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sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Figura da Semana: Zamora

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Dados Pessoais
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Nome: Ricardo Zamora Martínez
Data de Nascimento: 21 de Janeiro de 1901
Data de Falecimento: 15 de Setembro de 1978
Naturalidade: Barcelona, Espanha
Posição: Guarda-Redes
Altura: 1.86 cm
Peso: 90 kg
Internacionalizações A: 46
Selecção da Catalunha XI: 13
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Clubes
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1914-1916 : Universitari SC
1916-1919 : Reial Club Deportiu Espanyol de Barcelona
1919-1922 : Futbol Club Barcelona
1922-1930 : Reial Club Deportiu Espanyol de Barcelona
1930-1936 : Real Madrid Club de Fútbol
1936-1938 : Olympique Gymnaste Club de Nice-Côte d´Azur
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Técnico Principal
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1939-1946 : Club Atlético de Madrid
1946-1949 : Real Club Celta de Vigo Sociedad Anonima Deportiva
1949-1951 : Málaga Club de Fútbol
1952-1952 : Selecção Nacional de Espanha
1953-1953 : Selecção Nacional da Venezuela
1954-1955 : Real Club Celta de Vigo Sociedad Anonima Deportiva
1955-1957 : Reial Club Deportiu Espanyol de Barcelona
1960-1961 : Reial Club Deportiu Espanyol de Barcelona
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Palmarés
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Taça do Rei: 1920, 1922, 1929;
Campeonato da Catalunha: 1918, 1920, 1921, 1922, 1929;
Campeonato Espanhol: 1934, 1936;
Taça Principe das Astúrias: 1922, 1924, 1926;
Medalha de Prata nos Jogos Olímpicos de Antuérpia: 1920;
Finalista da Taça do Rei: 1948;
Presença no Campeonato do Mundo de Futebol em Itália: 1934;
Medalha de Ouro de Mérito Desportivo: 1979;
Ordem da República: 1934;
Grande Cruz da Ordem de Cisneros: 1955
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História
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Ricardo Zamora Martínez, nascido no dia 21 de Janeiro de 1901 em Barcelona, foi um dos melhores jogadores de todos os tempos, de toda a história do futebol mundial. Zamora ou, "El Divino" como era conhecido dentro dos relvados, ficara famoso, devido ao seu equipamento, sempre de chapéu e de, camisola de gola alta branca. Um visual que, mais tarde seria imitado por outros jogadores. Na altura, Zamora afirmara que, se tratava de uma protecção contra o sol, bem como contra os seus adversários. Além do equipamento, Zamora também se tornaria lendário, devido à sua coragem dentro de campo. Em 1929, numa partida entre a selecção nacional de Espanha e de Inglaterra, Zamora continuaria em campo, apesar de ter o esterno partido. A selecção da Espanha, acabaria por vencer a partida por 4-3, tornando-se assim, na primeira equipa, fora das ilhas britânicas, a vencer a selecção de Inglaterra. Falar de Zamora é, recordar a final da Taça de Espanha de 1936. Zamora com uma enorme defesa, no último minuto de jogo, conseguiria levar o Real Madrid à vitória final. Na actualidade, no campeonato espanhol, o troféu para o guarda-redes menos batido do campeonato tem, gravado o seu nome, o troféu Ricardo Zamora. Uma forma de homenagear, o mais que provável, melhor guarda-redes espanhol de todos os tempos. O seu nome, também seria votado como, um dos melhores jogadores de sempre do século XX, pela revista World Soccer. Ricardo Zamora que, durante 38 anos consecutivos foi, o jogador com mais internacionalizações pela selecção de Espanha, sendo superado posteriormente por José Ángel Iribar. Ricardo Zamora começaria a sua carreira desportiva, ainda na categoria de júnior, no Universitari SC em 1914, com apenas 13 anos de idade. Em 1916, Zamora assinaria contrato com o Espanyol de Barcelona. Na formação de Barcelona, Zamora ajudaria a conquistar o campeonato da Catalunha em 1918, um ano antes de se transferir para o FC Barcelona. Após três épocas de sucesso em Nou Camp, Zamora regressaria ao Espanyol em 1922. No dia 2 de Fevereiro de 1929, Zamora de 28 anos de idade, faria a sua estreia no campeonato, com a camisola do Espanyol, facto passado, durante as competições inaugurais. Nesse mesmo ano, Zamora ajudaria a sua equipa a vencer o campeonato da Catalunha, bem como a Taça do Rei. A equipa era na altura, orientada pelo técnico Jack Greenwell. Equipa que contava ainda, com jogadores como Ricardo Saprissa. Nos quartos-de-final da Taça do Rei, o Espanhyol de Zamora, venceria o Atlético de Madrid por 9-3 (no total das duas partidas). Antes da final, o Espanyol bateria ainda os campeões nacionais FC Barcelona por 3-1 e, na final, o Real Madrid por 2-1. Após ter disputado 26 partidas oficiais na liga, com a camisola do Espanyol de Barcelona, Zamora assinaria em 1930, contrato com o Real Madrid. Entre 1919 e 1922, Zamora faria parte da lendária equipa do FC Barcelona, liderado pelo técnico Jack Greenwell que, contava também, com os seus íntimos amigos Josep Samitier, Sagibarbá, Paulino Alcántara e Félix Sesúmaga. Durante a sua "estadia" em Barcelona, Ricardo Zamora ajudaria a equipa catalã, a vencer o campeonato da Catalunha por três ocasiões, bem como duas Taças do Rei. Como já fora referido anteriormente, em 1930 Zamora assinaria pelo Real Madrid. Ele era um dos novatos da equipa madrilena, bem como Jacinto Quincoces. Durante a temporada de 1931-1932, ambos ajudariam o clube a vencer o campeonato espanhol, pela primeira vez na sua história. Na época seguinte, Samitier entraria no clube. Com o "trio" formado, a equipa conquistaria o bicampeonato nacional. Em 1934, eles venceriam o Valência de Jack Greenwell por 2-1. Nesse mesmo ano, Francisco Bru tomaria conta do comando técnico do Real Madrid. Sob o seu comando, a equipa madrilena, venceria duas Taças de Espanha. Na final de 1936, o Real Madrid defrontaria o FC Barcelona, pela primeira vez, em toda a história da competição. Apesar de ter jogado com 10 jogadores, durante quase todo o encontro, o Real Madrid acabaria por vencer a partida por 2-1, em pleno estádio do Mestalla. Porém, nessa partida haveria um herói, Ricardo Zamora. Uma "gigante" defesa, no último minuto de jogo, negaria o golo do empate a Josep Escolà. Em 1920, com a companhia de Samitier, Pichichi e José María Belauste, Zamora faria parte da primeira formação, da selecção nacional de Espanha. A equipa orientada por Francisco Bru, ganharia a medalha de prata, nos Jogos Olímpicos de Antuérpia. Zamora faria 46 internacionalizações, com a camisola da selecção espanhola, selecção esse que, representaria no Campeonato do Mundo de Futebol de 1934, competição disputada em Itália. Ricardo Zamora tinha na altura 33 anos de idade. Zamora também, alinharia pela selecção da Catalunha XI por 13 ocasiões. Contudo, se os dados estatísticos fossem válidos, em todos os encontros, certamente que, Zamora contaria com mais jogos. Ao lado de Alcántara, Sagibarbá e Samitier, Zamora ajudaria a selecção da Catalunha XI, a conquistar por três ocasiões, a Taça Príncipe das Astúrias. Antes de colocar um ponto final na sua carreira desportiva, Zamora passaria ainda duas épocas no futebol francês, ao serviço do Nice, clube onde terminaria a sua carreira, aos 37 anos de idade. Em 1939, Ricardo Zamora seria apontado treinador principal do Atlético de Madrid, clube onde conquistaria o bicampeonato em 1940 e em 1941. Em 1946, Zamora assinaria pelo Celta de Vigo e, na temporada de 1947-1948, Zamora levaria a equipa ao quarto lugar da tabela classificativa, bem como à final da Taça do Rei, numa equipa onde figuravam jogadores como Pahíño e Miguel Muñoz. Antes de ser nomeado seleccionador nacional em 1952, Ricardo Zamora ainda passaria duas temporadas ao serviço do Málaga. Apesar de ter efectuado apenas duas partidas como seleccionador, Zamora repetiria o feito em 1953, porém, ao serviço da selecção nacional da Venezuela. Em 1954, Zamora regressaria ao Celta de Vigo, onde não conseguiria alcançar o sucesso que tivera no passado. Antes de finalizar a sua carreira de técnico, Zamora passaria ainda por duas ocasiões pelo Espanyol de Barcelona, a primeira entre 1955 e 1957 e, a segunda entre 1960 e 1961. Ricardo Zamora foi considerado por muitos, como um dos melhores guarda-redes da história do futebol espanhol e europeu, sendo inclusivé, um dos destaques dos primeiros anos da liga espanhola e, durante acontecimentos internacionais como os Jogos Olímpicos de 1920 e o Campeonato do Mundo de Futebol de 1934. Nos anos 30, a linha defensiva, formada por Ciriaco Errasti e Jacinto Quincoces, dár-lhe-iam recordes de imbatibilidade. Dessa forma, Zamora seria o guarda-redes menos batido da temporada de 1928-1929 ao serviço do Espanyol de Barcelona e, na temporada de 1931-1932 e 1932-1933 com a camisola do Real Madrid. No terreno de jogo, Ricardo Zamora destacava-se pelo seu sentido de colocação em campo, bem como, pela sua interpretação do jogo em si. A sua altura (1.86 cm), ajudava-o dentro de campo, dominando quase todos os lançes de jogo aéreo. Ricardo Zamora que, também introduziria novos movimentos, dentro de campo, como é o caso, do seu famoso despejo de bola com os punhos, mais conhecido como a "zamorana". Algo que iria repetir em todos os jogos, em toda a sua carreira. Ricardo Zamora, um jogador polémico, porém genial na sua posição. No dia 15 de Setembro de 1978, Ricardo Zamora Martínez de 77 anos de idade, deixaria o mundo do futebol mais triste. Para a história, fica o homem, sempre de chapéu e de camisola de gola alta branca. Fica o homem que, bebia e fumava antes dos jogos. Para a história fica Ricardo Zamora, o "El Divino".

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