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sexta-feira, 24 de abril de 2009

Figura da Semana: Zarra

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Dados Pessoais
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Nome: Telmo Zarraonandia Montoya
Data de Nascimento: 20 de Janeiro de 1921
Data de Falecimento: 23 de Fevereiro de 2006
Naturalidade: Vizcaya, País Basco, Espanha
Posição: Avançado
Altura: 1.80 cm
Peso: 78 kg
Internacionalizações A: 20 (20)
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Percurso Profissional
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1939-1940 : Sociedad Deportiva Erandio Club
1940-1955 : Athletic Club Bilbao
1955-1956 : Sociedad Deportiva Indautxu
1956-1957 : Barakaldo Club de Fútbol
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Palmarés
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Campeonato Espanhol: 1943
Vice-Campeonato Espanhol: 1941, 1947, 1952
Taça do Rei: 1943, 1944, 1945, 1950, 1955
Finalista da Taça do Rei: 1942, 1949, 1953
Taça Eva Duarte: 1950
Troféu Pichichi: 1945 (19), 1946 (24), 1947 (34), 1950 (25), 1951 (38), 1953 (24)
4º Lugar no Campeonato do Mundo de Futebol: 1950
Melhor Marcador da História do Campeonato Espanhol: 252 golos
Melhor Marcador da História da Taça do Rei: 81 golos
Melhor Marcador da História do Athletic Club Bilbao: 333 golos
Jogador com mais Troféus Pichichi: 6
Maior Número de Golos Marcados Numa Final da Taça do Rei: 4 golos
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História
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Telmo Zarraonandia Montoya, nascido no dia 20 de Janeiro de 1921, em Vizcaya, País Basco foi, sem qualquer sombra de dúvida, um dos maiores símbolos, de toda a história do futebol espanhol, bem como, do futebol mundial. Filho do engenheiro Telmo Zarraonandia Salazar e Tomasa Montoya, Zarra seria o sétimo dos dez filhos do casal, sendo que cinco deles nasceriam rapazes. Zarra começaria a dar os seus primeiros pontapés na bola, no seu bairro, na companhia dos seus amigos e, da sua melhor amiga... a bola de trapos. Porém, o seu pai não gostava nada que, mais um dos seus filhos, se dedicasse ao mundo do futebol (dois deles competiam profissionalmente). Contudo, o futebol era o grande sonho de Zarra e, com apenas 13 anos de idade, começaria a jogar, em diversas equipas locais, como o Asúa ou o Pitoberese, todos eles de nível amador. Em 1939, com 18 anos de idade, Zarra assinaria o seu primeiro contrato profissional, com a equipa do SD Erandio, clube da segunda divisão espanhola e, onde, jogaria apenas uma temporada. Por essa altura, Zarra já era um dos habituais seleccionados da Selecção da Biscânia, bem como, um dos goleadores da equipa. Durante esse tempo, o Athletic Club Bilbao encontrava-se em busca, de jogadores, para formar um novo núcleo de atletas, devido à guerra cívil, confronto que afastaria a maior parte dos jogadores do passado. Já com o contrato firmado, Zarra faria a sua estreia, com a camisola principal do Athletic, no dia 29 de Setembro de 1940, num encontro a contar para o Campeonato Nacional, frente à formação do Valência. A partida porém, acabaria num empate a duas bolas, com o estreante avançado espanhol, a apontar os dois golos da sua nova equipa, em apenas 17 minutos de jogo. Na temporada de 1941/1942, Telmo Zarra teria que fazer uma paragem, na sua ainda curta carreira desportiva, devido a compromissos militares. Durante esse tempo, dedicado ao exército, Zarra alinharia em diversos amigáveis, onde se tornaria uma das grandes referências. Após o seu regresso ao Athletic, Zarra enfrentaria uma das suas piores experiências, enquanto profissional de futebol, ao perder na final da Taça do Rei, frente à formação do Barcelona. Embora tivesse várias ocasiões para "matar" o encontro, a verdade é que, seria a equipa do "Barça" a conquistar o tão desejado troféu. Na época seguinte, a de 1942/1943, a equipa do Athletic Bilbao realizaria uma das suas melhores temporadas, em toda a sua história, ao conquistar tanto o Campeonato Nacional, como a Taça do Rei. Na final da Taça do Rei, a equipa de Bilbao, após ter eliminado equipas como o Atlético de Madrid ou o Valência, enfrentaria o poderoso Real Madrid e, se na época anterior, Zarra tinha motivos para esquecer tal competição, já na final frente ao Real, Zarra teria todos os motivos para sorrir, visto ter sido dele, o único golo da partida, conquistando dessa forma, a Taça do Rei. No ano seguinte, porém, Zarra sofreria uma grave lesão, frente à formação do Barcelona, após um choque com um adversário que, resultaria numa fractura na clavícula. Após uma longa recuperação, Zarra chegaria ainda a tempo de, celebrar novamente, a conquista da Taça do Rei, ao eliminar na final da prova o Valência, por 2-0, sendo que, um dos golos, seria apontado por Zarra (o outro marcador seria Escudero). Na temporada seguinte, o Athletic Bilbao voltaria novamente a enfrentar o Valência, na final da Taça do Rei. Nesse encontro, o avançado espanhol seria expulso, após um jogador do Valência ter caído, sem sentido, no relvado. Seria um dos maiores erros de arbitragem, de toda a história das finais da Taça do Rei. A sua expulsão, seria a primeira e única, em toda a sua carreira desportiva. Todavia, a formação do Bilbao, acabaria por vencer a partida por 3-2, graças a um golo de Copero Iriondo. Um dos grandes momentos desportivos, da carreira de Zarra, aconteceria na época seguinte, ao conquistar o troféu Pichichi, após apontar 20 golos em 26 partidas, a contar para o campeonato espanhol. Esse mesmo troféu, seria reconquistado pelo mesmo jogador, por mais cinco ocasiões, tornando-se assim, no atleta com mais troféus Pichichi, conquistados em toda a história do futebol espanhol. No dia 11 de Março de 1945, Zarra seria convocado pela primeira vez, à Selecção Principal de Espanha, pelas mãos do técnico Jacinto Quincoces, num amigável frente à formação portuguesa. No dia 6 de Maio do mesmo ano, Zarra voltaria a ser seleccionado e, novamente frente aos portugueses. Nesse encontro, Zarra apontaria dois dos quatro golos que, dariam a vitória aos espanhóis. No dia 28 de Maio de 1950, Zarra alcançaria novamente a final da Taça do Rei, após ter eliminado nas meias-finais o Valência. Na grande final, o Athletic teria que enfrentar o Real Valladolid... no final, o resultado era mais que óbvio, 4-0 a favor do Bilbao com... 4 golos de Zarra. Nesse mesmo ano, Zarra participaria no Campeonato do Mundo de Futebol, disputado no Brasil. Após ter derrotado as selecções dos Estados Unidos, Chile e Inglaterra, encontros em que Zarra deixaria a sua marca, a Selecção da Espanha alcançaria o quarto posto da competição, a sua melhor classificação, em toda a história do futebol espanhol. Embora só tivesse sido convocado por 20 ocasiões, Zarra não fez por mais, ao apontar... 20 golos, tornando-se assim, num dos jogadores com melhor média de golos apontados na Selecção de Espanha. Na temporada de 1950/1951, Zarra bateria qualquer recorde, de golos marcados numa só época, ao apontar 38 golos em 30 encontros, para o campeonato. Uma marca apenas, alcançada anos mais tarde (1990), pelo mexicano Hugo Sanchez que, ao serviço do Real Madrid apontaria 38 golos em... 38 encontros. Porém, na época seguinte, Zarra sofreria a pior lesão da sua carreira. Aconteceria no dia 25 de Novembro de 1951, num encontro frente ao Atlético de Madrid, após o guardião madrileno ter chocado contra a sua perna, fracturando-a de imediato. Essa grave lesão, faria com que perdesse o resto da temporada. Totalmente recuperado da sua lesão, Zarra apostaria forte na época de 1952/1953. O avançado espanhol acabaria a temporada com 24 golos apontados em 29 jogos, para o campeonato, conquistando assim, o prémio de melhor marcador da prova. No dia 19 de Abril de 1954, Zarra receberia uma forte homenagem, em reconhecimento da sua longa carreira no futebol espanhol. Ao chegar ao fim da sua carreira, Zarra teria ainda o previlégio de ver "nascer" o seu sucessor, o jovem avançado Eneko Arieta. Telmo Zarra terminaria a sua carreira desportiva, com a camisola do Bilbao, na época de 1954/1955. Após a sua saída, Zarra envergaria ainda as camisolas do Indautxu e do Barakaldo, ambas do segundo escalão, do futebol espanhol, terminando assim, oficialmente a sua carreira desportiva em 1957, com 36 anos de idade. Porém, ele continuaria a praticar futebol, numa equipa de veteranos. Após a sua retirada do futebol profissional, Zarra abriria um loja de desporto, negócio do qual, se dedicaria até ao final da sua vida. No dia 23 de Fevereiro de 2006, aos 85 anos de idade, Zarra deixaria o mundo do futebol mais triste, vítima de problemas cardíacos. Para a história fica, o goleador. Para a história fica, o "monstro" dos golos do futebol espanhol. Para a história fica, o maior goleador de toda a historia do futebol espanhol.
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