1966-1967 : Real Club Deportivo Mallorca
1969-1970 : Real Zaragoza
1970-1971 : Unión Deportiva Las Palmas S.A.D
1971-1972 : Selecção Nacional Olímpica da Espanha
1971-1972 : Club Deportivo Guadalajara
1971-1972 : Selecção Nacional da Arábia Saudita
1974-1974 : Selecção Nacional da Espanha (Treinador-Adjunto)
1976-1977 : Real Club Deportivo de la Coruña S.A.D.
1976-1977 : Club Estudiantes de la Plata
1976-1977 : Selecção Nacional de El Salvador
1980-1981 : Elche Club de Fútbol
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Palmarés
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Campeonato Uruguaio: 1952
Torneio Competencia: 1952
Torneio Quadrangular: 1952, 1954
Taça Cidade de Montevídeo Internacional: 1953
Campeonato Espanhol: 1955, 1957, 1958, 1961
Taça dos Campeões Europeus: 1956, 1957, 1958, 1959, 1960
Taça Duward: 1955, 1957, 1958, 1961
Pequena Taça do Mundo: 1956
Taça Amistad: 1957
Troféu Ramón de Carranza: 1958, 1959, 1960
Taça Intercontinental: 1960
Vice-Campeonato Espanhol: 1960
Finalista da Taça do Rei: 1960, 1961
Troféu Benito Villamarín: 1960
Taça Califórnia: 1977
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História
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José Héctor Rial Laguía, nascido no dia 14 de Outubro de 1928, em Pergamino, Argentina foi, sem dúvida, um dos melhores jogadores, de toda a história do futebol mundial. Rial começaria a sua carreira desportiva, nas camadas inferiores do San Lorenzo de Almagro, clube da primeira divisão da Argentina, com apenas 12 anos de idade. Na formação argentina, o veloz avançado, faria parceria com jogadores como Reggi, Uñate, Pappa e Silva. Em 1948, o San Lorenzo viajaria até Espanha, para disputar um pequeno torneio. No final do mesmo, a equipa argentina deixaria tudo e todos de boca aberta, nomeadamente, aquele jogador franzino, com o número dez nas costas. Com toda a Espanha maravilhada, dois clubes espanhóis tentariam a sua aquisição, mais concretamente o FC Barcelona e o Valência CF. Contudo, a direcção do clube argentino, recusaria qualquer proposta pelo jogador. Com o clube argentino à beira da falência, o San Lorenzo apenas possuia como valores o médio-centro Peruca e o avançado Héctor Rial. Foi então que apareceria René Pontoni, para os adeptos argentinos, o melhor número nove de todos os tempos, que, viajaria até Buenos Aires, para negociar o passe dos dois atletas, para ambos representarem os colombianos do Independiente de Santa Fé, clube rival do Milionários que, na altura, contava com jogadores como Alfredo Di Stefano, Baez, Rossi, Pini, Soria e o guarda-redes Cossi. Este último, embora fossem rivais dentro das quatro linhas, fora do mesmo, eram grandes amigos, de tal ponto que Rial, chegaria a partilhar um apartamento com o rival e amigo Cossi. Foi precisamente ao serviço da formação colombiana que Rial, seria apelidado de "El Nene", devido à sua cara de menino, bem como, por ser o jogador mais novo da equipa, com apenas 20 anos de idade. Todavia e, apesar, do clube contar com jogadores de extraordinária categoria futebolística, de imensa personalidade e carisma humano, Héctar Rial seria um dos jogadores a ser vendido pelo clube, devido às diversas dificuldades económicas do clube, situação que vinha a agravár-se com o passar dos anos. Dessa forma, após duas temporadas na Colômbia, Rial assinaria por uma das grandes equipas do mundo futebolístico (na época), o Club Atlético Nacional de Montevídeo. Com as cores da formação uruguaia, Rial conquistaria o título de Campeão Nacional em 1952, feito suficiente para que, Alfredo Di Stefano, um dos grandes "monstros" do futebol mundial da época, lhe comunicasse, através de uma carta, se queria jogar no Real Madrid na próxima temporada. Porém, para que a transferência ganhasse contornos mais realistas, Rial teria de convencer Añon, Presidente do clube uruguaio, que, negava qualquer acordo pelo jogador argentino. No entanto, com a chegada do Director do Real Madrid Raimundo Saporta, a Montevídeo, o acordo conseguiria estabelecer-se, tendo o jogador posteriormente, assinado contrato com os gigantes espanhóis do Real Madrid. Um enorme feito do clube madrileno, visto que, meses antes, Luis Benítez de Lugo, Marquês da Flórida, na altura Presidente do Atlético de Madrid não conseguira tal acordo. Héctor Rial assinaria contrato com o Real Madrid, no dia 16 de Junho de 1954. Em Madrid, Rial alcançaria a plenitude e maturidade futebolística. O passado de Héctor Rial na formação do Real Madrid é certamente, um dos episódios, mais brilhantes da história do futebol mundial. Representou as melhores equipas sul-americanas, antes de assinar o contrato da sua vida, com o Real Madrid, clube onde jogaria lado a lado, com as maiores figuras da história do futebol como Alfredo Di Stefano, Puskas, Kopa, Gento, Miguel Muñoz, Santamaria, entre outros grande nomes do panorama futebolístico. No clube madrileno, Rial conquistaria cinco Taças dos Campeões Europeias consecutivas (um recorde que permanece até aos dias de hoje), maravilhando dessa forma, os adeptos com a sua enorme personalidade, técnica, visão e potência. Os seus longos passes milimétricos, fariam de Gento, uma das maiores estrelas do futebol mundial, convertendo-o assim, no melhor extremo-esquerdo do mundo. Os dois em conjunto, tornár-se-iam assim, na melhor ala esquerda da história do futebol. Nas sete temporadas em que representou o Real Madrid, Héctor Rial além das referidas Taças da Europa, conquistaria ainda, duas Taças Latinas, quatro títulos de Campeão Nacional, duas taças Ramón de Carranza e uma Pequena Taça do Mundo. Em 1961, Rial deixaria o clube madrileno, juntando-se assim, ao Espanyol de Barcelona. Porém, após um decepcionante 13º lugar, num campeonato disputado por 16 equipas, Rial deixaria o clube, para viver uma nova aventura, na sua já longa carreira, ao serviço dos franceses do Olympique de Marseille. Apesar de ter sido um dos titulares indiscutíveis da equipa, o avançado argentino não conseguiria mais do que um dos primeiros lugares do campeonato. Estava assim traçado, o iminente regresso do avançado, ao futebol sul-americano. Aos 35 anos de idade, Héctor Rial assinaria o seu último contrato profissional, pelos chilenos do Unión Española, clube onde terminaria a sua brilhante carreira desportiva, num modesto sexto lugar, da tabela classificativa. Estava assim concluída uma das maiores carreiras profissionais de toda a história do futebol mundial. Embora tivesse sido um dos maiores nomes da história do futebol, Rial apenas conseguiria cinco internacionalizações, ao serviço da Selecção Nacional da... Espanha. Findada a sua carreira, enquanto jogador profissional, Rial dedicár-se-ia às funções de técnico principal. Enquanto treinador, Rial orientaria (sem o sucesso do passado), as equipas do Pontevedra, o Deportivo de la Coruña, o Mallorca, o Las Palmas, o Estudiantes de la Plata. o Eche, bem como as selecções nacionais da Arábia Saudita e de El Salvador. Em 1974, Héctor Rial seria um dos adjuntos escolhidos, para orientar a Selecção Nacional de Espanha, durante o Campeonato do Mundo de 1974, torneio disputado na Alemanha. No dia 24 de Fevereiro de 1991, Héctor Rial de 63 anos de idade, deixaria o mundo do futebol mais triste, vítima de doença prolongada. Para a história fica a pessoa sensível e bondoza, de uma qualidade humana extraordinária. Para a história, fica um jogador de enorme personalidade, de uma capacidade técnica perfeita, de imensa visão de jogo, bem como, de uma enorme inteligência. Para a história, fica Héctor Rial, o homem que elevou o futebol à categoria de arte.
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