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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Figura da Semana: Ben Barek

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Dados Pessoais
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Nome: Abdelkader Larbi Ben M´barek
Data de Nascimento: 16 de Junho de 1914/1917
Data de Falecimento: 16 de Setembro de 1992
Naturalidade: Casablanca, Marrocos
Posição: Avançado
Altura: 1.78 cm
Peso: 71 kg
Internacionalizações A: 19 (3)
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Clubes
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1934-1935 : Idéal Club Casablanca
1935-1938 : Union Sportive Marocaine
1938-1939 : Olympique de Marseille
1939-1945 : Union Sportive Marocaine
1945-1948 : State Français Football
1948-1954 : Club Atlético de Madrid
1954-1955 : Olympique de Marseille
1955-1956 : Union Sportive Musulmane Bel-Abbesienne
1956-1956 : State Marocaine
1956-1957 : Fath Union Sport de Rabat
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Técnico Principal
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1957-1962 : Selecção Nacional de Marrocos
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Palmarés
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Sub-Campeonato da Taça de Marrocos: 1935
Campeonato Marroquino: 1938, 1941, 1942, 1943
Campeonato de África do Norte: 1942
Vice-Campeão de França: 1939
Finalista da Taça de França: 1954
Vice-Campeão de França - Segunda Divisão: 1946
Campeonato Espanhol: 1950, 1951
Taça Eva Duarte: 1951
Ordem de Mérito Desportivo da FIFA: 1998
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História
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Abdelkader Larbi Ben M´barek, nascido no dia 16 de Junho de 1914 ou 1917 (a sua data de nascimento, permanece uma incógnita), em Casablanca, Marrocos foi, sem dúvida alguma, uma das maiores figuras, de toda a história do futebol mundial. Descoberto a jogar descalço, nos baldios de Casablanca, Ben Barek começaria a sua carreira desportiva, com apenas 20 anos de idade, no modesto Idéal Club Casablanca, clube da segunda divisão marroquina. Ao serviço do Idéal, Ben Barek conseguiria alcançar o sub-campeonato da Taça de Marrocos. Na temporada seguinte, no Verão de 1935, Ben Barek assinaria contrato com o Union Sportive Marocaine, clube da principal liga marroquina. Nas três temporadas, em que alinhou ao serviço do Union, Ben Barek conseguiria conquistar um campeonato nacional em 1938. O seu sucesso na equipa do Union, junto de jogadores como Zatelli, Janin, Just Fontaine, Chicha e os irmãos Mahjoub, atrairiam a atenção de vários clube do continente europeu. Em 1938, com 24 anos de idade, Ben Barek chegaria a Marselha, para jogar com a camisola do Olympique de Marseille. Ágil como um felino, driblador nato, o famoso "Pérola Negra" iria seduzir de imediato o público francês, tornando-se o ídolo dos adeptos do clube de Marselha, devido às suas qualidades técnicas. Tendo chegado a Marselha como um total desconhecido, Ben Barek no seu primeiro jogo, em território francês, no dia 4 de Setembro de 1938, além da assistência perfeita para Kohut, o avançado marroquino apontaria mais dois golos na partida, na vitória por 5-2, frente ao Racing de Paris. Porém, com o início da Segunda Guerra Mundial, o temível avançado marroquino, teria de regressar ao seu país natal, bem como ao Union Sportive Marocaine, clube onde iria permanecer, até ao termino da guerra, em 1945. No seu regresso a Marrocos, Ben Barek conseguiria novas conquistas, tais como o tri-campeonato nacional e o campeonato de África do Norte. Nesse mesmo ano, em 1945, já com 31 anos de idade, o marroquino Ben Barek regressaria mais uma vez a França, para alinhar na equipa do State Français de Paris, clube onde iria permanecer durante três temporadas, em sempre ao mais alto nível. No Verão de 1948, Ben Barek, de 34 anos de idade, assinaria pelos espanhóis do Atlético de Madrid, clube onde ele iria realmente deslumbrar e, onde a sua carreira internacional iria disparar. No clube madrileno, Ben Barek formaria com Herrera, o mais temível ataque, de toda a história do futebol espanhol. Em Madrid, redescobriria o seu talento em marcar golos, apontando inclusivé, nove tentos durante o seu segundo jogo, com a camisola do Atlético, frente ao Racing de Santander. Nas seis temporadas em que esteve ao serviço do Atlético de Madrid, Ben Barek faria 114 partidas com a camisola madrilena, apontando um total de 58 golos. Com esses números, o avançado marroquino, seria uma das peças fundamentais, para a conquista dos títulos nacionais de 1950 e de 1951, tornando-se assim, num dos melhores jogadores, de toda a história do clube de Madrid. Após o sucesso em Espanha, Ben Barek de 40 anos de idade, regressaria no Veráo de 1954, ao Olympique de Marseille, clube onde disputaria a final da Taça de França, frente à formação do Nice, numa partida marcada, pela derrota do Olympique por 2-1. Após uma grave lesão, ao serviço da selecção nacional francesa, Ben Barek terminaria a sua carreira desportiva na Europa. No Verão de 1955, Ben Barek regressaria a Marrocos, dez anos depois da sua partida para o State Français de Paris em 1945, para alinhar na formação do Union Sportive Musulmane Bel-Abbesienne, clube onde ficaria durante uma temporada. Nessa mesma época, a antiga estrela marroquina, iria ainda alinhar no State Marocaine, antes de terminar por completo, a sua carreira desportiva em 1957, ao serviço do Fath Union Sport de Rabat, com 43 anos de idade. Ao serviço da selecção nacional de França, Ben Barek faria a sua estreia, no dia 4 de Dezembro de 1938, em Nápoles, frente à selecção de Itália, bicampeã mundial, na vitória por 0-1. Em Janeiro de 1939, a selecção francesa, humilharia a formação polaca, por uns claros 4-0, numa partida onde Ben Barek, ofereceria um golo de bandeja a Zatelli, com o seguinte comentário: "Voilà, pour vous, Monsieur Mário...". Labri encontrava-se no topo do mundo, gozando de um enorme prestígio e respeito. Respeito esse que, quando o State Français de Paris o tentou tranferir, para o Atlético de Madrid em 1948, um jornalista francês escreveria: "Vendam o Arco dos Triunfos ou a Torre Eiffel, mas não vendam Ben Barek". O seu primeiro golo, enquanto internacional, aconteceria no dia 22 de Janeiro de 1939, em Paris, frente à formação da Hungria, numa partida que acabaria empata a duas bolas. Nessa partida, Ben Barek faria um dos dois golos, da selecção francesa. O seu segundo golo, aconteceria em Lisboa, no dia 23 de Novembro de 1947, na derrota por 4-2. Por fim, o seu terceiro e último golo, enquanto internacional, aconteceria no dia 16 de Outubro de 1945, em Hannover, frente à formação da Alemanha de Leste, na derrota por 3-1. Essa partida ficaria porém, marcada pela grave lesão de Ben Barek. Lesão que deixaria marcas profundas, para o resto da sua carreira desportiva. No total, entre 1938 e 1954, Ben Barek disputaria 19 partidas oficiais, tendo apontado três golos. Em 1958, Ben Barek seria nomeado, seleccionador nacional de Marrocos, convertendo-se assim, no primeiro treinador após, a independência de Marrocos da França. Aqueles que o viram jogar, dizem que, sem dúvida nenhuma, Larbi Ben Barek seria reconhecido como um dos melhores jogadores, de toda a história do futebol mundial. Ele tinha todos os talentos e capacidades: toque de bola, visão de jogo, óptimo jogo de cabeça, drible, estatura e estilo. Pobre e órfão em tenra idade, Ben Barek foi um avançado que, tinha um sonho que, mais tarde seria transferido para o relvado, com alguns dos mais incríveis golos e passes, nunca antes vistos no futebol mundial. Foi uma das primeiras grandes estrelas internacionais, da história do futebol. Para muitos, uma espécie de Pelé dos anos 50. Ele foi o primeiro jogador a ter a alcunha de "Pérola Negra". A primeira estrela africana. Pelé, a lendária estrela do futebol que, seria apelidado de "Pérola Negra" após Barek, daria um famoso testemunho sobre Larbi, dizendo que: "Se eu sou o rei do futebol, então Larbi Ben Barek é o seu Deus". Esse grande testemunho, vindo do mais que provável, melhor jogador de sempre, apenas se trataria de uma demonstração, da magia e grandeza do talentoso jogador marroquino. Seis anos após a sua morte, Barek seria distinguido pela FIFA, com a Ordem de Mérito Desportivo em 1998. No dia 16 de Setembro de 1992, o "Pé de Deus", como ficaria conhecido em Espanha, faleceria na sua terra natal, em Casablanca. Para a história fica, o rapaz tímido que, apesar de ser uma estrela, ainda tratava os outros jogadores com enorme respeito. Para a história fica, um dos mais finos jogadores que, alguma vez representou a selecção francesa. Para a história fica o jogador que, mais tempo jogou com a formação francesa (15 anos e 10 meses). Para a história fica, Larbi Ben Barek, o definitivo génio do futebol.
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