Tudo o que precisava de saber sobre o mundo do futebol

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Figura da Semana: Matthews

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Dados Pessoais
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Nome: Sir. Stanley Matthews
Data de Nascimento: 1 de Fevereiro de 1915
Data de Falecimento: 23 de Fevereiro de 2000
Naturalidade: Stoke-on-Trent, Hanley, Inglaterra
Posição: Extremo-Direito
Altura: 1.75 cm
Peso: 70 kg
Internacionalizações A: 54 (11)
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Clubes
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1930-1947 : Stoke City Football Club
1947-1961 : Blackpool Football Club
1961-1965 : Stoke City Football Club
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Técnico Principal
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1967-1968 : Port Vale Football Club
1970-1971 : Paola Hibernians Football Club
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Palmarés
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Taça de Inglaterra: 1953
Finalista da Taça de Inglaterra: 1948, 1951
Campeonato da Segunda Divisão Inglesa: 1963
Jogador Inglês do Ano: 1948, 1963
Bola de Ouro: 1957
Ordem do Império Britânico: 1957, 1965
Participação no Campeonato do Mundo de Futebol: 1950, 1954
Medalha de Ouro da FIFA: 1992
Corredor da Fama do Futebol Inglês: 2002
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História
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Sir. Stanley Matthews, nascido no dia 1 de Fevereiro de 1915, em Stoke-on-Trent, Hanley, mesmo no meio do triângulo industrial, formado por Liverpool, Manchester e Birmingham foi, sem dúvida, um dos melhores jogadores, de todos os tempos, de toda a história do futebol mundial. É a lenda do futebol inglês, considerado o melhor jogador britânico, de todos os tempos, superando dessa forma, jogadores como George Best ou mesmo Bobby Charlton. Era sem dúvida, o "mago do drible". Stanley Matthews foi ainda, o primeiro jogador profissional, a ser condecorado por sua Majestade, como "Cavaleiro" do Império Britânico, pelos serviços prestados ao desporto. O seu pai, um antigo pugilista local, ensinara ao seu filho, o senso da disciplina e da saúde perfeita, para um desportista: praticava vários exercícios de respiração, frente a uma janela aberta, era vegetariano e, corria 14 quilómetros, da sua casa até ao campo de treino do Stoke City. Stanley Matthews era um extremo-direito puro. A sua carreira desportiva começaria em 1930, com apenas 15 anos de idade, no Stoke City, o clube do seu coração, ganhando um salário de 1 libra por semana. Dois anos depois, Stan faria a sua estreia, na selecção nacional inglesa, ajudando-a assim, a derrotar a selecção do País de Gales, por uns claros 4-0. Em 1938, Stanley Matthews pediria para ser transferido, porém, devido aos milhares de protestos (3 mil fãs, carregando cartazes, com frases como: "Stan must stay!") contra a sua saída, Stanley acabaria por ficar. Com o início da Segunda Guerra Mundial, no ano seguinte, Stanley seria enviado para a base da Força Aérea, em Blackpool. Durante o tempo em que se encontrou, ao serviço do exército inglês, Stanley Matthews faria várias aparências, por vários outros clubes ingleses, tais como o Manchester United e o Arsenal. Em 1947, Stanley com então 32 anos de idade, seria finalmente transferido, para o Blackpool, por uma quantia a rondar os 11.500 libras. Ao serviço da selecção nacional de Inglaterra, Stanley Matthews apontaria um total de 11 golos em 54 partidas oficiais. Nenhum outro jogador, actuou na selecção, tanto tempo como Matthews - 23 anos ao serviço da bandeira britânica entre 1934 e 1957. No primeiro jogo pela selecção, após guerra, Stanley Matthews ajudaria a selecção inglesa, a esmagar a formação portuguesa por uns arrebatadores 10-0. Em meados do ano de 1948, a selecção de Inglaterra, defrontaria a bicampeã mundial, a Itália. Os ingleses venceriam essa partida por 4-0. Nesse mesmo encontro, Stanley Matthews faria uma extraordinária arrancada até à linha final, deixando para trás o seu adversário directo. Contudo, a história não fica por aqui. Conta-se que o extremo inglês, teria tempo para limpar o suor das suas mãos, aos seus calções e, ainda tirar um pente do bolso do seus calções, penteando posteriormente o seu cabelo, antes que o defesa italiano, chegasse ao seu alcançe. Em 1956, a selecção inglesa, defrontaria em Wembley, a selecção brasileira, num encontro de carácter particular. Nílton Santos, outro grande "senhor do futebol", ao observar aquele magro senhor, de 41 anos de idade, o defesa brasileiro não conseguiria conter o seu riso. Nessa mesma partida, Nílton Santos, onze anos mais novo do que Matthews, levaria uma autêntica e inesquecível tareia do "Velhote": 4-2. Nesse mesmo ano, Matthews conseguiria conquistar, a primeira Bola de Ouro da revista "France Football", ou seja, a primeira de toda a história do futebol mundial, sendo eleito o melhor jogador europeu do ano. Stanley Matthews que, também seria o primeiro jogador, a conquistar o prémio de melhor jogador inglês do ano, em 1948. Em 1961, o seu nome causaria sensação, no mercado de transferências quando, Stanley Matthews, de 46 anos de idade, assinou pelo Stoke City, clube a militar na segunda divisão inglesa, por 2.800 libras, cerca de 1125 euros. Com Matthews no "comando", o clube retornaria à principal liga inglesa e, o Victoria Ground, voltaria a encher-se de orgulho. Com esse feito alcançado, Matthews seria mais uma vez, eleito o melhor jogador do ano, do seu país. No dia 6 de Fevereiro de 1965, Stanley Matthews, de 50 anos de idade, faria a sua última partida, enquanto profissional de futebol, após 701 jogos e 71 golos marcados, nos principais palcos ingleses. O seu espírito de competitividade era, de tal forma elevado que, Matthews seria convidado a pendurar as botas em 1963 aos... 48 anos de idade. Isto porque, o "jovem" inglês, não acreditava na reforma precoce. Todavia, o seu nome continuaria a arrastar, uma incomensurável legião de adeptos. Sempre preocupado, com a sua forma física, Stanley Matthews participaria numa partida de benificiência em Grangemouth, no ano de 1981. Matthews tinha 66 anos. Com a conclusão da sua carreira desportiva, Matthews resolveria viver longe da euforia das multidões, refugiando-se com a sua mulher, na Ilha de Malta, numa pequena vila mediterrânica, perto de uma aldeia de pescadores, curiosamente chamada de "Horas Idílicas". Matthews passava então, os seus dias a pescar, observando o mar, emoldurando memórias, descansando o corpo, acariciando a alma. Em 1970, o campeão maltês Hibernians, preparava-se para receber o poderoso Real Madrid. O encontro frente ao gigante espanhol, colocaria toda a ilha em alvoroço. Ansiosos, os dirigentes malteses, procurariam encontrar formas de combater o poderio madrileno. Foi então que, decidiram falar com o seu "hóspede" inglês. O apelo da bola e o cheiro da relva e do couro, convenceriam Matthews de imediato. Com os seus preciosos conselhos tácticos, fruto de anos a fio, a conviver com vários mestres do futebol, o encontro terminaria num empate a zero, ou seja, com uma enorme vitória do Hibernians, o último clube do "feiticeiro". No dia 23 de Fevereiro de 2000, Stanley Matthews, de 85 anos de idade, acabaria por falecer, devido a causas naturais. Neste momento, existem duas estátuas, dedicadas a Stanley Matthews. Numa delas, localizada no centro de Hanley, a sua terra natal, seria gravada a seguinte frase: "O seu nome simboliza a beleza do jogo, a sua fama é internacional e intemporal, o seu espírito desportivo e modéstia universalmente acalmados. Um jogador mágico, do povo, para o povo". Conta-se que, o homem que um dia ganhou a alcunha de "feiticeiro", apenas jogava do meio campo para a frente e que, quando embalava pelo seu corredor, parecia desenhar estranhos movimentos, com a bola escondida entre os pés, tocando-a com os calcanhares, "bailando" em frente aos seus adversários que, hipnotizados pela magia "branca" do "feiticeiro" da "Velha Albion", nunca entendiam a sua arte que, terminava quase sempre, com um cruzamento enroscado, para a zona de finalização. As suas jogadas eram puras obras de arte, embrulhadas pelos seus próprios pés. Os seus dribles pareciam autênticos nós de marinheiro, impossíveis de desatar. Nenhum outro ser terrestre, adquiriu semelhante aura de imortalidade. Na memória, fica a fantástica final da Taça de Inglaterra de 1953. Nada significa mais para os ingleses, do que a final da Taça. Nem um Campeonato do Mundo, significa tanto para, os corações futebolísticos britânicos do que, a mais antiga competição do mundo. Seria nesse palco, na catedral de Wembley que, Matthews realizaria a sua mais memorável exibição, com a cor azul do Blackpool, quando a dez minutos, para o final da partida, o Bolton vencia por 3-1. Foi então que, o "feiticeiro" colocou todo o seu talento em prática e, pelo seu corredor, inventou três golos. Virou o jogo e ganhou a Taça de Inglerra, tomando assim, as chaves do Olímpo do futebol.
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