Tudo o que precisava de saber sobre o mundo do futebol

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Figura da Semana: Schiaffino

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Dados Pessoais
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Nome: Juan Alberto "Pepe" Schiaffino Villano
Data de Nascimento: 28 de Julho de 1925
Data de Falecimento: 13 de Novembro de 2002
Naturalidade: Montevídeo, Uruguai
Posição: Avançado
Altura: 1.75 cm
Peso: 69 kg
Internacionalizações A: 21 (8) / 4 (0)
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Percurso Profissional
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1943-1954 : Club Atlético Peñarol
1954-1960 : Associazione Calcio Milan
1960-1962 : Associazione Sportiva Roma
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Técnico Principal
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1974-1975 : Selecção Nacional do Uruguai
1975-1976 : Club Atlético Peñarol
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Palmarés
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Campeonato Uruguaio: 1944, 1945, 1949, 1951, 1953, 1954
Vice-Campeonato Uruguaio: 1946, 1947, 1950, 1952
Melhor Marcador do Campeonato: 1945
Melhor Jogador do Campeonato: 1945
Torneio Competencia: 1946, 1947, 1949, 1951, 1953
Torneio Honor: 1944, 1945, 1946, 1947, 1949, 1950, 1951, 1952, 1953
Taça Rio Branco: 1946, 1948
Finalista da Taça Rio Branco: 1947, 1950
Campeonato do Mundo de Futebol: 1950
Finalista da Taça Trompowski: 1950
Torneio Quadrangular: 1952
Taça de Montevídeo: 1954
Presença no Campeonato do Mundo de Futebol: 1954
Campeonato da Serie A: 1955, 1957, 1959
Vice-Campeonato da Serie A: 1956
Taça Latina: 1956
Finalista da Taça dos Campeões Europeus: 1958
Taça dell´Amicizia: 1959, 1960
50 Melhores Jogadores do Século XX pela IFFHS: 2000
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História
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Vinte minutos da segunda parte. No centro do terreno, a bola alcança os pés de Gambetta. Com muita tranquilidade, o mesmo ergue a sua cabeça e observa o seu passe para Julio Pérez. O mesmo recebe-a e Danilo coloca-a à sua frente. O brasileiro consegue dar luta, porém, o médio uruguaio consegue reter o esférico. Pérez gira e encontra Obdúlio Varela. O "Gran Capitán" passa a Ghiggia. Rápidíssimo, o avançado uruguaio, ultrapassa em velocidade o lateral Bigode. Vai até à linha final e, não existindo outra opção, efectua o cruzamento para trás. A bola é colocada de forma rasteira no relvado e, o barulho torna-se ensurdecedor. Do outro lado do campo, Juan Alberto Schiaffino projecta-se para alcançar o cruzamento. Juvenal não consegue o corte. Desesperado, o mesmo apercebe-se da passagem do seu adversário. De primeira, num pequeno balanço, Schiaffino fuzila por completo o ângulo esquerdo do guarda-redes Barbosa. O Uruguai conseguia assim, o empate a uma bola frente aos poderosos Brasil. Com um silêncio de 200 mil vozes e, com um Estádio do Maracanã repleto de adeptos brasileiros, o Brasil começava a perder o Mundial. Incrédulo e acuado, a formação brasileira não conseguiria segurar o empate por muito mais tempo. A selecção uruguaia apontaria o segundo golo, numa das maiores jogadas da história do futebol, conquistando dessa forma, o segundo Campeonato do Mundo para a formação uruguaia: o primeira fora em 1930. Quis o destino que coubesse àquele esguio avançado uruguaio o golo que mudaria a história, daquela tarde de 16 de Julho de 1950. Com seis golos apontados, Schiaffino seria o artilheiro da "Celeste" na competição, terminando a prova como a grande estrela da equipa. Na sua estreia (no Mundial), frente à formação da Bolívia, Schiaffino apontaria cinco golos, na goleada por 8-0. Juan Alberto Schiaffino Villano é, considerado por muitos, o melhor jogador uruguaio de todos os tempos. Alto, magro e elegante, o mesmo destacava-se pela sua velocidade e remates certeiros. A sua capacidade individual era nata. extremamente frio e técnico, parecia não fazer nenhum esforço para jogar futebol. No entanto, actuando como médio, Schiaffino costumava apontar muitos golos, tornando-se quase sempre, um dos melhores senão o melhor marcador das suas equipas. Nascido em Montevídeo, no dia 28 de Julho de 1925 e adepto do Nacional desde sempre, Schiaffino após várias passagens por equipas de dimensão amadora, bem como, um curto trajecto na equipa do Nacional de Montevídeo, acabaria por ingressar nas camadas jovens do Peñarol, com apenas 17 anos de idade, devido ao seu irmão mais velho, que na altura militava na formação principal do clube. Um ano após o seu ingresso no clube, Schiaffino já era um dos membros da equipa principal do Peñarol. As suas primeiras actuações valeram-lhe inclusivé, a alcunha de "Pequeño Maestro", numa alusão a José Piendibene, o grande jogador uruguaio dessa época, do qual era chamado de "Gran Meastro". Se alguns classificavam a comparação como precipitada, Schiaffino trataria de pronto de não decepcionar nem mesmo os seus admiradores mais afoitos. Com apenas 20 anos de idade, participaria na equipa nacional do Uruguai que, acabaria por conquistar a Taça Rio Branco em 1946, torneio esse, disputado em solo uruguaio, derrotando na final a poderosa formação do Brasil. A partir desse momento, Schiaffino viraria presença habitual nas convocatórias e, poderia ter ido mais longe, se não fosse o facto do aparecimento da Segunda Guerra Mundial, facto que impediria a realização do Campeonato do Mundo em 1946. Com a camisola do Peñarol, Schiaffino seria peça-chave nas seis conquistas do Campeonato Nacional. No último alcançado, em 1954, Schiaffino disputaria o seu segundo Campeonato do Mundo, desta vez realizado na Suíça. Lesionado e em muito más condições físicas, Schiaffino tornaria a "Celeste" numa formação mais fraca e com menos magia. Frente aos poderosos húngaros de Puskás, a formação do Uruguai não conseguiria atingir a final pretendida, tendo sido eliminados na meia-final, da qual resultaria na primeira derrota da selecção uruguaia em Campeonatos do Mundo. Um encontro memorável certamente, entre duas das mais promissoras equipas daquele torneio. O Uruguai estava fora da disputa do título, mas o talento de Schiaffino teria a sua confirmação. Na vitória sobre a Escócia (7-0), o médio Tommy Docherty sairia de campo completamente maravilhado, com o futebol desenvolvido pelo jogador uruguaio: "É o melhor avançado contra quem já tive oportunidade de jogar. Estou encantado". Embora não tenha atingido a final do Mundial, a verdade é que, os italianos do AC Milan, não perderiam tempo e, pagariam mais de 100 mil dólares ao Peñarol pelos seus serviços. Schiaffino chegaria a Milão, para preencher a vaga deixada pelo sueco Gunnar Gren, um dos históricos do clube milanês e, que em tempos formou com Gunnar Nordhal e Nils Liedholm o inesquecível trio "Gre-No-Li" no início dos anos 50. Numa equipa em que figuravam jogadores como Césare Maldini (pai de Paolo Maldini) e Fontana, Juan Alberto Schiaffino conquistaria três "scudettos", além de ter atingido a final da Taça dos Campeões Europeus, porém conquistada pelo poderoso Real Madrid em 1958, por uns batalhadores 2-3. Mesmo sendo um jogador de capacidade técnicas muito acima das normais, Schiaffino demoraria a ser entendido em Itália. Com poucos meses com as cores do AC Milan, o médio uruguaio receberia um convite, para representar a selecção italiana (na época permitia-se aos jogadores actuarem em selecções diferentes, desde que fossem naturalizados). O sucesso alcançado da formação "Celeste" não seria, no entanto, atingida na "squadra azurra", tendo actuado em apenas quatro ocasiões pela mesma. Depois de 145 partidas e 49 golos na Serie A, Schiaffino deixaria o clube milanês, para representar o AS Roma. Aos 34 anos de idade, o jogador já não era o mesmo e, encontrava-se no fim da sua carreira desportiva. Mesmo assim, ainda conseguiria ajudar a formação romana, a conquistar a competição antecessora à Taça UEFA em 1961. Duas temporadas após ter rumado ao AS Roma, Schiaffino terminaria a sua carreira desportiva em 1962, com 37 anos de idade. Até hoje, Juan Alberto Schiaffino segue como um mito no Uruguai. Falar das suas façanhas é lembrar de um futebol uruguaio de um passado distante, quase esquecido. Após a sua retirada do mundo do futebol, Schiaffino regressaria à sua terra natal, em Montevídeo, onde anos depois teria uma breve passagem pela Selecção Nacional do Uruguai, bem como, pelo Peñarol (de 1975 a 1976). No dia 13 de Novembro de 2002, Schiaffino de 77 anos de idade deixaria o mundo do futebol mais triste. Schiaffino não foi particularmente um jogador genial, tendo inclusivé, algumas dúvidas em relação à sua capacidade de defrontar os melhores defesas da época que alinhavam no futebol italiano, contudo, mesmo havendo muitas incógnitas, em relação ao seu futebol, Juan Alberto Schiaffino Villano foi sem dúvida, um dos melhores jogadores de todos os tempos, bem como, um dos imortais campeões do mundo de futebol.
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